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— Ah, oi! — Elain deu um pulinho e sorriu quando a porta se abriu.

Ah merda. Será que ela ainda podia dar meia volta e ir embora? Tipo fingir que errou a casa ou sei lá. Bem, não estaria mentindo totalmente.

Ela foi convidada para uma festa aqui, nessa rua, mas estava tudo tão quieto que, ou os universitários da Briar resolveram se comportar uma vez na vida, ou não tinha festa alguma. E imagine a surpresa que ela não teve ao perceber que o celular, que tinha deixado carregando desde que entrou no banho até o momento que saiu de casa — já atrasada para a tal festa — não estava realmente carregando.

Assim, ela não podia confirmar o endereço, entrar em contato com quem a convidou e muito menos chamar um táxi para voltar a River Hall. Daí viu uma casa com um canteiro de flores na entrada que achou lindas de morrer, e as luzes da sala estavam no ligadas, então tocou a campainha porque a senhorinha que morava lá podia ser uma querida e lhe emprestar um telefone para chamar um táxi.

Mas um gigante ruivo foi quem abriu a porta e toda a conversa sobre jardinagem que ela tinha planejado com a suposta senhorinha dona do canteiro foi por água abaixo. Elain engoliu em seco e piscou algumas vezes para reprogramar o roteiro. O homem franziu as sobrancelhas, a observando curioso.

— Você teria um carregador para me emprestar? Ou um telefone? — disse a primeira coisa que veio à mente.

Ele a avaliou, mas não com desejo como a maioria dos caras e isso lhe deu certo alívio. Definitivamente era uma burrada entrar na casa de um desconhecido no meio da noite sem nenhum meio de comunicação.

Enquanto isso Lucien pensava a mesma coisa. Aquela garota era muito burra ou muito corajosa, que seja. Deu de ombros e rumou para o interior da casa.

Elain o seguiu tímida, observando cada mínimo detalhe discretamente. Qualquer sinal de que ele fosse um psicopata que iria estripá-la e jogar seu corpo no rio, ela sairia correndo pela rua mal iluminada. Mas não, tudo parecia bem normal, um pouco de bagunça aqui e ali mas nada fora do comum.

— Espera aqui — o ruivo virou para trás indicando a sala e ela disfarçou a inspeção meticulosa. — Vou pegar o carregador.

Ele subiu as escadas enquanto a morena sentava no sofá. Sorriu vendo o que passava na televisão, reconhecendo o programa. Era seu favorito! Relaxou um pouco no sofá, apoiando as costas também, porque seus saltos estavam matando-a e, convenhamos, um cara que gosta de programas do Discovery Home & Health não pode ser um psicopata, isso era fato.

Lucien não encontrava a porcaria do carregador. Estava bem aqui hoje mais cedo, seu celular era do mesmo modelo do dela então serviria. Mas simplesmente tinha desaparecido.

Estava com medo de parecer suspeito, de deixá-la pensando que ele estava aqui pensando em meios de matá-la. Ou ela pode ser uma golpista e estar lá embaixo roubando sua televisão e seu computador, seu idiota. Merda.

Eris, é claro! Correu para o quarto do irmão, do outro lado do corredor e encontrou o carregador em cima da escrivaninha. Seu carregador. Que Eris estava sempre pegando sem pedir. Irmãos.

Aliviado desceu as escadas para encontrar a garota bem aconchegada em seu sofá, os sapatos de salto alto no chão e ela fazia massagem nos dedos de pernas cruzadas enquanto tinha os olhos vidrados na tv.

Burra, corajosa ou golpista? Lucien ainda não conseguia decidir.

— Aqui está o carregador, a tomada é ali — chamou a atenção dela e ela despertou do transe que estava em... Irmãos à Obra?

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⏰ Última atualização: Nov 29, 2022 ⏰

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