My Dear Neighbour - Kim Jonghyun

Capítulo 32 - Karma

3 dias depois.

— Eu já entrei em contato com a companhia aérea e nosso voo está marcado para amanhã. — Diz Jonghyun, vindo até mim, sentando-se ao meu lado no sofá do pequeno loft que ele tinhamos locado para os dias em que ficamos em Washington.

— Tudo bem, Jjong. — Deito minha cabeça sobre seu colo, instantemente ele afaga meu coro cabeludo.

— Está tudo bem? Digo, você está melhor? — Noto o tom de preocupação nas palavras do meu namorado.

— Eu irei ficar. Só está sendo difícil agora, mas já passei por isso antes. Vai passar. — Respondo, procurando sua mão quentinha para segurar.

— Quero que saiba que eu estou aqui. Para o que precisar. — Jonghyun beija minha mão.

Eu me sentia tão grata por ter Jonghyun em minha vida. Ele era tudo que eu precisava naquele momento. Sua presença me fazia bem, suas palavras me confortavam.

Enquanto eu estava ali deitada, meu pensamento volta-se para Hallie. Sua necessidade em conversar comigo.

Confesso que era estranho e que essa conversa seria um tanto quanto desconfortável, pois afinal, nunca chegamos a conversar de fato sobre tudo que acontecera no último ano. Como tudo chegou ao que estava hoje.

De repente me vejo tentada a ligar para Hallie. Talvez ela também precisasse de uma conversa com alguém.

Tiro meu celular do bolso junto do pequeno pedaço de papel com o número de Hallie.

— Está ligando para a sua ex-amiga? — Pergunta Jonghyun no momento que eu levo o telefone a minha orelha.

— Sim. Acredito que precisamos conversar.

— Tudo bem! — Jonghyun passa os dedos pelos meus cabelos. — Faça o que tem de ser feito.

Dia seguinte.

Dou mais uma olhada no menu da cafeteria. Embora eu já tivesse feito meu pedido e já tivesse decorado toda a seção de sobremesas, me ajudava a raciocinar o que eu falaria para Hallie quando a mulher chegasse.

"Olá? Como está se sentindo após a morte de Finn?"

Eu realmente não fazia ideia da abordagem. De como eu me sairia naquela situação. Ainda havia muita mágoa e ressentimento entre nós.

Isso era inegável.

Entretanto, sentia que eu precisava tomar aquele passo. Enterrar de vez todo o passado e recomeçar de fato, isso incluía fazer as pazes com aqueles que me magoaram um dia. Um deles eu já havia perdoado anteriormente, mas meu maior ressentimento era da pessoa que um dia chamei de amiga, que me acolheu e que me conhecia a anos.

A traição vinda do meu ex-marido em nada se comparava com a traição vinda de Hallie. Essa sim dóia como o inferno e embora já tivesse passado algum tempo, aquela ferida nunca cicatrizava.

O gentil garçom serve a xícara com o frapuccino que havia requisitado. Eu o agradeço e ele se retira depressa. Quando olho por cima dos ombros, vejo a figura de Hallie surgir nas portas de vidro.

Ela parecia ter sido retirada de um editorial de moda. O cabelo perfeitamente no lugar, a roupa em perfeito estado e a pose inabalável exalava confiança.

Confiança era a coisa que eu mais admirava na mulher. Ela sempre foi tão confiante, nunca duvidava de si. Esse sentimento transparecia em si, até a aura ao redor dela era diferente.

Ao me avistar, ela sorri de maneira tímida. O que era estranho porque Hallie era o total oposto.

Eu ajeito meu cabelo, colocando uma mecha rebelde atrás da orelha. Tento não a encarar, opto por tomar um gole longo da minha bebida e olho para a mesa do outro lado que tinha uma mãe e seu bebê.