"Ela podia senti-lo.
Ele.
Somente ele.
Em meio a todo o caos."Ou
O que deveria ter acontecido quando as Winx matam Sebastian e Musa recebe seus poderes de volta.
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Ele estava morto. Era isso. Tinha acabado.
Sebastian estava morto.Todo o caos, barulheira e gritaria havia cessado.
Exceto para Musa. Para ela, tudo estava apenas começando.
Primeiro, ela foi inundada por alívio, felicidade, tranquilidade, mas depois veio um mar tão grande de dor, medo, tristeza e arrependimento que ela sentiu como se estivesse afogando. E ela estava. Estava afogando. Sendo consumida por cada emoção de cada ser vivo de Alfea. Seus pulmões se enchiam de cada sentimento negativo que era difícil de respirar, o pouco ar que entrava, queimava como água. Ela estava afogando.
— Musa!? — uma voz. Algo chamando-a da superfície. Alguém tentava trazê-la de volta enquanto sua mente afundava cada vez mais naquele turbilhão de caos.
— Merda! Musa, fala comigo! — a mesma voz. Chamando, implorando, buscando.
Algo tocou em seus ombros. Algo quente e tangível. E, pela primeira vez, ela se deu conta de onde estava. Estava em Alfea, com tudo voltando ao seu devido lugar e com um Riven completamente sério na sua frente.
Outro sentimento tomou conta, se sobressaindo sobre os outros. Alto. Quase como se fosse palpável. Preocupação. Preocupação que emanava fortemente do garoto a sua frente.
— Musa? — ele tentou mais uma vez, dando uma pequena chacoalhada em seus ombros.
— Oi? — ela respondeu tentando voltar a si, mas sua voz saiu tão baixa que ela não tinha certeza se ele havia escutado.
— A gente tem que sair daqui. Agora! — ele falava sério sem tirar os olhos dela.
Mas ela não respondia, não reagia, ela estava fisicamente ali, mas sua mente vagava por vários e nenhum lugar ao mesmo tempo. Ela experimentava o extremo de todas as emoções que a esmagavam e não sabia quanto mais suportaria até que ela cedesse e se deixasse ser levada totalmente por elas.
Ao perceber que a fada não iria conseguir mover um músculo por vontade própria, o instinto de Especialista se apossou de Riven e ele passou a guiá-la, segurando fortemente em seus ombros e a levando para o mais longe possível das mentes barulhentas das outras pessoas — não que a dele também não fosse.
Apesar de não existir mais perigos aparentes, Riven não queria correr riscos com Musa mal conseguindo falar ou entender o que está acontecendo ao seu redor, por isso ele foi até a floresta com ela, mas se limitou à barreira.
— Ei, Muse — ele chamou —, acho que aqui está mais calmo. Por favor, tente focar em outra coisa, preciso de você por completo aqui. — ele nivelou seu tamanho ao dela para capturar seu olhar.
Sim, as coisas estavam mais silenciosas, mas burburinhos ainda ressoavam no fundo de sua mente como se fossem um sino. E novas pontadas surgiam a cada vez que esse sino badalava.
Ela sabia que se continuasse focando nesses sussurros, enlouqueceria, então buscou novamente aquela alta onda de preocupação que sentira em Riven mais cedo, na esperança dela abafar todos os outros sentimentos. Mas foi em vão, Riven era puro caos e, agora, a preocupação estava embaralhada com diversas outras emoções, entre elas medo, pânico, desespero, dúvida e algo... confortável? Sim, algo macio e quente se encontrava no meio daquela bagunça de coisas ásperas e gritantes. Seria algo como amor? Ela tentou descobrir, focando apenas nessa sensação, mas não restavam forças suficientes para desvendar aquela cabeça caótica.
Ela levou as mãos às têmporas e se curvou, como se tivesse levado um soco no estômago.— Droga! — Riven resmungou se abaixando também, não queria perder o olhar dela — Musa, por favor, eu não sei que porra fazer com você desse jeito. Sei que te levar de volta pra lá só vai piorar tudo, mas não posso te deixar aqui sozinha enquanto procuro alguém que saiba lidar com isso. Por favor, Muse, foca em mim. — a última frase saiu quase como uma súplica.
Ele segurou em seu queixo para que ela o olhasse. Suas íris vacilavam entre todos os tons de roxo existentes, eles piscavam do lilás para o púrpura, para o violeta, para o magenta e voltavam para o roxo inicial. Suas feições exalavam dor e vê-la tão vulnerável daquela forma o machucava. Ela começou a se erguer novamente e ele seguiu o movimento ainda segurando em seu queixo, como se ela pudesse desabar se ele o soltasse — e talvez ela realmente fosse.
Após os dois se firmarem em pé novamente, em um lapso de segundo Musa foi inundada por calor, calor dos lábios de Riven colados nos seus e calor que as emoções dele emanavam.
De repente, uma das mãos de Riven está contra seu pescoço, envolvendo-se em algumas mechas de seu cabelo, lábios insistentes sobre os dela.Ela não impediu, ele não recuou.
Ela estava entorpecida. Luxúria, desejo, esperança e amor entravam com tudo nela, expulsando qualquer outra emoção que antes ali presente. Elas percorriam seu sangue como um líquido quente que trabalhava como um calmante, tranquilizando cada célula por qual passava.
Ela podia senti-lo.
Ele.
Somente ele.
Em meio a todo o caos.Ela pressionou de volta, buscando refúgio em seu toque. Ela não sentia mais os efeitos de uma pós-guerra, apenas a mistura cósmica de sentimentos que apenas o toque de Riven era capaz de causar.
Eles se afastaram pela falta de ar.— Desculpe. — o garoto sussurrou, dando-se conta do que havia feito.
Ele havia beijado ela. Ele sabia disso. Talvez tivesse sido uma atitude precipitada demais, mas ele sabia que dessa forma, seus poderes se concentrariam nele, desfocando do resto do mundo. Ok, ele pode usar isso como desculpa, por mais que ele saiba, de fato, o quanto queria beijar ela.
— Não tem que se desculpar, foi um bom palpite — ela sorriu —, mas é triste que essa seja a única forma pra você conseguir me beijar.
"Ai está ela, minha Musa está de volta." Riven pensou.
— Única forma de te beijar? Você que pensa.
Ela revirou os olhos, mas sorriu.
— Obrigada. Aquela sensação horrível ainda não sumiu por completo, mas você me deu um momento de controle. Isso foi bom.
Antes que houvesse uma resposta, ela o puxou novamente, selando seus lábios em um beijo rápido.
— Viu? Te beijei denovo. — ele debochou ao se afastarem.
— Errado. Eu te beijei. E posso fazer isso mais vezes, se quiser. — e saiu. Deixando um Riven completamente atordoado, mais alto do que qualquer outra droga jamais o havia levado.
Porque é assim que eles funcionam.
Entre provocações e flertes inocentes — ou não tão inocentes assim —, eles sempre vão buscar um ao outro.E eles se querem, pra caralho.
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One-shots | Rivusa - Fate: The Winx Saga
Любовные романыCada capítulo, uma one-shot diferente :)