Negação

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O celular tocou, uma, duas, três vezes... Lívia ao menos havia escutado tocar, estava tão concentrada na conversa que estava tendo com a mãe que não ligou para o resto do mundo.

Estava rindo horrores com os conselhos da própria mãe. Até que o celular tocou pela quarta vez, foi quando a mesma retirou o aparelho de dentro da bolsa. Atendeu e levou ao ouvido, escutou a voz de Mariana, carregava um sorriso genuino, realmente precisava daquele tempo com a mãe, precisava sair da bolha.

Alguns segundos se passaram, se passaram como uma eternidade, ao ouvir sua amiga extremamente nervosa do outro lado da linha telefônica, quando escutou Alessandra sofreu um acidente grave".

Paralisou, ficou estática em estado de inércia, não escutara mas nada, Mariana clamava por seu nome diversas vezes mas sem sucesso, não teve nenhuma resposta, as mão imediatamente ficaram trêmulas, a voz não saía, um nó na garganta foi formado intensamente, o celular deslizou rapidamente até o chão, enquanto as batidas ficavam freneticamente dentro de seu peito.

Medo! Sim o medo a possuiu por completo, aquele sorriso a minutos atrás já era totalmente inexistente. Nunca sentiu o verdadeiro significado na pele das sábias palavras:

"Na vida perdemos mais
Por medo do que
Por tentativas"

O medo é principalmente a culpa, a culpa veio de uma forma avassaladora como se tivesse adentrado as veias. Como uma droga, estava como uma dependente química só imaginar na possibilidade de perder Alessandra entrava em estado de abstinência, as lágrimas desesperadas escorriam descontrolavelmente, os soluços saindo violentamente de sua garganta.

Foi desperta do transe quando ouviu sua mãe chamar diversas vezes seu nome, preocupada com a reação de Lívia, a mesma quando voltou a si, pegou o celular rapidamente do chão. Procurou as chaves do carro dentro da bolsa com as mãos ainda mais trêmulas.

– filha pra onde você vai? ... LIVIA VOCÊ NAO PODE SAIR ASSIM "Gritou ao vê-la com a chave do carro na mão"

eu tenho que IR! "A voz saiu entre soluços do choro"

Saiu batendo a porta com toda força que ainda restava em seu corpo, correu até o carro sem se importar com oque deixava pra trás, ligou e apertou o acelerador com vontade.

As lágrimas rolavam incessantemente em seus olhos, embaçado sua visão diante da estrada, estava violência nervosa, seu coração doía carregando a culpa, teve certeza que uma espada atravessando seu peito doeria menos, com uma das mãos pegou rapidamente o celular discando o número de celular de Mariana que no mesmo instante atendeu.

– Mariana! Mariana me fala qual hospital ela tá! "Disse afobada"

calma Lívia você no volante pode causar mais um aciden ""fora interrompida por Lívia""

– FALA A PORRA DO HOSPITAL MARIANA! "Disse entre soluços agudos"

Percebendo que estava extremamente nervosa, Mari lhe passou o endereço foi quando Lívia foi direto, em uma velocidade tão alta que poderia arrumar muitas multas ou até mesmo atropelar alguém...

– porra! Porra! PORRA!

bateu diversas vezes contra o volante, tao forte capaz de machucar as mãos e deixar ematomas por toda região.

DESEJO SUFOCANTE (PROFESSORA E ALUNA)Onde histórias criam vida. Descubra agora