[18] Capítulo

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Tzuyu segurou a mão de Sana durante todo percurso no carro, sentindo seu coração quebrar cada vez que ouvia a menina suspirar. Ela podia dizer que Sana ainda estava em pânico.

Tzuyu dirigiu por apenas alguns minutos antes de chegar em uma estrada de cascalho. Conduzindo o veículo da melhor forma que podia, Tzuyu subiu uma ladeira, até que chegaram no lugar.

"Vem cá," Tzuyu murmurou, rapidamente dando a volta no carro para abrir a porta do passageiro. Sana a olhou confusa.

"Confie em mim," Tzuyu disse suavemente, estendendo a mão para Sana. Timidamente, a menina menor estendeu a mão e permitiu que a mais nova a conduzisse para fora do carro. Até então, estava começando a ficar escuro, dando ao céu uma névoa azul estranha.

"Por aqui," Tzuyu apertou a mão de Sana e continuou levando-a pelo caminho de cascalho. Sana chegou mais perto dela, segurando na manga de sua camisa.

"Bem na hora," Tzuyu suspirou de alívio, rapidamente conduzindo Sana até o final do percurso em frente à clareira. A mais velha franziu o cenho quando elas chegaram ao pequeno penhasco. Abaixo, ela mal podia distinguir a forma da cidade.

"Vem sentar," a menina maior puxou a mão de Sana e sentou na grama. Lentamente, a garota se sentou ao lado de sua namorada.

"Há muito mais por aí, Sannie," disse Tzuyu após alguns momentos de silêncio. Ela percebeu o quanto Sana estava tremendo e puxou a menina em seu colo.

"Eu sei que parece muito real," ela sussurrou, descansando o queixo na cabeça de Sana enquanto admirava a cidade escura. "E talvez isso fosse real em algum ponto. Mas está no passado agora. E eu sei que é difícil de entender quando isso continua voltando, mas você apenas tem que seguir em frente."

Ela parou seu pequeno discurso para verificar o telefone, batendo rapidamente no ombro de Sana e apontando para a vista. "Olha isso," ela sussurrou, mantendo um olho nas horas.

Momentos depois, uma pequena parte da cidade piscou, antes de ir se acendendo. Logo, todas as ruas da centro foram se iluminando, brilhando em contraste com o céu escuro da noite. Os olhos de Sana se arregalaram e ela se sentou ligeiramente.

"Uau," Sana sussurrou, enxugando os olhos quando toda cidade se iluminou diante dela.

"Pode parecer que esse é o mundo agora," Tzuyu sussurrou, alisando o cabelo de sua namorada. "Mas é só uma pequena parte de você. Há muito mais por aí a fora."

Lentamente, Sana estendeu a mão e passou os dedos no rosto de Tzuyu, seguindo a linha de sua mandíbula. "Você é real, certo?" ela perguntou em voz baixa, estudando a maneira de como os olhos de Tzuyu se iluminavam à luz suave.

"Claro que eu sou," Tzuyu riu suavemente. Sana retirou a mão e negou, descansando a cabeça no ombro da maior.

"Que bom," ela murmurou, fechando os olhos e respirando fundo.

"Você quer conversar sobre isso?" Tzuyu perguntou cuidadosamente, esfregando círculos nas costas de sua namorada.

"Foi ele de novo," Sana murmurou. Havia algo a mais em sua voz, no entanto, algo que Tzuyu nunca havia visto antes. Ódio.

"Seu tio?" ela perguntou baixinho. Sana acenou com a cabeça contra o ombro de Tzuyu.

"Ele estava bêbado," Sana bufou, fechando os olhos com força.

"Fale," Tzuyu deixou escapar, assustando Sana. "Fale, Sana. Apenas fale."

"Falar o quê?" a mais velha olhou para cima lentamente.

"Você sabe," Tzuyu murmurou, colocando uma mecha solta de cabelo atrás da orelha da menina. "Você pode dizer."

Ambas meninas mantiveram contato visual por uns instantes. Sana respirou fundo e olhou para a cidade, deixando seus olhos se acostumarem com a luz.

BLUE (VERSÃO SATZU)Onde histórias criam vida. Descubra agora