⎯imaturo.

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𝐋𝐀𝐔𝐑𝐀 𝐁𝐄𝐀𝐓𝐑𝐈𝐙

A correria me assustou, os alunos apressados para irem embora me assustou, o que custa atravessar a rua com calma? A maioria mora no outro lado da rua

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A correria me assustou, os alunos apressados para irem embora me assustou, o que custa atravessar a rua com calma? A maioria mora no outro lado da rua.

Sinto um corpo se chocar com força contra o meu fazendo eu derrubar minha garrafa no chão.

"Merda, desculpa" -Fico imóvel ao ouvir a voz, subo o olhar e me deparo com Gabi me olhando, o mesmo arregala os olhos quando me vê

"Sem problemas" -Falo e vejo o garoto se abaixar pegar minha garrafa e me entregar, sorrio e ele devolve o sorriso

Giro os calcanhares e sigo meu caminho como sempre. Siga o seu caminho.

"Você tá bem?" -A pergunta dele me faz pensar se eu realmente estou bem. Não, eu não estou bem.

"Sim, tô ótima, e você?" -Minto, era sempre mais fácil

"Por que você esconde as coisas para mim?" -Viro e o encaro sem entender

"Como assim? O que eu escondi de você?" -Pergunto e ele cruza os braços ainda me observando

"Tudo, você claramente não está bem, você acha que eu não presto atenção mas eu sempre vejo você calada ultimamente, sozinha das pessoas, por que você simplesmente não fala?" -O tom dele me incomoda, é como se fosse uma coisa fácil de ser dita

"Por que não é tão fácil assim Gabriel, eu não consigo falar o que eu sinto para qualquer pessoa, eu não acho ninguém confiável para desabafar, e mesmo se eu achasse não consigo" -Engulo em seco ouvindo minhas próprias palavras

"Eu te entendo, eu sei que você tem problemas de confiança, e sei também que não nos falamos mais, mas você pode falar comigo se um dia você se sentir confortável" -Abro um sorriso por escutar isso, ninguém fala isso para mim, e é tão bom escutar.

"Obrigada, Bi" -Falo e só depois lembro que não temos mais intimidade para esses apelidos.

"Sinto saudades de você me chamando desse jeito" -Ele sorri de volta e seguimos o nosso caminho.

Conversamos depois de anos.

"Ei Gabriel, vamos futebol?" -Um amigo dele pergunta e ele corre para o outro lado, me viro para ir embora mas escuto um estrondo e gritos, me viro rapidamente e vejo um carro com a frente toda acabada e o corpo dele no chão.

Não

Não

Não

Acontece, Gabriel Barbosa. ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora