Unlike || Will Byers X Vance Hopper

Capítulo 16

— Vocês querem me dizer que meu filho, meu filhinho — Joyce choramingou — Estava com aquela coisa dentro dele esse tempo todo?

— Não o tempo todo — Jane pontuou — Eu tenho um palpite de que seja desde aquele dia da convulsão.

— Você quer dizer que depois daquilo, Will não foi ele nenhuma vez?? — Vance perguntou. Sua mente vagou para os momentos que passaram juntos, então tudo aquilo não valeu de nada? Nunca foi real?

— Isso eu já não sei.

— Esteve tão na nossa cara... — Nancy se levantou caminhando de um lado para o outro — Nós fomos tão burros, é claro que nada que tentamos dava certo ele sabia o tempo todo.

— Antes de bolar mais um plano, alguém mais aí se sente possuído? — Steve revirou os olhos — As ideias estão acabando.

Jim Hopper estava sentado com a cabeça entre as mãos, mas ao ver a inquietação de seu sobrinho se colocou ao lado dele.

— Tá tudo bem garoto?

— Tá, tudo ótimo — riu amargo — É claro que a pessoa com quem eu passei mais tempo essa semana estaria possuída por um monstro de outra dimensão, bobeira minha pensar que em plena consciência ele me escolhia ao invés de seus amigos de anos - se levantou subindo escada a cima.

Jim o acompanhou com o olhar, talvez não tenha sido tão boa ideia tirar o sobrinho de Denver e o trazer para cá. Ele olhou para Joyce que permanecia chorando e para Jonathan que estava claramente mal, mas as possíveis ervas em seu organismo estavam o deixando meio avoado.

Já fazem quatro anos que eles não sabem o que é paz, e nesse último ano até a cidade ficou comprometida. As rachaduras e buracos pelas casas, chão e prédios derrubados haviam sido reparados, ou pelo menos os escombros haviam sido removidos das ruas.

Muitos moradores ficaram sem casas e lugares onde trabalhar, por mais que o governo tentasse dar uma explicação meramente plausível para pelo menos um terço da cidade ter ficado com rachaduras enormes, os habitantes não eram burros, eles sabiam que algo estava errado.

E se o grupo reunido ali na sala não fizesse algo para realmente resolver tudo aquilo, Hawkins acabaria destruída.

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— Ouvir dizer que foi descoberto — riu soprado — Que vergonha Byers, nem pra espião você serviu.

— Vai se ferrar Muson, eu pelo menos fiz alguma coisa. Você, do contrário, não fez porra nenhuma pra contribuir com o plano.

Ambos estavam sentados um de frente para o outro em um mesa na sala da antiga casa dos Creel.

— Por que ainda não chegou a hora, perdeu a parte da conversa onde foi dito claramente que cada um teria um papel?

— E o seu aparentemente é ficar sentado aí pensando no Harrington 24 horas por dia.

Eddie Munson se ajeitou na cadeira olhando fixamente para o garoto.

— Ainda se lembra que eu sou mais forte que você, sim? — passou a língua pelos dentes pontudos.

— Se liga, você morreu e voltou a vida como uma espécie de vampiro bizarro e se acha?

Eddie abriu a boca para responder, mas um barulho de porta abrindo o fez perder a fala.

— Já estão discutindo? — o corpo queimado e desconfigurado de Henry Creel passou pela entrada — Edward tenho um trabalho para você.

Eddie sorriu vitorioso enquanto Will revirou os olhos.

— Claro que tem.

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Do outro lado da cidade, sentada em uma cadeira de balanço em sua antiga casa, Alice Creel ouvia a música que tocava de sua antiga caixinha de música.

A casa velha e desconstruída estava prestes a ser derrubada, a prefeitura da cidade tinha dado a casa como um problema para Hawkins vendo que além de drogados e pessoas fazendo coisas impróprias, a estrutura da casa causava problemas com o terreno em volta.

Alice levantou a cabeça quando um barulho de galhos se fez presente na floresta, ela não enxergava mas escutava muito bem. A mulher se levantou tentando localizar de onde vinha o barulho, ela sentiu quando algo passou correndo atrás de si.

No outro dia, Alice Marie Creel foi encontrada morta em sua antiga casa segurando sua caixinha nas mãos. A força policial considerou ser suicídio, mas essa hipótese foi descartada quando na autópsia, o legista comprovou que seu sangue fora drenado até a última gota.