O rei era conhecido pelo esplendor de seu governo. Ele sediou diversos torneios, banquetes, caçadas e bailes, agradando todos aqueles que estavam à sua volta. E para celebrar o dia do nome de seu neto não seria diferente.
Viserys ordenou que fosse organizada um grande banquete real para comemorar tal data e homenagear aquele que foi seu primeiro neto, Jacaerys.
A família Targaryen e Velaryon dividiam a mesma mesa, porém ocupavam lados opostos como de costume.
Daenys estava sentada ao lado de Rhaenyra e seus filhos, enquanto se empanturrava de doces que preenchiam a superfície daquela mesa.
- Este vestido é extremamente apertado.
- Não deveria usar algo que lhe deixe desconfortável- diz Rhaenyra.
- Concordo, mas.....acho que Alicent não pensa dessa forma.
- Então ela te forçou a usar esse vestido?
- Sim- a menina suspira- pelo menos ele não é verde- diz Daenys de forma irônica fazendo com que Rhaenyra risse um pouco.A Targaryen usava um vestido vermelho que possuía alguns detalhes dourados. Seus cabelos estavam trançados e em seu pescoço ela esbanjava um pequeno colar com rubis.
- A senhora e Ser Laenor devem estar ansiosos pela chegada de mais um bebê.
- Sim- diz Rhaenyra com um sorriso no rosto- não esperávamos ter outro filho agora, mas aqui está ele- ela acaricia sua barriga- crescendo cada vez mais em meu ventre. Você também terá um novo irmão em breve, Laena está grávida novamente.
- Espero que seja outra menina.
- Também espero.Daenys estava tão entretida em sua conversa com Rhaenyra que não percebeu o par de olhos que a observava do outro lado da mesa.
Aemond não conseguia tirar os olhos de sua prima, pois não era de costume ver a jovem princesa arrumada daquela forma. Na opinião dele, ela estava encantadora.
Em algum momento ela percebeu os olhares de Aemond, fazendo com que o jovem rapaz se envergonhace.
Daenys apenas sorriu de forma carinhosa para ele desviando seu olhar logo em seguida, o que fez com que coração do menino acelerasse e seu rosto ganhace um tom avermelhado.
Aemond era um menino tímido e com grande dificuldade em se expressar, principalmente tratando-se de Daenys.- Não fique aí parado - diz Aegon virando uma taça de vinho- chame ela para dançar. Se você não chamar eu irei até lá.
Aemond não poderia permitir que isso acontecesse, não poderia ser passado para trás pelo seu irmão. Então ele tomou coragem para se levantar daquela mesa e ir em direção ao lugar onde a moça estava sentada.
- Lady Daenys, me daria a honra - diz o menino estendendo sua mão.
Por um minuto o jovem rapaz se sentiu aflito e com medo de ser recusado.
Ele se amaldiçoaria por um tempo por ter feito isso, provavelmente viraria uma piada para os outros meninos.
Aqueles pensamentos foram embora assim que Daenys sorriu para menino e pegou sua mão o arrastando para o centro do salão.As duas crianças seguiam os passos ritmicamente, rodopiando e rindo como todos naquele salão.
A garota agarrou os braços de seu parceiro de dança começando a girar com ele, indo ambos para o chão logo em seguida em razão da tontura.- Parece que minha pequena guerreira trocou sua espada pela dança- diz uma voz chamando a atenção da menina.
- Papai!Em questão de segundos todos pararam e direcionaram seus olhares para as duas figuras que se abraçavam no centro daquele grande salão. Como de costume, Daemon Targaryen havia aparecido de surpresa, acompanhado de Laena e suas duas filhas.
- Olhe só para você. Você está crescendo tão rápido-Laena acaricia os cabelos de sua enteada.
Os cinco platinados vão em direção à mesa do rei, a jovem princesa segura a mão de seu pai enquanto conversa com suas irmãs.
O resto da noite foi cheio de danças, bebidas e muita comida.
Quebra de tempo
Daenys pov- Você se divertiu hoje?
- Sim- encaro meu pai- Gosto de banquetes, sempre tem muita comida e eu pude rever vocês.Ele sorri de forma carinhosa para mim enquanto caminhávamos por um dos jardins da fortaleza vermelha. As estrelas iluminavam o nosso caminho enquanto o homem mais velho cantarolava uma música em alto valiriano.
- Tenho um presente para você.
- Mas.....não é o meu dia nome.
- Eu sei, mas não preciso de datas especiais para presentear minha filha.Ele puxa uma espada de sua cintura a colocando em minha frente. Ela era escura como fumo e possuía detalhes pretos e vermelhos em seu cabo.
- Essa espada.....
- Veio da antiga Valiria. É uma relíquia preciosa da nossa casa e eu estou dando ela para você.
- É um grande presente, mas......acho que não sou digna de receber algo tão valioso.
- Não diga uma baboseira dessas. Ela é sua por direito, sangue valiriano corre em suas veias, então você mais do que ninguém merece esta espada.Hesito por um momento, mas pego a espada de suas mãos. Ela era perfeita, bem forjada, leve e afiada. Era como se os próprios deuses a tivessem feito.
- Como irá chamá-la?
- Acho que.....Blackflame....eu irei chama-la de blackflame.Passamos mais algum tempo juntos caminhando pelo jardim. Ele me contou sobre suas viagens com Laena, me contou sobre cada um dos reinos que visitou.
Na manhã seguinte, quando eu acordei, ele já havia partido.
Quebra de tempo
- É uma bela espada, não acha?
- De fato é.
- Você parece um pouco triste. O que aflige seu coração?- pergunta Viserys colocando Blackflame no encaixe.
- Acho que eu gostaria de ter passado um pouco mais de tempo com o meu pai, Laena e minhas irmãs- digo encarando algumas flores que brotavam no bosque sagrada.
- Teria sido bom se você tivesse passado mais tempo com eles, isso não posso negar- ele coloca sua mão em meu ombro- mas....você os conhece, eles são viajantes. Não ficam fixos, mas tenho certeza que haverá outra oportunidade de revê-los.
- Eu espero, tio- esboço um pequeno sorriso triste.Nós caminhamos até a árvore do coração e observamos aquele grande carvalho.
- Bom, não podemos negar que ele te ama e espera grandes coisas de você, por isso ele te deu o nome de Daenys.
- Receio que não seja por isso tio. Acho que ele só quis manter o costume da nossa casa.
- Talvez, mas eu tenho certeza que não foi por isso que ele decidiu te dar este nome. Daenys foi responsável por salvar nossa casa da perdição de Valiria- ele diz me encarando- Não acho que você tenha recebido esse nome por acaso, existe um grande futuro te aguardando e eu espero estar vivo para ver.O vento entrava calmamente pelo bosque sagrado, levando com ele algumas folhas e poeira. Os galhos do grande carvalho balançavam gentilmente, fazendo com que algumas folhas caíssem delicadamente sobre mim.
Talvez ele tivesse razão.....talvez exista algo grande me aguardando, mas eu não tenho ideia do que seja.