VII

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— Oque você 'tá fazendo aqui?

— Eu? Bem... a Yeji me disse que o Myunghee tinha adoecido. — Na verdade eu a escutei falando com o Minho no telefone. — Então eu decidir vim ver como ele estava...— falou um pouco incerto se deveria estar ali. Não se sentia no direito de estar ali, e ainda mais, querendo saber do garotinho.

— Ver como ele está? — Questionou debochadamente, levantando-se do banco em que estava sentado e quase caindo, mas conseguindo equilibrar-se novamente.

Precisava comer.

— Sim... — Falou receoso, passando a destra em seus fios loiros e longos. — Eu sei que acha que eu não mereço saber de nada da vida dele nem da sua, e eu realmente não mereço, mas ele é meu filho, e eu sei que por mais que eu tenha abandonado você, é te magoado, eu me importo de verdade com ele Felix. No começo eu não queria, e assumo isso, eu estava assustado, me desculpe, eu era novo de mais pra ser pai, mas eu acabei me esquecendo de você... — Fez uma pausa, os olhos marejados indicavam que o garoto estava se segurando para não chorar. E bem, Felix não estava muito diferente dele, os dentes maltratando os lábios bonito na tentativa, um pouco falha, de segurar o choro. O seu coração partido não conseguia mais segurar oque sentia, e as lágrimas, essas que não podiam mais serem detidas, eram apenas a ponta do Iceberg de tristeza e magoa que o garoto sentia. — Você com certeza devia estar bem mais assustado do que eu, mas mesmo assim foi me contar, como...como se tivesse ganhado na loteria, e eu? eu fui um completo babaca com você, eu deveria ter ficado do seu lado, mas não, eu conseguir ser mais idiota do que já era e lhe abandonei quando você mais precisou de mim... — Fungou, a essas horas do campeonato o loiro já se encontrava com lágrimas, molhando o rosto bonito do mais alto, o homem estava quase a ponto de se ajoelhar perante o Lee mais novo e lhe rogar perdão. — Felix, por favor eu te imploro, me perdoa, se...se não quiser eu entenderei, afinal fui muito babaca e idiota com você, mas lhe pedirei uma última coisa. — Segurou a mão do loiro, esse que se encontrava com o rosto todo vermelho por causa do choro. A dor de ser abandonado quando mais precisou ainda o atormentava. — Não me separa do Myunghee. Por favor, te imploro, não me separa dó Myunghee. Eu te peço, por tudo que é mais sagrado, não me separa dele. — Implorou.

— Sabe Hyunjin. — Começou, soltou suas mãos do aperto das mãos do mais velho, colocando-as dentro do bolso traseiro da sua calça. — Por mais que eu tenha sonhado com esse momento por anos, eu não sei se consigo te perdoar. Eu sofri de mais sozinho, por mais que eu tivesse meus pais, meu irmão e o Jisung pra me ajudar no que eu precisasse, foi muito difícil ter passado tudo aquilo sem você, o sentimento de abandono ainda habita aqui dentro. Porque eu precisava de você, eu e o Myunghee, precisávamos de você, mas... você não estava lá. — Falou limpando as lágrimas teimosas que ainda caiam pelo seu rosto. Não queria mais chorar por aquele assunto. E por mais que o seu interior disse que não e o alertasse para se afastar, o seu coração, lá no fundo ainda amava Hyunjin, afinal ele havia sido seu primeiro amor. Mas não queria passar tudo aquilo de novo. Não mesmo.— E você mais do que ninguém sabe o quanto é ruim o sentimento de abandono, o sentimento de ser abandonado por quem você mais amava, e você sabe o quanto dói esse sentimento. — Deu uma pausa. — Você sabe que, mesmo que se passe anos, aquilo ainda dói, você sabia, você sabe. Você se lembra quando os seus pais biológicos deixaram você e a Yeji, sozinhos naquele posto de gasolina, quando eles abandonaram vocês quando mais precisaram, vocês só tinham 7 anos, mas isso não importou pra eles. Você sempre dizia que não queria ser igual a eles, mas você fez a mesma coisa que eles. Você abandonou quem te amava a cima de tudo. — Deixou um soluço escapar. — Sabe Hyunjin, eu até posso perdoar você algum dia, mas pra isso você terá que buscar ser perdoado, e sobre o Myunghee, por mais que eu quisesse lhe separar dele, para que eu não ter que olhá-lo novamente, não posso, já que eu tenho um irmão boca grande o suficiente pra ter contado sobre você a ele, mas do mesmo jeito que você "tentará" ganhar o meu perdão, também terá que ganhar a confiança dele, ele não gosta muito de você agora.— Disse, dando um sorriso cansado, afinal aquele assunto nunca lhe deixava bem.

— Certo. — Disse firme, limpando as lágrimas e se recompondo. — Não importa o quão difícil seja conseguir isso, eu não vou desistir e fugir igual da última vez, lutarei por isso, afinal o seu perdão e a companhia do meu filho são mais importantes do qualquer outra coisa. — Confesso confiante.— mais uma última coisa. — Esperou o Lee mais novo concordar para que continuasse. — Será que eu poderia lhe dar um abraço? Se não quiser eu entenderei, afinal fiz muitas merdas que lhe magoarão. — Perguntou incerto, recebendo a confirmação logo após. O Hwang sorriu largo e abraçou o corpo pequeno do Lee.

E um abraço foi dado, repleto de arrependimento, saudades e talvez até um pouco de amor. Mas só um talvez.

O consciente de Felix lhe dizia para se afastar, mas estava com tanta saudade, porém não iria ceder fácil. Se Hyunjin quisesse ser perdoado, ele teria que buscar o seu perdão.

E não muitas longe dali, os dois eram observados pelo casa Minsung – A pequena Jimin se encontrava adormecida nos braços do pai mais novo. Estavam se perguntando se os dois finalmente tinham se resolvido, e se Felix finalmente tinha o perdoado, mas pelo visto, e o pelo andamento das coisas, aquilo demoraria um pouco, mas tudo bem, contanto que no final os dois garotos se resolvam, está tudo bem.

E bom talvez tivesse demorado mais do eles esperavam, mas ok.

Sendo babá do meu filho- hyunlix Onde histórias criam vida. Descubra agora