Flowers Drawn On Your Skin - WangXianXi (Lan Wangji + Wei Wuxian + Lan Xichen).

Capítulo 7

 O carro para assim que chegam ao endereço indicado, Wei desce após agradecer e se despedir do motorista que rapidamente some através das ruas, seus olhos caem sobre o prédio à sua frente, uma expressão levemente cansada enquanto caminha pela calçada e alguns olhares preenchidos pela curiosidade caem sobre si, seguido de murmúrios desagradáveis sobre as marcas que são visíveis em seu pescoço e em uma parte de seu queixo, ele as ignora completamente não se importando em tentar esconder as flores em sua pele, está acostumado com aquilo.

As pessoas estão sempre olhando para ele com aquela repulsa mal escondidas em suas faces, falando em suas costas sobre o quão estranho ele é, e o julgando por andar com aquilo por aí tão abertamente, passou grande parte de sua infância sendo isolado pelos demais, sendo vítima de bullying e agressões covardes não só de alfas mas também de ômegas, à medida que cresceu em meio a uma vida completamente conturbada adquiriu tendências violentas envolvendo-se constantemente em brigas, lembrava-se de bem das vezes que voltou para casa machucado tarde da noite para que seus pais não o vissem em um estado tão lamentável, no fim das contas mudou-se diversas vezes de escola e de bairro, mas nunca foi capaz de encontrar um lugar onde fosse inteiramente aceito, então apenas decidiu carregar aquele fardo em seus ombros.

De certa forma agradecia por ter Norami, Cheng e Yan Li ao seu lado, assim como os poucos amigos que fez ao longo do caminho, apesar de que estava mais do que conformado com sua vida medíocre e solitária, não se importava em ter ou não um alfa, a sua vida era diferente das dos normais e deveria aceitar isso, entretanto aqueles dois homens que o ajudaram lhe disseram tudo aquilo, afirmaram com uma certeza imensa que eram sua alma predestinada, seus companheiros.

Uma grande piada.

Wei ouviu a sua vida todo que ômegas como ele não podem encontrar seu companheiro, pois estão condenados a passar o resto de seu dias sozinhos enquanto definham com as flores em sua pele, ouvir aquilo não lhe trouxe uma sensação de conforto apenas uma raiva que ainda queimava levemente dentro de suas veias.

Queria apenas apagar toda aquela bobagem de sua memória, mesmo sabendo que isso não seria fácil, as malditas marcas ainda ardiam pelo simples cheiro em nas roupas que pertenciam aos alfas, e pelo tempo que passou dentro daquele escritório, tendo toda a merda daquele conversa sem sentido algum. Ele apenas deseja afundar-se em seu apartamento vazio e não falar com ninguém por dias, até que qualquer resquício da noite turbulenta e dessa manhã confusa tenham sumido inteiramente de sua cabeça, entretanto seus planos são deixados de lado assim que vê a figura de Norami, encostado contra a sua porta, as mãos nos bolsos de sua calça jeans enquanto encara seus sapatos.

— Norami — a chama, atraindo sua atenção — O que faz aqui tão cedo? Deveria estar na floricultura a essa hora.

— Me ligaram da mansão Lan, avisaram que você tinha saído de lá e que talvez não estivesse bem — aproximou-se, o encarando por inteiro — Aconteceu alguma coisa? Você chorou no caminho para cá? — tocou seu rosto — A Yan Li ficou responsável por abrir a floricultura, não se preocupe com isso.

— Eu...estou bem, apenas me sinto confuso e machucado — engole em seco — Acho que foram informações demais que recebi em tão pouco tempo. Vamos entrar para que possamos conversar melhor.

Ele sinaliza para que entrem, Norami concorda, o seguindo para dentro. Wei deixa suas coisas sobre a mesinha de centro e se joga no sofá de frente para ela, a mais velha faz o mesmo sentando ao seu lado esperando que comece a falar.

— Aquele alfa que bateu em você, ele o machucou muito? — pergunta, avaliando os ferimentos que estão ao alcance de seus olhos.

— Um pouco, os alfas que me ajudaram chegaram a tempo de impedir o pior — sorri de maneira tranquilizadora — Esse não é o problema, os tal Lan's são.

— Como assim? Não me diga que eles tentaram fazer algo com você — sua voz sai levemente alterada — Wei, o que exatamente aconteceu? Se eles lhe fizeram algo, eu irei até lá...

— Eles...eles são meus companheiros — murmura, a interrompendo subitamente — Os dois.

A uma pausa, um certo silêncio cobre o ar enquanto a alfa o encara por segundos intermináveis, talvez ainda absorvendo o que acaba de ser dito.

— Lan Wangji e Lan Xichen...são seus companheiros? — se sente confusa — Espere, eu não entendo, explique isso desde o início. Com calma.

— Hoje quando eu acordei, sabia que não estava em casa, me senti confuso por estar em lugar estranho mas logo um senhor beta apareceu e explicou tudo que tinha acontecido para eu ter chegado até ali — suspira — Depois de me alimentar e tomar os remédios que foram dados a mim, pensei em agradecer aos alfas que haviam me ajudado. Esse beta me levou até eles e assim que eu os vi, tive uma sensação estranha correndo por essas flores e por meu corpo.

— Uma sensação semelhante ao ardor que sente, quando suas emoções acabam fluindo para elas?

— Algo ainda mais forte que isso, eu tentei ignorar achando que talvez fosse nervosismo por estar em frente a eles — apertou suas mãos unidas — Entretanto quando eles se aproximaram e falaram que estavam esperando por mim, elas começaram a queimar como nunca antes. Então quando aqueles dois alfas disseram que eram meu companheiro, todas essas malditas flores acendem-se como um farol iluminando o caminho dos barcos à noite.

— Se as flores em sua pele reagiram a eles, isso significa que seu corpo e seu subconsciente os reconheceram como suas almas predestinadas — fala de maneira sútil — Pode parecer irracional devido as coisas que você ouviu ao longo do tempo, mas não deixa ser uma possível verdade.

Wei balança sua cabeça em negação algumas vezes, novamente as flores estão expondo seus sentimentos brilhando sutilmente em tom escuro e triste. Ele estava triste, confuso e meramente perdido.

— Isso não pode ser possível — murmura torpemente — E todas as coisas que me contaram a respeito dessa maldita marca? Sobre eu nunca poder encontrá-los, sobre eu ter que me sujeitar uma vida inteira de solidão, porque estou amaldiçoado por essas malditas flores? Como isso pode soar racional? Me diga, Norami, como?!

A alfa toca seus ombros, sorrindo gentilmente em uma tentativa de acalmá-lo, ela conhece aquele medo preso nas veias do mais novo, entende toda a hesitação passando diante de seus olhos. Todas as coisas que lhe foram ditas à medida que cresceu, foram gravadas tão fortemente quanto aquelas flores impregnadas em seu corpos, elas não podiam ser esquecidas assim como aquelas palavras.

— Eu entendo bem o que está pensando agora, da mesma maneira que sei o que você ouviu durante o passar do tempo — segura as mãos de Wei — Só que todas essas coisas foram ditas para machucá-lo, precisa pensar que muitas pessoas tem um pensamento retrógrado em relação a marcas em seu corpo e elas ainda acreditam que isso é algum espécie de maldição — hesita por alguns segundos, buscando as palavras certas — Não podemos mudar os pensamentos delas, talvez você sempre seja um estranho em nosso mundo, mas você não deve continuar se escondendo disso, se eles forem mesmo seus alfas, sinta-se abençoado porque diferentemente de tudo que lhe disseram, você encontrou suas almas predestinada.

— Está me dizendo que eu deveria aceitar isso, facilmente e de bom grado?

— Estou dizendo que agora, quem escolhe se vai ficar sozinho ou não é você — fala firmemente — Eu realmente acredito que esses Lan's, não fariam uma brincadeira de mal gosto assim. Ainda mais com um ômega que acabaram de conhecer. Sei que isso é novo e concordo que são muitas informações para absorver, pense com calma e chegue a uma conclusão por si só.

— Dependendo da minha resposta, eles também irão sofrer? — não a olha diretamente.

— Sim, se um ômega ou um alfa são rejeitados por seus companheiros, eles definham pela tristeza até a morte — solta as mãos de Wei, para poder abraçá-lo — Sei que fará a melhor escolha, WeiWei.

Ele se aconchega no carinhoso abraço de Norami, as flores apagando-se uma a uma, até que sua mente esteja vazia.