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First estava nervoso, sua perna sacudindo sem parar enquanto ele alternava o olhar entre a porta da loja e o relógio pendurado na parede da cafeteria. Os ponteiros pareciam estar com pressa e as horas passaram voando. Quando faltava pouco menos de 10 minutos pra sua próxima aula começar, ele soltou um suspiro e se deu por vencido, não conseguiria encontrar com aquele rapaz hoje.

Ele se levantou, jogou a mochila sobre o ombro e caminhou cabisbaixo até o balcão.

— Problemas no paraíso? - Ele se endireitou rapidamente quando uma voz divertida soou do outro lado do balcão.

— Não precisa ficar provocando, sabe?!

— Eu não provocaria se você não parecesse um stalker agindo desse jeito.

— Muito engraçado, Mini. Se você me dissesse o nome dele, talvez eu tomasse coragem pra ir falar com ele. - Ela deu uma risadinha debochada.

— Pois eu duvido muito. O pessoal já começou a fazer apostas ridículas com sua situação, sabe?! - First contorce o rosto em desgosto e Mini ri dele de novo. — Certo, vamos ao que interessa. Vai ser o mesmo de sempre hoje? – First assente.

— Inclui um bolinho também, meus nervos estão me matando.

— O que eu faço com a bebida se ele não aparecer?

— Não se preocupe com isso, ele vai aparecer. - Mini dá de ombros e prepara o pedido.

Depois de pagar e se despedir de Mini, Fist caminha apressado em direção a porta, guardando seu pedido na mochila e xingando por ter se distraído ao ponto de estar atrasado pra aula. Ele não perde o passo nem mesmo quando alguém esbarra com força em seu ombro e um grito de desculpas o alcança enquanto atravessa a porta.

Khao balança a cabeça em negativa quando Mini ergue as sobrancelhas em uma pergunta silenciosa. Ele não tinha o que dizer. E daí que ele dirigiu a palavra a First pela primeira vez e o rapaz nem o olhou? Ele nem mesmo tinha a real intenção de fazer isso, as palavras saíram no automático quando ele sentiu o encontrão em seu ombro e percebeu que o rapaz tinha saído sem lhe dar tempo de se desculpar. Sorte a dele que First não tinha notado que era ele, ou azar.

Já faz um tempo que ele esperava o rapaz ter coragem de abrir a boca perto dele, mas isso parecia estar longe de acontecer. First apenas aparecia por ali e o observava, às vezes mandava uma bebida e sorria em sua direção quando pensava que ele não estava olhando, mas Khao era bem consciente de sua presença.

Ele não notou de imediato o que estava acontecendo, mas foi difícil não perceber quando o rapaz aparecia mais e mais frequente no café quando ele estava por lá. Então começaram a vir as bebidas. No começo First mandava bebidas variadas, como se quisesse saber exatamente de qual Khao gostava, foi por isso que quando ele mandou um chá gelado com leite, sua preferida, Khao fez questão de elogiar a bebida na frente dele.

Khao não fazia a mínima ideia do porque First desenvolveu tal interesse nele e isso o deixava curioso, mas Mini jurava que não sabia e Khao resolveu esperar até que First estivesse pronto pra se aproximar, por isso pediu a Mini que não lhe contasse seu nome ou qualquer coisa relacionada a ele. Se First realmente quisesse saber quem exatamente era Khao, que ele viesse saber direto da fonte.

— Sem bebida hoje? - Khao perguntou ao se aproximar do balcão.

— Nada disso, ele deixou paga antes de sair. - Mini respondeu já preparando o chá. — Ele sabia que você viria.

— Ele é um cara meio estranho, fico me perguntando se devia sentir medo.

— Medo de que? O cara treme só de pensar em chegar perto de você. - Khao estala a língua no céu da boca.

The Sound of BeatsOnde histórias criam vida. Descubra agora