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First não sabia muito bem o horário que começaria o karaokê, Mini não o tinha dito e nem Khao, mas não queria parecer muito ansioso e chegar cedo demais - apesar de estar. Ele se vestiu confortavelmente, calça jeans e camiseta, suas mãos suavam como nunca antes e ele não conseguia parar de esfregá-las contra a calça para secar. A loja-café estava mais cheia do que estava acostumado, havia mais mesas espalhadas pelo local e todas elas pareciam estar ocupadas, mas ele não conseguiu localizar Khao em nenhuma delas. Mais ao lado do balcão foi montado um palco improvisado, apenas com microfone e um telão iluminado por um retroprojetor.

First estava se sentindo um pouco deslocado naquele ambiente. Ele tinha mandado uma mensagem pros seus amigos mais cedo, avisando-os do karaokê, só por precaução. Caso Khao não pudesse aparecer, pelo menos existia a chance dele não ficar sozinho. Ele se aproximou do balcão e avistou Mini sentada em um dos bancos, debruçada e próxima demais enquanto conversava com a menina que parecia ser uma das atendentes.

— Olha quem apareceu! - Mini se animou quando o viu sentar ao lado dela.

— Eu não sabia que ia te encontrar aqui a essa hora. - First pede um dos drinks que eles estão vendendo essa noite, qualquer um, ele só quer sentir o álcool queimar sua garganta.

— Tem certeza que não sabia? - Ela deu uma risada alta, First apenas rolou os olhos com um sorriso de canto.

— Mas o que você tá fazendo aqui? Por que não tá com ele?

— Você o viu? - First ajeita a postura, o nervoso se apossando dele novamente.

— Claro que sim. Ele estava naqueeeele canto. - Mini aponta em direção a um canto mais afastado da multidão, quase de frente pro palco, mas mais próximo do local em que eles tinham o costume de ficar. First ri de si mesmo. É claro que Khao estaria por lá, ele não abriria mão daquele lugar, como ele não pensou nisso?

Como se pudesse sentir First o olhando, Khao desviou os olhos do palco e o encarou. Ele ainda estava com a roupa do memorial, seu coração ainda estava pesado, as lágrimas vez ou outra ameaçavam o dominar, mas nada disso foi maior do que a vontade de ver First. Assim que ele se despediu do pai, ele correu pra loja-café. Khao já estava finalizando seu terceiro drink quando decidiu que era melhor pedir uma cerveja, ele não queria ficar alterado demais para encontrar First, se é que First apareceria. Ele estava decidido a tomar alguma atitude com relação aos seus sentimentos, tentar fazer First entender que eles compartilhavam do mesmo interesse e que ele queria passar mais tempo ao lado do rapaz.

Se First aparecesse, esse seria um sinal claro de que eles poderiam dar um passo mais à frente na relação deles. Khao finalmente acreditaria que First poderia estar apaixonado de verdade por ele e assim, ele se sentiria livre para admitir que também estava apaixonado pelo rapaz - como se isso já não estivesse claro.

Quando seus olhos se encontraram com os de First e o rapaz começou a caminhar em sua direção, o coração de Khao começou a acelerar, ele já podia sentir a boca seca, as mãos suadas e o medo de se desesperar, era real. Ele quase podia se ver encontrando First no meio do caminho e selando os lábios nos dele enquanto segurava seu rosto. Foi preciso muito esforço para que ele não o fizesse.

First acenou pra ele quando parou em frente a mesa e Khao pôde perceber os olhos dele acompanharem os movimentos de sua língua, que umedecia os lábios. Ele não sabia se a bebida finalmente estava fazendo efeito, mas o seu corpo parecia estar pegando fogo naquele momento.

Uma alta microfonia fez os dois se encolherem e despertarem, seus olhos se desviaram pro palco onde Mini estava com as mãos unidas na frente do corpo e se desculpava pelo incidente.

The Sound of BeatsOnde histórias criam vida. Descubra agora