03. Jogo de poder

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— Pra qualquer lugar, desde que a gente fique junto. Nós somos uma família agora, entre eles e a gente, escolhemos a gente, não importa onde seja. – sorriu e beijou o namorado.

— Eu também acho, em primeiro lugar, a nossa felicidade. Se tudo der errado, a gente foge para bem longe deles.

Algumas semanas depois…

— Como está em casa? – perguntou Kuea.

— Um tormento, eu só consigo ouvir gritos todos os dias dos meus pais. Parece que a qualquer momento uma bomba vai explodir. — respirou fundo, colocando os braços para trás, se apoiando melhor no banco para tomar sol na quadra da universidade.

Os três ômegas estavam sentados na arquibancada enquanto seus amigos jogavam, entre eles Nuer.

— E como está essa coisa fofa? — perguntou Diao, acariciando a barriga do amigo, já bastante aparente. 

— Bem. Hoje vamos há mais um ultrassom, ver se já dá pra ouvir o coração bater. — disse todo fofo e viu o namorado vindo em sua direção, o fazendo engolir em seco por aquela visão do moreno suado tirando a camisa — Mas tem certas coisas que são bem difíceis. — sussurrou e os amigos riram.

— Quem disse que pode tocar nele? — Nuer perguntou para Diao rindo e pegou uma garrafa de água, bebendo devagar.

— Ele queria sentir o bebê, juro que não foi nada comigo, só com o bebê. – comentou rindo.

— Não pode também. Eu não permito. 

— Deixa de ser bobo. — riu e balançou a cabeça.

— Eu vou tocar hoje à noite, vocês vão? 

Syn olhou triste para o amigo e suspirou.

— Não posso, meu pai Pete precisa que eu fique em casa. É que… meus pais tem um jeito diferente de lidar com o estresse. — balançou a cabeça para o lado.

— Os meus também. Eles se merecem, não sei porque tanta briga. — disse Nuer e sentou junto aos amigos na arquibancada.

— Diferente como? — perguntou Diao com o cenho franzido, um tanto curioso.

Syn e Nuer se olharam e logo depois riram.

— Com correntes, sabe. Uma coisa bem normal e saudável. — debochou Nuer.

— Bem veganos. — disse Kuea rindo — Tô ficando com pena de vocês. Mas sabem, qualquer coisa que precisarem. Podem contar comigo, podem fugir lá pra casa também,tenho certeza que o hia Lian não vai se importar.

— Obrigado, a gente já decretou isso, se eles continuarem a usar o nosso casamento como desculpa para uma guerra silenciosa de quem vai ser o chefe, nós vamos embora. — disse Syn.

— Sinceramente, não estou vendo nada de bom vindo deles. Papai tenta muito conversar com meu pai Kamol, dizer para ele ser mais tolerante com a família de Syn e dar o que Vegas pede seria como um dote de casamento, já que nenhuma parte do acordo envolve dinheiro direto. Mas… o respeito que tanto ele quanto Vegas tem de outros alfas parece o que está em jogo quando ficam nesse cabo de guerra, ninguém cede, não por ser um negócio ou pelos lucros, mas porque nenhum dos dois quer ficar menos 'poderoso' e de alguma forma ser desprezado entre os alfas do ramo.

— Mas se vocês vão cansar, porque eles não dão seguimento juntos nos negócios? Sei que os dois trabalham com coisas… com empresas de fachada. — disse Kuea.

— Exatamente pelo que Nuer disse. Eles consideram essa união um fracasso, os dois querem continuar como chefe e se possível passar por cima do outro por mais respeito. — disse Syn, formando um bico nos lábios — Eles não se dão conta que estão passando por cima de nós também e das nossas escolhas. A consequência de ter um bebê agora já está sendo difícil e tudo que eles fazem é pensar em si mesmos e deixar a situação cada vez mais insustentável.

Too Young For ThisOnde histórias criam vida. Descubra agora