CHPT5

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Summerville Beach Resort

Praia de Muro Alto.

⭐️

RICHARLISON.

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Acordei cedo pra poder aproveitar o dia.

Eram 9h30 da manhã e o sol já brilhava forte no céu azul e sem nuvens.

Escutei algumas vozes e risadas vindas da cozinha do enorme apartamento que aluguei no resort, para que toda minha família pudesse ficar junta, minha tia que me criou, meu pai, meus irmãos e primos.

Desci as escadas esfregando os olhos, e fui direto para a mesa comer.

- Bom dia, Charlinho! - Tia Dice veio me dar um beijo no rosto. - Dormiu bem?

- Bom dia, Tia. - respondi ainda meio rouco. - Dormi sim, e vocês? - perguntei a todos presentes na mesa.

Depois de receber apenas respostas positivas, todos começaram a conversar amenidades uns com os outros, vez ou outra eu era envolvido e acabava interagindo.

Mas minha cabeça estava em outro lugar.  Alguém, na verdade.

Ja faziam três dias que estávamos no resort, todos estavam muito felizes aproveitando a praia e as piscinas, e também todas as bebidas e comidas que poderiam querer.

E eu estava feliz que minha família estava feliz e se divertindo, eu também estava. Mas pensava muito em Laura, não sabia o motivo.

Quer dizer... a gente se fez companhia durante um voo, ok. Mas e aí? por que eu não consigo parar de pensar nela, mesmo sabendo que eu nunca mais vou vê-la.

Esse tipo de questionamento me rondava a mente o dia todo.

- O que tem de errado com você? - Tia Dice parou do lado da espreguiçadeira onde eu estava assistindo meus primos jogando vôlei na piscina.

- Como assim, tia? - Coloquei os óculos de sol na cabeça e olhei seu rosto com uma expressão confusa. - Eu tô normal.

- Meu filho, tá pensando que eu nasci ontem, é? - Ela colocou os dois braços na cintura. - Eu quem te criei moleque, te conheço como a palma da mão, pode me falar.

-Eu só tô nervoso, sabe, por participar da copa do mundo. - menti miseravelmente, e ela obviamente não acreditou em uma palavra sequer.

- Não, não é isso. Você não fica nervoso por entrar em campo, só o que te deixa assim caladão são assuntos que envolvem ou a cabeça ou o coração. 

Merda, essa velha me conhecia demais.

Suspirei e cruzei os braços, desviando o olhar.

Talvez falar com alguém me ajudasse a ter um choque de realidade.

- Então... - limpei a garganta. - Eu vim na viagem acompanhado de uma menina que eu ajudei a chegar no avião, ela tava perdida. Acabou que coincidentemente a poltrona dela era bem do lado da minha, e eu estranhei que ela me tratou que nem uma pessoa normal, sem aquela afobação, sabe? De primeira ela não sabia quem eu era, e mesmo depois de saber, continuou me tratando como alguém normal.

Parei por um momento, tentando achar uma forma de explicar o que isso tinha a ver com o fato de eu estar "estranho".

Mas para um bom entendedor,
meia palavra já bastava.
Tia Dice viu a moça de relance aquele dia
e já havia entendido o que
estava acontecendo ali,
mas resolveu não o interromper.

𝐿 𝑢 𝑐 𝑘 - 𝓡𝓲𝓬𝓱𝓪𝓻𝓵𝓲𝓼𝓸𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora