𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 [1√]

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Com a preguiça já era difícil de se levantar, ainda mais em uma sexta com o corpo gigante do seu melhor amigo te cobrindo. Eu já tinha despertado a pelo menos vinte minutos, mas minha mente estava vidrada nos pensamentos, e talvez até na inveja que eu sentia.

Virava meu rosto para o garoto do meu lado, Luke e eu éramos melhores amigos desde o quarto ano. Porém, às vezes eu poderia ser considerada sua sombra, a esquisita amiga do cara mais incrível da escola, e isso não sou eu que digo.

— Tá pensando oque, morena? — A voz dele em minha mente me fez acordar de meus pensamentos, olhei para ele e o via me observando com aqueles olhos azuis incríveis.

— Só em como eu odeio sextas-feiras

Pude ouvir uma risadinha baixa dele, que se sentava e observava em volta meu quarto. Olhei para o relógio de cabeceira, já se passavam das seis e vinte da manhã o'que fez eu me levantar rapidamente. Calcei as pantufas e caminhei até meu banheiro começando minha organização matinal para a escola.

Uma apresentação rápida sobre mim é, me chamo Lorena, completo vinte anos em menos de dois messes. Eu sou melhor amiga do maior e melhor jogador de futebol americano da escola, um clichê de amizade, eu sei. Acho que nós nunca tivemos algo a mais que amizade, eu pelo menos, considero ele um irmão. E ele, bem, ele namora a Elis, como qualquer clichê, ela é a líder de torcida da escola. Eles são fofos, pelo menos seriam se eu não fosse a melhor amiga de Luke.

Ok, acho que é meio difícil para você entender essa narração, tipo, que merda é essa? Mas acalme seu coração, o tempo lhe dirá tudo.

Quando saí do banheiro, Luke já vestia seu uniforme para escola e conversava com alguém no telefone. Algo mais ridículo ainda seria que a escola seria integral, com uniformes obrigatórios. E os uniformes são legais, seus problemas é que maioria deles em filmes escolares americanos são a sexualização. Mas, oque chama mais a atenção de adolescentes na puberdade? O mercado cinematográfico às vezes pode ser uma merda.

Vesti a saia que seria uns dois dedos acima do meu joelho, junto de meias que vinham até a metade das canelas e uma camiseta com o emblema da escola. Por cima um moletom de cor preta, sua estampa seria o símbolo da feiticeira escarlate da Marvel. Meus cabelos cacheados foram presos em um coque, e em meus pés um All Star preto.

Ok, talvez eu entendesse um pouco oque dizem, mas é muito melhor estudar estando confortável do que bonita.

Luke ao invés de uma saia, vestia uma calça moletom das mesmas cores de meu uniforme, branco e azul. A diferença de sua blusa era também o brasão do time de futebol, a em suas costas era bordado seu nome, um luxo ridículo.

— Pronta? Preciso buscar a Elis também, o pai dela tirou o carro e ela tá em chilique por ter que ir caminhando pra escola.

O dito dele me fez rir, a garota era filhinha de papai, era incrivelmente insuficiente de todas as maneiras. Concordei com a cabeça, apenas pegando minha mochila em cima de uma cadeira.

Sentei no banco de trás do carro dele, uma observação é que Luke mora na casa em frente a minha, mas ele passa o maior tempo na minha. Porquê? A resposta é simples, Daddy Issues.

Acho que este é o ponto da nossa amizade ser tão forte, quer dizer, ele tem problemas com o pai e eu com a mãe. Nós dois nos complementamos, e ajudamos um ao outro com nossas experiências, oque até eu acho fofo. O problema é que a minha relação com minha mãe é complicada pra caramba, um resumo seria que depois que meu pai morreu, ela foi diagnosticada com esquizofrenia, e agora é uma doida alcoólatra.

Vida foda, viu?

Quando foi estacionado na grande casa de Elis, dava pra ver ela saindo de dentro saltitante, seus fios loiros presos em um rabo de cavalo iam para cá e lá. Eca, que nojo.

— Oi amorzinho! Que saudades eu tava de você!

A loira oxigenada entrava no carro falando com Luke, e o atacando com beijos, oque mais parecia que ela comia ele. Eca, que nojo! Os dois ficavam naquilo por alguns segundos, pareciam que estavam sozinhos, aquilo era constrangedor pra caramba.

Um barulho feito por minha garganta acordava os dois daquele transe, enquanto ele parecia envergonhado e se ajeitava no banco, ela agia com normalidade, apenas ignorando minha existência ali.

Não era algo incomum quando eu estava com Luke, quer dizer, ele é gato! Com seus cabelos tingidos de talvez um branco, e o melhor jogador de futebol americano da nossa escola. Quem iria ligar pra melhor amiga nerd dele? Nem eu ligaria. Outro ponto dos filmes americanos de romance escolar, o principal sempre tem uma melhor amiga que ninguém liga, no caso, esta sou eu.

O caminho até a escola era acompanhado de conversas irritantes sobre festas e roupas pela Elis, músicas parcialmente boas no rádio e minhas leituras pelo telefone. A melhor coisa criada no mundo foi a leitura pelo telefone, posso fazer isso em qualquer lugar, simplesmente incrível.

Quando chegamos na escola apenas me despedi dele com um aceno, e caminhei para dentro dela. Nós não ficamos papeando na escola, posso sentir que talvez seja algo comparado a medo de perder a popularidade? Nunca se saberá.

Um Clichê Adolescente (só q não)Onde histórias criam vida. Descubra agora