Revelações II

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Chegamos em casa, apenas uma casa, eu não poderia chamar de lar, aliás não era um lar a muito tempo, que eu não sei oque é se sentir bem, segura, aconchegada a muito tempo e apenas um contato da minha aluna me fazia sentir tudo isso.

Ela é capaz de trazer tudo isso em apenas sua presença, me faz sentir assim, mas agora a única coisa no qual eu queria era apenas me livrar desse peso da minha consciência de uma vez.

Por sua vez, Fernando sentado do lado oposto da cama onde estávamos, quebrou aquele silêncio perturbador.

– a quanto tempo Lívia? "Fernando disse ainda calmo"

– oque?...

– não se faz de desentendida Lívia, a quanto tempo você está com ela? Aliás sua aluna não é?

Ao ouvir aquela pergunta senti um frio na barriga acompanhado de um arrepio, mas ele precisava de uma resposta, era o mínimo que eu poderia fazer naquele momento.

– Fernando... "respirei fundo tomando coragem" .. nos beijamos pela primeira vez, quando você.. levou flores e chocolates pra mim..no colégio.

Senti o meu rosto molhar instantaneamente, começei a soluçar e tentei ao máximo controlar o meu choro.

Ainda oque mais me assustava era a paciência em me escutar, não aumentava o tom de voz, não demonstrava emoções, estava quieto, não consigo entender, depois de me pegar traindo ele, com uma MULHER, como pode? Eu me faço inúmeras perguntas nesse momento, perguntas nas quais eu não tinha resposta.

– Lívia... desculpa, é culpa minha de tudo é minha.

Como? Que não consigo acreditar nisso, meu marido que acabou de me pegar traindo me pedindo desculpa, coisa que eu deveria está fazendo.

– Caralho Fernando, do que você tá falando? Você tá me deixando aflita, por que você tá pedindo desculpa? Puta que pariu.

– você acabou de me pegar beijando uma mulher, uma MULHER, e olha oque você fala pra mim... "levantei da cama andando de um lado para o outro do quarto, alterada"

– Lívia.. por favor "Fernando tentava interferir a fala mas é ignorado totalmente"

– foi inevitável Fernando!! Eu tentei, tentei ao máximo, mas foi mais forte que eu, me perdoa..

– Lívia!

– tá sendo difícil pra mim também, eu não queria isso..

– LÍVIA! porra!

Me assustei com o grito e me calei, as lágrimas incontroláveis rolaram sob o meu rosto, olhei para ele que estava de pé perto à porta.

– eu te traí..eu trai você primeiro Lívia.

E ele disse, sem conseguir me encarar, eu não sabia oque dizer, como? Como poderia estar acontecendo isso, tudo desmoronando de uma vez na minha cabeça.

Eu traí, me sinto envergonhada, uma traidora, uma mal caráter, acabo de descobrir que também fui traida, tudo isso em uma noite.

– oque?... quando Fernando? "O Encarei incredula"

Comecei a entender a forma estranha no qual fui tratada desde quando ele entrou na quela sala.

– à dois anos Lívia... e mantenho um relacionamento com ele até hoje... "Fernando disse, mas dessa vez olhando nos meus olhos" – isso é culpa minha! Me perdoa Lívia "segurou os meu braços"

me solta Fernando!

Me soltei dele e sai do quarto, Eu não  disse mais nada, não raciocínei, não tinha oque pensar.. ELE, Fernando disse com todas as letras, ELE, eu não sei quando minha vida se tornou esse caos, de mentiras e desavenças, oque eu mais quero é que acabe...

Lívia pov off...

– desculpa! Alessandra? Você ainda tá aqui?

Luísa disse logo após se esbarrar em Alessandra que saía da sala de Lívia ainda no colégio.

– ah.. Luísa eu.. nada eu só quero ir pra casa, se importa?

– não, tudo bem.. aconteceu alguma coisa?

– não, eu só estou cansada, você viu a Gabriele ou André por aí?

– olha a Gabi eu não vi faz um tempo, mas o André saiu com o peguete novo dele por aí, disse que ia dar uma volta..

– ah obrigado Luísa, eu tenho que ir agora tá.

Alessandra não esperou uma resposta da garota e apenas seguiu o caminho indo para casa, preocupada, ansiosa, com medo, não queria perdê-la mas também não queria ser apenas uma "amante" na vida de sua professora.

Foi. Com muitos pensamentos atordoando a cabeça mas foi até em casa.

Ao chegar não tinha ninguém, Dani tinha saído, a casa estava vazia, solitária, sem nenhum barulho, seria considerado paz, mas os turbilhões de pensamentos não a deixa nem por um segundo.

Respiração pesada, se jogou no sofá, começou a chorar, chorar sem nenhum pudor, sem se importar com quem poderia chegar a qualquer momento ali na sua casa.

Viu uma carteira de cigarros em cima da mesa de centro, nunca havia fumado, não via motivos para não fazer aquilo, tudo estava desmoronando na cabeça dela, tinha medo, não queria perder aquela mulher, que a algum tempo atrás disse que á amava e não obteve resposta.

Pegou o cigarro e acendeu, se deitou no tapete da sala, fumou aquele cigarro amargo, enquanto escorria lágrimas sob seu rosto delicado.

Descontado assim suas frustrações naquele cigarro, maldito cigarro, que naquele momento era o seu melhor amigo.

E assim a fumaça já estava em seus pulmões, e tomando conta do ar purificado da casa.

Alessandra pov...

Eu disse, sem medo eu a amo, olhando nos olhos dela, e eu amo, quero ela para minha vida, eu não quero é nem posso perdê-la, ela me faz sentir viva, que mulher.

Oque ela fez pra mim? Porque logo ela? Poderia ser qualquer pessoas no mundo, porque eu resolvi me apaixonar por você?

Sim agora eu sei, não adianta esconder, não adianta negar para mim mesmo, é a verdade, mesmo que tentasse uma hora ou outra eu iria ter que admitir isso.

Ela me deixou lá, não olhou pra trás, porque? Porque tudo dá errado pra mim, o marido dela apareceu, é claro que ela iria, eu não sou tão idiota ao ponto de achar que ela deixaria ele por mim, óbvio, não iria acontecer mesmo...

Eu estava deitada, por mim não levantaria mais, o cigarro acabou mas ainda não havia passado os meus problemas, me senti vazia, sozinha e a tristeza estava presente ali.

A campainha tocou eu não vou mentir a única coisa que eu queria era não me levantar ficar lá jogada com uma qualquer e eu não iria mesmo porém estava muito insistente.

Finalmente arrumei costas me levantei e fui em direção à porta, eu abri, eu apenas olhei encarei sem reação e sem dizer nada, sem entender nada..

DESEJO SUFOCANTE (PROFESSORA E ALUNA)Onde histórias criam vida. Descubra agora