#003 - Chamado ao resgate

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Millo, ao ver a carruagem da guarda se distanciando, fica cada vez mais paralisado pelo medo e pela sensação de estar acontecendo tudo novamente, a sensação de se perder alguém que gosta, a sensação de ficar sozinho novamente, tudo em um turbilhão de emoções, pensamentos a mil, e ao fundo um choro desesperado, que logo reconhece como o choro de Taruch, Millo então recobra a consciência.

- Millo, o que vamos fazer agora? – Diz Taruch em meio a soluços.

- Temos que levar Alaãn para o curandeiro, vamos Taruch me ajude a carregar Alaãn lá pra fora. – Pede Millo.

Os dois então unem esforços para carregar Alaãn inconsciente para o lado de fora da casa, e com muita dificuldade conseguem levar ele até o curandeiro do vilarejo. Chegando a casa do curandeiro, Millo bate forte na porta, mas sem resposta, tenta novamente com mais força e grita por ajuda, mas novamente sem resposta. Millo, sem saber a quem recorrer, deixa Alaãn e Taruch em frente à casa do curandeiro e decide partir para o centro do vilarejo em busca de ajuda, mas logo em seguida o curandeiro sai do meio da mata.

- O que acontece jovem rapaz? Estava em um momento de meditação, mas ouvi o furdunço e vim ver do que se tratava – Pergunta o curandeiro.

Millo responde apontando para Alaãn no chão:

- Ele foi atacado e tá sangrando muito.

- Fique tranquilo meu jovem, vamos para dentro e lá tentamos resolver isso. – Diz o curandeiro tentando acalmar as crianças.

O curandeiro abre a porta e todos entram, do lado de dentro Millo explica a situação e diz que Samir pode estar em perigo. Samir por ser guarda da cidade e uma pessoa boa é querido por muitos, o curandeiro então resolve ajuda-los, deita Alaãn em uma mesa e começa o ritual de cura, faz misturas com ervas e poções e derrama sobre o ferimento enquanto diz palavras que as crianças não compreendem.

- Pronto, agora deixemos ele repousar e pela manhã ele estará melhor, o ferimento foi fundo e bem amplo, o que dificulta a cicatrização. – Afirma o curandeiro.

- Obrigado senhor. – Agradece Millo.

- Pode me chamar de Alahor. – Diz o curandeiro.

- Obrigado senhor Alahor. – Reforça Millo.

Alahor improvisa uma cama para Millo e Taruch descansarem até o amanhecer e todos dormem, ao amanhecer Millo acorda com barulhos do lado de fora da casa, se levanta e ao sair da casa encontra Alaãn treinando.

- Que? Como você tá? – Pergunta Millo indo em direção a Alaãn.

- Eu estou bem Millo, precisamos ir atrás do meu pai, precisamos resgatá-lo. – Responde Alaãn.

- Mas como? Não sabemos pra onde ele foi, não sabemos nada. – Millo questiona novamente.

- Eu tenho ideia de alguém que possa nos ajudar com informações, um dos guardas do vilarejo foi transferido de Virtus pra cá a algum tempo, ele pode nos dar informações de onde meu pai está. – Afirma Alaãn.

Millo balança a cabeça em sinal de concordância.

Os dois vão para dentro e conversam com Alahor.

- Iremos atrás do meu pai senhor Alahor, pode cuidar do Taruch e do Yoyo por alguns dias? – Pede Alaãn.

- Não acho que seja uma boa ideia, vocês são apenas crianças, não acredito que tenham muitas chances contra os soldados de Virtus. – Responde Alahor.

- Teremos ajuda, não iremos sozinhos, formarei uma pequena equipe de mercenários amigos do meu pai e partiremos hoje à noite. – Diz Alaãn.

- Se é assim, fico aqui com eles e intercederei por vocês nessa incursão, desejo sorte. – Diz Alahor.

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