Guerra em tempo de paz (MadaTobi)

Capítulo 11

Madara estava mais do que acostumado a acordar e se encontrar sozinho na cama. A essa altura, era uma espécie de hábito rolar de costas e se esparramar nos espaços abertos que ele sabia que estariam vazios há muito tempo. Ele ficou surpreso esta manhã ao terminar seu ritual matinal com um bocejo de quebrar a mandíbula e um alongamento de seu corpo e sentidos apenas para encontrar uma assinatura familiar de chakra queimando silenciosamente na cozinha um andar abaixo. Era tão estranho deitar na cama e sentir a sensação calma e fresca de Tobirama completamente à vontade em sua cozinha, parado mesmo depois do nascer do sol, que Madara quase se encontrou dormindo de novo antes de perceber a oportunidade única apresentada a ele.

Fazia meses que ele tomava café da manhã sozinho, mas parecia que isso poderia finalmente mudar se ele pudesse se apressar para sair da cama.

Nunca em sua vida Madara rolou para fora dos cobertores e vestiu suas roupas tão rapidamente, incluindo a vez em que seu complexo foi invadido quando ele tinha quinze anos. Embora, para ser justo, ele estivesse lutando contra sua primeira ressaca na época e por vários minutos tivesse confundido o clangor dos sinos de alarme com as batidas em sua cabeça. Ainda assim, ele ficou levemente impressionado com sua própria velocidade ao conseguir vestir seu corpo em tempo recorde e praticamente voar escada abaixo, onde se forçou a assumir um ritmo mais ordenado. Não havia necessidade de Tobirama vê-lo agindo como um tolo só para que os dois pudessem pelo menos ser amigos.

Um rosto curioso o esperava quando ele entrou na cozinha e Madara fez o possível para manter sua saudação casual, projetando uma aura de não ver nada fora do comum. Ambos sabiam o quão estranho era para eles começarem o seus dias ao mesmo tempo, quando Tobirama normalmente teria ido muito antes de Madara sair da cama, mas não havia sentido em fazer um grande alarde sobre qualquer coisa.

"Você comeu?" Madara perguntou, estendendo a mão para a cafeteira e quase se assustou ao encontrar o líquido dentro ainda quente. Foi uma bênção servir-se de uma xícara sem passar pelo esforço de prepará-la primeiro.

"Não." Tobirama se mexeu com uma expressão levemente culpada. "Não costumo comer muito de manhã, então estou bem, não precisa se preocupar."

"Porque você... não tem tempo?" Seu palpite acertou o alvo talvez um pouco bem demais, a julgar pelo estremecimento de Tobirama, mas Madara seguiu em frente com uma mão já alcançando uma panela. "Certo, bem, parece que há muito tempo hoje. Você gostaria de alguns ovos?

"Sim. Por favor."

Pelo menos ele não era o único que sofria por não ter certeza de como agir com o marido ainda. Era um grande alívio cada vez que ele notava Tobirama se debatendo um pouco enquanto ambos tentavam descobrir onde as coisas estavam entre eles agora que eles não estavam determinados a nunca se olhar nos olhos e como melhorar suas relações instáveis ​​sem mais insultos acidentais.

Os ovos eram uma refeição rápida e fácil, então não demorou muito para que os dois estivessem sentados um de frente para o outro, assim como na noite anterior durante o jantar. Tobirama murmurou elogios baixinho e Madara os absorveu sem se preocupar em procurar segundas intenções. Depois de alguns pequenos começos falsos, ele conseguiu até mesmo conversar sobre os planos que estavam sendo elaborados para fornecer eletricidade a mais áreas residenciais. Durante a construção inicial, Tobirama não conseguiu convencer um número suficiente de pessoas de que deveria ser instalado em todos os edifícios, e não apenas em empresas e instalações governamentais, embora ele acidentalmente os tenha inspirado a instalar energia nas casas de todos os chefes de família como forma de apaziguar cada clã pelos compromissos que fizeram ao assinar seu nome no tratado.

Eles estavam quase terminando sua refeição quando Madara olhou pela janela e suspirou. Era um dia tão bom, bom demais para passar tantas horas em um escritório abafado como ele logo teria que passar.