10. Tão perto, mas tão longe

697 75 105
                                    

• Capítulo não revisado!

Boa leitura!!!

Quando chegaram em casa, Yumi dormia no sofá. Cora chupava o beiço e tentava colocar a mãozinha gordinha na boca, descansando no abraço apertado da irmã mais velha.

Lucien, de as mãos machadas com respingos de sangue, indicou que Saymon pegasse a neném.

O emissário serviu-se com uma dose de uísque e virou. Serviu um segunda dose, dessa vez bebericando enquanto mirava a filha dormindo plena na beirada do estofado.

Quis chorar até perder as forças.

Azriel abaixou-se e retirou as luvas de couro ensaguentadas antes de pegar a filha no colo e subir as escadas.

O ato pesando mais do que deveria. Algo que nunca mais havia feito ganhando outro significado aos olhos dos quatro.

Lucien a viu abrir os olhos com os movimentos bruscos, mas não disse nada quando os mirantes inchados, após o que apostava ser horas de choro, o miraram.

Jogou o sobretudo na poltrona e sorriu da forma que pôde ao ver o filho dando mamadeira para a neném. Ela agarrava os dedos dele e gargalhava quando ele fingia pega o nariz dela.

— E agora?

A pergunta de Saymon afetou Lucien mais do que ele imaginava.

E agora?

O que fariam agora que haviam dado ao rapaz o que merecia? O que fariam agora que haviam descoberto que ele era quase dez anos mais velho que Yumi e que mexia com coisa errada?

Sua menina sabia daquilo? Sabia no que estava se metendo?

Céus, não conseguia nem lembrar sem sentir-se pesado. As coisas que o sujeito lhe disse antes de queimar o pescoço dele com as mãos fervendo... Foram demais.

— Precisamos conversar com ela mais calmamente. — Ofereceu o copo ao filho. Ele deu um gole e lhe devolveu. — Ainda preciso... saber exatamente o que aconteceu.

— Tio Rhys vai tomar as providências?

— Vou fazer questão disso. — Garantiu amargurado. — Vou exigir que o prendam na parte mais funda daquela montanha, porque é isso o que ele merece. Não, acho que nem isso é o suficiente.

Cora resmungou. Saymon a trouxe para o ombro e bateu nas costinhas até que ela arrotasse. Ela se encolheu ali e segurou sua camisa suada com as mãozinhas gordinhas e fortes, decidindo que dormiria ali mesmo.

— Fica com ela essa noite? — Lucien pediu cansado, coçando os olhos. — Não acho que eu possa dar cem por cento de mim no momento. Muito menos o seu pai.

Saymon assentiu. Também estava cansado e esgotado, mas não faria mal ficar somente uma noite com a irmãzinha.

Seu pai lhe deu um beijo na testa e subiu, arrastando-se até o andar de cima. Embalou-se na poltrona de balanço até que ela dormisse, então apagou tudo e também subiu.

Corte de Beijos e Estrelas [SPIN-OFF]Onde histórias criam vida. Descubra agora