Bela noite

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ROSE

Com meus 17 anos, eu decidir encarar a vida e a primeira coisas que fiz foi tentar arrumar um emprego, sim um sustento pois não poderia ficar mais na aba de uma senhora que tocava um cabaré. E toda manhã durante 7 dias ia a cidade procurar algo, mas todos me rejeitavam e me diziam que eu não era moça direta pois morava em um cabaré, os não diários no princípio me colocaram para baixo, mas eu tinha que resistir.
A floristas que sempre ali estava aos sábados, que me viu perambular pelas ruas chorosa e cabisbaixa, me chamou de canto e eu desabafei todas as minhas dores contando toda a minha triste história, ela se compadeceu e me ofereceu parar ser uma florista assim como ela, eu sem opção mas muito grata pela oportunidade aceitei de bom grado. E assim comecei a vender flores aos casais apaixonados que ali passavam naquela praça, sempre trabalhei ao fim de tarde pois assim quase ninguém me reconhecia porque se não ninguém queria comprar flores de uma moça que só por morar em um cabaré também levava fama de metris.
Eu via aqueles lindos casais de jovens que saiam para passear depois da missa, sorridentes e felizes com suas vidas, jovens que cortejam suas lindas damas doces e inocentes com lindas flores.
Eu ficava feliz só de ver suas felicidades, mas também triste porque sabia que nunca viveria aquilo.
Minha única flor foi uma amarela que o meu primeiro e único amor havia me dado em uma manhã.
Em meus devaneios ia vendendo minhas flores, não era muito mas estava feliz com o que ganhava. Dava para comprar meus vestidos e sapatos juntando aos poucos.
E ainda passeava vendo o entardecer, sempre sozinha.
Em um entardecer onde a lua cheia já era vista no ceu, já havia vendido todas as minhas flores, me sentei em um banco da praça mais afastado e me pus a observa todo o movimento, estava ali invisível aos olhos dos demais, via famílias passando felizes, moças sendo cortejadas e crianças correndo felizes. Todos pareciam perfeitos, e eu ali me sentindo o ser mais imperfeito de todos, como uma flor murchar em uma paisagem perfeita.
Estava presa em meus pensamentos no momento em que ele apareceu e se sentou ao meu lado.

- Olha quem eu reencontro de novo. - Aquela voz eu reconheceria em qualquer lugar. Ele, Félix.
- Você, que coincidência. - falo levantando minha cabeça e o olhando direto nos olhos. E ele firma seu olhar nos meus e me encarar com aqueles olhos negros como a noite que vinha chegando.
- Sim sou eu, prazer moça. - Ele me estende a mão em um gesto de cortesia, eu lhe entrego minha e sorrio ainda sem desviar meu olhar do dele.
- Prazer, Félix. E pode me chamar de Rose. - Ele levanta minha mão na altura de seus lábios e beija as costa de minha mão. E sorrir de lado.
- Rose, lindo nome para uma dama.
- Não é o que o povo desta cidade diria. - Ele solta minha mão e olha ao redor.
- Está cidade é atrasada Rose, não se preocupe muito com o que vão dizer. São todos de mentes pequenas.
- Rum, pode até ser. - Eu também olho em volta, já está ficando tarde.
- Bom Félix eu preciso ir.
- Você vai para o Cabaré?
- É lá que eu moro, certo.
- Certo. É um longo caminho para uma jovem já está tarde. Posso lhe acompanhar ?
- Estou acostumada, mas como desejar. - Eu me levanto e ele me segue, vou andando calmamente pela calçada e já quase não havia movimentação por ali. Ele anda tranquilo ao meu lado com suas mãos enfiadas nos bolsos de sua calça de linho escura. Eu vou segurando minha cestinha de flores já vazia, andamos em silêncio por um bom tempo até chegarmos na estrada de terra onde leva para o Cabaré, e a única luz pelo caminho é a linda lua de prata que reina no céu.

- você não precisava me acompanhar até o final.
- Eu sei Rose, mas eu quero.
- Entendo.
- Se me permite, você está mais bela do que da primeira vez que te vi.
- obrigada - Nesse momento eu sei que fiquei vermelha.
- Você se envergonha muito fácil. - Ele para e me olha, estávamos no final do caminho. Eu também paro e o encaro de volta.
- Eu tenho vontade de fazer isso desde o primeiro dia.

Ele chega mais perto de mim e passa suas mãos por minha cintura me puxando para si, ele olha no fundo de meus olhos e sorrir maliciosamente, com desejo, com vontade e muita luxuria ele me beija ferozmente, uma de suas mãos sai de minha cintura e vai subindo lentamente explorando a lateral do meu corpo até chegar em minha nuca, ele enfia suas dedos cumpridos e ágeis entre meus cabelos e puxa firme fazendo minha cabeça ir para atrás e me obrigando a separar meus lábios dos deles, fechos os olhos ao sentir sua boca beijando cada centímetro de meu pescoço.
Com a outra mão ele me aperta e eu posso sentir uma elevação entra minhas pernas, minha respiração estava ofegante e eu estava totalmente entregue naquele momento. Ele vai beijando meu pescoço descendo sua boca até meu decote e para, suas mãos ainda está firme em meus cabelos loiros, ele Volta e sela meus lábios com um beijo. E eu solto a minha respiração e ele está me olhando serio e eu sei que estou vermelha de novo.

- Linda. - Aquela voz rouca.

Ele me solta e ajeita suas calcas, e eu fico meio sem entender o porque ele parou assim do nada.

-A dama está entregue. Tenha uma boa noite Rose.

Ele se vira e volta caminhando pelo caminho descendo a estrada. E eu sigo para minha casa onde eu tenho uma bela noite de sonhos.

Destinos Cruzados: A História De Rose. Onde histórias criam vida. Descubra agora