Sing - Theater Competition

A Chegada e Apresentação

O lobo negro da capa é o
Fernando :)

°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°°•°•°

Todos já haviam feito as próprias malas e ambos os grupos ( Teatro Moon e Lucid) embarcaram em seus determinados transportes, em direção á cidade em que ocorreria a competição que mudaria suas vidas dos modos mais improváveis. O grupo Lucid estava separado em duas grandes vans (bem grandes mesmo) que tinham capacidade para carregar até 25 animais cada. Ambos os transportes tinham uma pintura azul escuta pontilhada de estrelas prateadas e brilhantes.

Como faziam parte do grupo principal, Emily, David, Rockie e todos os demais dividiam a primeira van com vários outros animais, juntamente com Karla. A doce coala estava sentada confortavelmente no banco do carona, ao lado de uma zebra motorista. Todos os outros estavam distraídos com conversas paralelas, perdidos em risos alegres, divertidos e cheios de expectativas, como um bando de criança em uma excursão escolar.

Fernando estava sentado ao lado de Jim, a pantera negra do ensaio, com os pés apoiados no assento da frente enquanto dedilhava as cordas de seu violão negro (a sua guitarra estava guardada no estojo, encostada em uma das paredes da van); Rockie estava ao lado de Royal em um dos bancos de trás, com uma careta emburrada. Toda aquela cacofonia estava começando á deixá-lo desconfortável. Royal, percebendo isso, retirou um dos lados dos fones que usava, cutucou o ombro do maior e ergueu o objeto diante dos olhos alheios, oferecendo-o para escutar uma boa música consigo. Com um sorriso minúsculo e quase imperceptível de agradecimento, Rockie aceitou a oferta; David e Emily sentavam-se lado a lado, Emily ao lado de seu lugar favorito: a janela, de onde poderia ter a vista da paisagem do lado de fora. No momento, a estrada que pegavam era arborizada, cheia de natureza, com a luz cálida do sol iluminando tudo o que conseguia alcançar. David estava distraído em uma conversa sobre músicas e passos do Michael Jackson com uma lontra sentada no banco de trás.

O clima estava descontraído, mas Karla percebeu que todo aquele barulho poderia ser incômodo para quem não estava acostumado, e este era o caso da jovem zebra motorista, que fazia uma careta sempre em que os amigos falavam uma oitava mais alto. Com uma ideia em mente, Karla ajoelhou-se no banco e chamou a atenção dos animais bagunceiros, fazendo todos ficarem em silêncio no mesmo instante.

— Ora essa, meus queridos, a viagem não vai durar tanto tempo assim! Estamos na estrada há apenas duas horas e vocês estão quase colocando fogo na van! — ela exclamou, fazendo os animais se remexerem envergonhados. — Por que não fazem como sempre fazemos em nossas viagens e cantam um pouco? Isso vai animar as coisas!

— Existem milhares de músicas para cantar, madre! — Fernando, querendo ser o primeiro á entrar na brincadeira, ergueu-se de seu assento e começou á dedilhar as cordas de seu violão novamente, passando por entre os bancos alheios. — Como, por exemplo, essa aqui! Ah, sí, esta es muy buena!

Des... Pa... Cito!

Quiero respirar tu cuello, despacito

Deja que te diga cosas al oído

Para que tu acuerdes si no estás comigo

A voz de Fernando era tão aveludada e boa de se ouvir que todos se acalmaram instantâneamente, o vendo dançar por entre os bancos e o corredor da van enquanto dedilhava em seu violão de forma habilidosa, divertindo-se com sua feição brincalhona. Karla prendeu o riso com as patinhas, sabendo o quanto aquela música era um tanto quanto suspeita.