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JULIANA FREIRE

JULIANA FREIRE

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📌 NEW YORK

Não é possível que uma pessoa seja tão rabugenta assim! No começo eu até poderia entender, e com o meu trabalho é normal, principalmente nas primeiras seções, os pacientes se queixarem de estarem desse jeito, sem vontade de fazer os exercícios e s...

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Não é possível que uma pessoa seja tão rabugenta assim! No começo eu até poderia entender, e com o meu trabalho é normal, principalmente nas primeiras seções, os pacientes se queixarem de estarem desse jeito, sem vontade de fazer os exercícios e se irritarem por não conseguirem fazer tarefas que antes eram extremamente simples. Eu já estava acostumada com isso e continuava fazendo meu trabalho com um sorriso no rosto e falando palavras de isentivo para eles, mas vincent é diferente de todos os outros pacientes que já tive.

Quando soube que ele seria o meu paciente, foi um amigo meu que havia me indicado e antes mesmo dele chegar já sabia da fama que ele tinha, mas não levei muito a sério e continuei meu trabalho tendo a certeza que com o tempo, vinnie melhoria seu mau humor. Já se passaram três meses e ele continua frio como um gelo. O acidente dele não é nem recente para ele poder vir a ter uma crise existencial e achar que a vida não é justa, culpando tudo e a todos. O acidente dele foi há três anos, o que me leva a crer que ele é uma pessoa amargurada por natureza.

O que explica ele não ficar em um fisioterapeuta mais do que um mês, ninguém o aguenta, apesar de ninguém admitir isso em voz alta. Respiro fundo e continuo meu trabalho.

Não sei se era impressão minha, mas hoje ele parecia estar ainda mais emburrado que o normal.

— Você poderia desligar a música?— ele pergunta entediado. Olho para a caixinha de som que tocava as músicas de natal da Simone.

— Claro— respondo ignorando o fato dele não ter pedido por favor

— Você prefere alguma específica?— pergunta pegando meu celular que estava conectado com o som.

— Não, só tira a música de Natal.

— Você não gosta do Natal?— questiono tirando a música e voltando para onde ele estava deitado na cama.

— Odeio.

— Caramba, é a minha época do ano favorita— digo sorrindo.

— Percebe-se— ele responde sério olhando a sua volta para toda a decoração de natal que eu tinha feito em minha sala. Fiz questão até de comprar uma árvore de natal e guirlandas.

𝐈𝐍 𝐒𝐄𝐀𝐑𝐂𝐇 𝐎𝐅 𝐂𝐇𝐑𝐈𝐒𝐓𝐌𝐀𝐒 Onde histórias criam vida. Descubra agora