Flowers Drawn On Your Skin - WangXianXi (Lan Wangji + Wei Wuxian + Lan Xichen).

Capítulo 2

  Ele realmente parece ter bebido além da conta, mal sabe para onde está indo, apenas segue pelo o extenso corredor vazio iluminado por algumas luzes, na esperança de encontrar algum lugar onde possa ficar e ser lamentável. Faz alguns minutos que aquelas lágrimas tinham decidido aparecer e manchar sua face, caindo incansavelmente enquanto tenta inutilmente enxuga-las, uma tentativa realmente idiota de sua parte.

Deveria ter ligado para Norami, assim que se perdeu naqueles corredores, mas não queria que ela o visse daquele jeito, a deixaria ainda mais preocupada e poderia muito bem estragar a festa de casamento do seu irmão, por isso pensou que poderia se virar mesmo que estivesse bêbado, em algum momento acharia algum lugar ou alguém vagando por aí assim como ele. Para seu azar ao chegar no final do corredor tudo que pode encontrar foi a entrada de um banheiro onde um alfa permanecia parado fumando, quando o mesmo apagou seu cigarro com a ponta do pé e moveu-se em sua direção, soube que tinha que sair dali ou pelo menos fingir estar consciente do que estava fazendo, alguns alfas tinham ações inconsequentes a ômegas como eles, bêbados e possivelmente incapazes de se defender.

— Oh, o que temos aqui? — o alfa disse, sua voz soando levemente zombeteira — Está perdido, querido?

— Estou bem, quero apenas usar o banheiro — respondeu, tentando soar firme — Como esses corredores parecem um labirinto, pensei que havia me perdido, mas estou feliz que não.

— Precisa de ajuda? — sorriu — Você parece levemente alterado, pode se apoiar em mim se quiser.

— Vou estar dispensando sua ajuda — sorri de volta — Eu estou perfeitamente bem.

— Mesmo? Olhando para você, posso dizer que estava chorando — estende sua mão em direção a ele.

Instintivamente Wei se afasta alguns passos para trás, o feromônios do alfa eram desagradáveis ao seu olfato, e as flores em sua pele logo começariam a brilhar suavemente, em um claro sinal de desconforto, elas costumavam acender de acordo com suas emoções, e aquilo era tudo que menos queria.

— Não toque em mim — murmurou friamente — Já disse que estou bem.

— Ah, entendo — ri — Você é um daqueles ômegas defeituosos, não é? Veja só, posso ver ela brilhando daqui.

— E você deve ser um daqueles alfas intrometidos — ajeita seu terno, uma tentativa de cobrir a parte da marca que é exposta em seu pescoço — Não consegue ver que está me deixando desconfortável.

O alfa está movendo-se vagarosamente em sua direção, ele recua seguindo os passos do outro, merda! Se estivesse um pouco mais sóbrio, correria para longe dali.

— Sabe que sempre quis provar um ômega defeituoso como você? — a expressão em sua face lhe causa nojo — Porque não vem comigo dar uma volta, é uma boa oportunidade para ter um alfa, afinal ninguém além de mim vai querer um ômega como você.

— Vai se foder, prefiro nunca ficar com um alfa do que ir com você — tropeça, perdendo seu equilíbrio por alguns segundos — Se tentar alguma coisa, juro que irá se arrepender.

Ele realmente não se importa em sair no braço com aquele alfa, costumava fazer isso com bastante frequência no ensino médio, o único problema ali é que não está totalmente sóbrio e aquele alfa parece ser mais forte.

— Estou sendo generoso com você, sua putinha — a mão do alfa bate em sua face — Apenas abra a porra de suas pernas para mim.

O tapa é forte o suficiente para derrubá-lo, mas rapidamente está de pé, antes que o alfa possa agarrá-lo chuta sua barriga o fazendo ir para trás, sua bochecha arde e sua face dói. Mas não há tempo para que possa se recompor e sair dali, logo em seguida é acertado com um soco na barriga e aquilo doí com o inferno, em reposta acerta sua cabeça contra o queixo do alfa que mais uma vez cambaleia para trás, mas diferente do soco que tinha levado aquela pequena tentativa de se defender não tinha causado dano nenhum ao maldito em sua frente.

— Depois de lhe dar uma surra — o alfa diz se aproximando novamente — Vou te foder e lhe larga em um canto qualquer para morrer, seu merdinha defeituoso.

— Tenta sorte cuzão, na primeira oportunidade vou arrancar sua pau na dentada — murmura em resposta.

Sua barriga dói mais do que esperava e sente que não vai durar muito naquela briga, sinceramente amaldiçoaria eternamente que fez um lugar com banheiros tão longe assim dos demais salões, isso se saísse inteiro dali para contar história, mas Wei estar determinado a não se render para aquela alfa de merda, aguentaria o máximo que pudesse, pelo menos até que alguém aparecesse, mesmo que isso não parecesse algo possível.

Novamente o alfa avança, dessa vez um chute e acertado em sua barriga, o gosto de sangue sube por sua boca pela intensidade daquela pancada, as mãos do outro cobrem seu pescoço e Wei morde sua orelha assim que seu rosto está próximo o suficiente dele, se livrando momentaneamente daquele aperto, porém logo em seguida o alfa está em cima de si acertando socos em sua face. É totalmente ridículo o fato de que vai mesmo apanhar até morrer para depois ser assediado por aquele imbecil, antes tivesse ficado em casa deitado em sua cama invés de estar naquele tipo de situação, pelo menos viu seu irmão se casar com o homem que ama. Um sorriso torpe cobre sua face quando sente sua consciência começar a se esvair, logo o peso da mão do alfa some e seu corpo é puxado para um abraço quente acompanhado de um aroma agradável de lavanda e cravo.

— Não ouse tocar nele — a voz aveludada perto de si diz.

— Quem diabos são vocês? Estão atrapalhando meu negócio — o alfa imbecial murmurou — Caiam fora, o omega defeituoso é meu.

— É melhor se calar — uma voz suave, um pouco mais longe diz — O omega não é seu, é nosso.

Seus olhos se movem em direção aquela voz, mesmo desorientado pode ver a costas larga de um homem a sua frente, ele é alguns centímetros mais alto que si, por causa de sua presença marcante e de seus feromônios que espalham-se pelo ar em um claro sinal de ameaça, Wei pode dizer que se trata de um alfa assim como o outro que o segura de maneira tão gentil, usando seus feromônios para acalmá-lo. O imbecil que antes tentou agarrá-lo tem um ferimento em seu rosto e está caído no chão, como se tivesse sido arremessado para longe após receber um soco.

— Desde quando um ômega defeituoso tem um alfa? — murmura com desprezo — Ninguém quer esse tipo de aberração, já viram os olhos dele e o cabelo? Parece que estou observando um animal criado em laboratório.

— Eu vou quebrar o seu pescoço se continuar a falar como um merda — o alfa chuta o outro para logo em seguida pisar em sua perna — Ele é nosso colega, então tenha respeito. Posso arrancar sua língua e fazer você comê-la.

Por mais que queira entender aquela situação, a dor em sua barriga está tornando-se insuportável e manter-se acordado se torna difícil a cada pequeno segundo.

— Dói — murmura com dificuldade — Dói muito — se encolhe.

— Tudo bem — o alfa que o segura, acaricia sua face — Vamos levá-lo daqui. Xichen, ele está com dor, precisamos cuidar de seus ferimentos.

— Leve o embora, acertarei a contas que esse merda — o alfa se aproxima e toca sua face — Cuidaremos de você, ômega — olha para o outro — Peça para Mingjue avisar a alguém antes levá-lo, aquela alfa que estava com ele no altar antes, eles parecem próximos. Eu cuidarei do lixo e me reúno a vocês daqui a pouco

Wei assente, se aconchegando contra o alfa que o segura, antes de perder completamente a consciência pode ouvir um som realmente alto de algo se quebrado em logo em seguida o som de um grito, mas aquilo perde completamente sua importância quando palavras doces são sussurradas contra seu ouvido, sentindo-se seguro permita-se mergulhar nas sombras.