ta... ta... não é o fim!

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Assustei? Espero que sim, porque eu também fiquei assustada com uma lâmina vindo no meu pescoço.

Quando tudo ficou preto, ficou preto porque fechei os olhos. Na verdade, a lamina nem chegou perto do meu pescoço.

Abri meus olhos para espiar o que diabos aconteceu. Chuu estava ainda segurando a foice, ainda em minha direção, mas ela estava paralisada, com um sorriso satisfeito. Alguém segura seu ombro.

— Se você encostar um dedo nessa garota, eu mato você.

— Yves... — O demônio diz, abaixando a arma. — Que surpresa! — Olhou para a mão em seu ombro e riu. — Então, decidiu sair comigo?

Yves usava um terno branco com uma gravata cor vinho, com um pequeno broche de pena branca. Seu cabelo estava totalmente para trás e tinha uma bolsa transversal preta.

Ela voltou atrás? Ela vai sair com a Chuu? Ela salvou meu pescoço?

— Eu vou uma ova!

ELA NÃO VAI?

Chuu fecha a cara e a encara severamente, quase uma criança birrenta.

— Você tem que sair comigo, para salvar a pele dela, Yves. — Chuu bufa de raiva.

— Não faço questão de sair com um ser tão desprezível igual a você. — Yves estalou os dedos e em suas mãos apareceu um conjunto de papéis. — Farei uma coisa mais simples. — Rasgou a papelada de uma vez, jogando no rosto do demônio.

Foi como se um peso enorme saísse dos meus ombros, tanto que quase cai para trás me sentindo leve. Tive a certeza, o pacto foi quebrado.

Ela sempre pode fazer isso? Se sim, por que não faz antes?

— Desprezível sou eu, Yves? — Chuu soltou um riso sarcástico.

— Eu estou muito a frente dos seus planos, Chuu. Sei exatamente o que pretende fazer com essa historinha de sair comigo. — Deu um peteleco na testa do demônio. — Volte para o inferno. Sua missão acabou. — Da bolsa tirou um papel e a entregou.

— Está muito enganada, minha missão só está começando. — Leu o papel e riu mais um pouco. — Falarei com Lúcifer, isso aqui tá mais para uma carta de encerramento mal feita, iguais a que você sempre faz.

Cadê aquela paixão? Cansou de ser desprezada Chuu?

— Isso tá acabando com a minha paciência. — Yves resmunga. — Chuu, só vá embora. Não precisamos mais de seus serviços, o culpado não está por aqui.

— "O culpado não está aqui..." — Chuu repetiu andando para longe de nós duas e desapareceu em uma fumaça.

Em uma mistura de alívio e exaustão, depois de finalmente isso ter acabado. De imediato, desmaio ali no chão daquela quadra, por tantas informações adquiridas em tão pouco tempo. Antes de enfim, ficar inconsciente, escuto apenas a porta da quadra se abrir de uma vez e alguém me chamar.

...

Ela vai ficar bem?

— Claro que vai, ela está cansada.

— Nem sei como te agradecer.

Não prescisa, sempre farei o possível e o impossível para você.

— Mesmo assim, tem alguma forma para te retribuir?

— De verdade, não prescisa.

Ideias Estúpidas Por Uma Garota • yeorryOnde histórias criam vida. Descubra agora