Um mês depois chegou o famigerado primeiro dia de aula.
Oliver andava saltitante pela casa, fazia aniversário antes de iniciar o ano letivo e um dos desejos dele, era encontrar seu pai um dia. Luisa nunca fazia uma festa grande porque ele não tinha amiguinhos para tal, e isso a magoava profundamente. O máximo era sair com ele e fazer todas as suas vontades, lhe dava inúmeros presentes e jantavam em seu restaurante preferido.
Oliver era a criança mais pura existente no mundo, ele não se importava em ganhar tantas coisas. Sua mãe era sua heroína e o seu maior sonho era conhecer seu pai e receber seu amor. Seu personagem favorito era o Homem aranha. Ele tinha ganhado tudo personalizado com seu nome por causa de seu aniversário. Agora com seis anos, ele era simplesmente um homenzinho sem papas na língua. Defendia sua mãe, Antônio e Nancy com unhas e dentes, além de ser supremamente inteligente. Luisa tinha muito orgulho dele, e seu coração apertava por saber que ficaria quatro horas longe da segurança de seu lar, sem sua proteção, carinho, amor e a mercê de maltratos dos alunos ou professores.
— É hoje mamãe! Meu primeiro dia na escola. Você vai me levar?
Luisa terminou de arrumar as coisas na mochila dele e o chamou para vê-lo em seu uniforme. Estava um amor!
— Ah meu filhote! Vem cá vem.
Ela o chamou e alisou sua roupa, seu topete que o fazia parecer um homenzinho, seus olhos verdes perfeitos. Era seu coração fora do peito, só pedia a Deus que o guardasse.
— Mamãe vamos tomar café? Tô cheio de fome.
— Pra ontem! E sem demorar viu?
Estando a mesa do café, ela já foi dando suas recomendações de mãe.
— Filho? A mamãe vai te dizer umas coisas e você presta atenção, ok? É muito importante.
— Uhum.
Balbuciou enquanto comia seu cereal.
— Se alguém brigar, implicar, ou te empurrar você conta para a Helô e pra mim, entendeu? Não precisa ficar com medo se os seus colegas te ameaçarem ou dizerem algo que machuque você ou a mamãe. Eu quero que me conte absolutamente tudo. Seja bom ou ruim, certo Ollie?
— Pode deixar mamãe, eu vou contar tudo.
Os dois fazem um high five!
<3
Marcelo estava pronto na casa de sua mãe, apenas saboreava seu café com calma pois estava no horário correto. Não soube se Débora veio atrás de si, e se o fez, com certeza dona Glória a mandou caçar sapo no mesmo instante. Ele já tinha mais do que claro em sua mente que não a amava, mas eis o comodismo o dominava certas vezes. Ele anelava por um relacionamento tranquilo, sem nenhum tipo de briga, pelo menos não todo santo dia. Gostaria de ser pai e poder se divertir com seu filho/a brincar com ele e passar seus ensinamentos adiante.
Ah se ele pudesse ser feliz com Luisa.
Olhou para o relógio e deu a hora de sair, se despediu de sua mãe e foi para a escola.
<3
Na Ruth Goulart, Marcelo estava entrando na rua da escola e viu um carro se aproximando, passaram vários pensamentos por sua mente, mas optou por não dar asas a imaginação. Talvez Débora tivesse razão ao dizer que toda sua história com Luísa estava na escola e que seria o lugar menos indicado para ele ir trabalhar. Mas como Débora é apenas sua parceira e não manda nele, ele iria seguir o que seu coração mandava. Estava mais do que na hora dele seguir o que sempre anelou fazer desde que havia finalizado seus estudos: Ser professor.
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That Green Eyes
RomanceNaquela noite Marcelo havia feito um pedido, porém não imaginava que ele virou realidade. Ficou curioso? Vem ler!