PRÓLOGO

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Já sentiu alguma vez a sensação de ser observado(a)?

A maldita sensação de ser observado, como poderia esquecer. A sensação de ter olhos te fitando, como se quisessem invadir o seu psicológico e acessar a sua sanidade. Olhos incorporados no puríssimo mal existente.

Olhos desconhecidos, de um alguém desconhecido . Escondidos nas trevas, no manto da escuridão, invasores ansiosos pela busca de aberturas, por falhas imperceptíveis do pensar. Invasores imaginários que invadem nosso campo de convicção sobre a realidade, e que nos impossibilita de saber associar a ilusão da verdade .

Esse sentimento é como um apagão de uma cidade, em sua ansiedade, agonia e preocupação. Como ruas desertas, com traços de melancolia e sem luminosidade, que guardam sempre uma possível caixinha de surpresas mesmo sendo aparentemente vazia. Trazendo consigo um perigo iminente, onde este não pode ser identificado, mas sentido.

O sentir, proporcionado pelos olhos vazios e sem vida, é uma provocação e subestimação sobre o nosso ser, uma intimidação para alcançar a superioridade, o controle sobre nós. São criadores de brechas, de uma convicção sobre uma escapatória real, mas no fim, fazendo-nos cair sempre em desilusão, sem nenhuma escapatória. Decorrência de uma agonia em espera, até a chegada do calamitoso.

A tragédia, que decide a hora e o lugar sem o nosso consentimento, sempre afetando pelo menos uma vítima de maneira brutal. Acontecimentos que não desejamos para nós ou para o próximo. A escolha não é nossa, além do mais, ela já foi decidida. Os olhos são o juízo final. Os olhos já escolheram.

O imaginário com certeza tornou-se real. O imaginário tem cor, tem tato, tem expressão, tem olhos. Olhar profundo, olhar esse, sem tom, sem brilho, sem vida. O puro mal físico me observa.

No terreno baldio, marcado pela desgraça, os olhos não aguentam esperar mais, eles já escolheram.

A Abantesma, Rosalinne Orssow já escolheu.

Pelo sequioso amargo vermelho por todo o terreno confirma a sua morte. O farfalhar das folhas secas não negam a sua chegada, para o mesmo lugar, para o mesmo ambiente em que se foi quando viva.

O mundo dos mortos não se abriu para ela, sua alma não está estável. Ela ainda não pode descansar.

O cantarolar relembra a infância de Rosalinne. A sua triste infância. Tão miserável e sofrida.

O triste fim de uma vida, e o começo de uma vingança.....

----------- Que promete ser sem fim...

O Caso de Rosalinne OrssowOnde histórias criam vida. Descubra agora