Sad days

316 42 12
                                    

       5 meses depois

Vegas acorda— estava sentindo uma dor insuportável no abdômen, algo quente estava escorrendo entre minhas pernas.

— Hum... Pete?

— Rápido ah... acende a luz— ele correu para acender, e, assim que o cômodo se iluminou pude ver a sua expressão de terror.

— Vamos... vamos ao médico

— Está doendo Vegas... Vegas o nosso bebê.

— Vai ficar tudo bem — ele me pegou no colo e correu para o carro, eu sei que algo muito ruim aconteceu com o bebê, já sou incapaz de esconder as lágrimas que estão escorrendo pelo meu rosto.

“ Desculpa bebê por não cuidar direito de você.”

Ao chegar no hospital fui levado para a sala de emergência, depois do médico me avaliar fui dopado e deixei de sentir dor, mergulhei em uma profunda escuridão.

Acordei com em uma sala da maternidade, Vegas estava sentado na poltrona próximo da cama me olhando com um olhar ansioso, mexi o braço até meu ventre e olhei para o lado com as lágrimas já nos olhos.

—Vegas nosso bebezinho se foi?

— Desculpa Pete...

— Eu quero ir para casa.

— Ainda não podemos.

Me deitei virado para a parede, não conseguia encarar ninguém muito menos o pai do meu filho que deixei morrer, eu não fui cuidadoso o suficiente e agora ele virou uma estrelinha.

— Vai ficar tudo bem— Vegas estava acariciando minhas costas, mas eu não conseguia parar de chorar.

Fiquei mas um tempo no hospital para ser feito a curetagem, depois de receber alta voltamos para casa ainda muito abalados com o terrível acontecimento.

      1 mês depois

— Pete você deveria sair para dar uma volta, ficar só trancado nesse quarto faz mal para você, as crianças estão sentindo a sua falta.

— Prometo que hoje vou tentar sair um pouco— ele me beijou na testa e saiu do quarto, então voltei a dormir.

— Vegas estão levando nosso bebê não deixe que eles o tirem de mim de novo.

— ...

— Vegas nosso bebê... nosso bebê!

— Não podemos fazer nada.

— Meu bebê eles estão o levando!

— Meu bebê...  hum... de novo esse sonho.

Me levantei sem muita vontade, tomei um banho para poder passear um pouco.

A casa estava tão silenciosa sem as crianças. Depois de perder o bebê eu fiquei muito deprimido e não estava conseguindo cuidar nem de mim, as crianças passam o dia na mãe de Vegas desde então.

Saí andando sem rumo por ruas desconhecidas, estava tão perdido nos meu pensamentos que quando dei conta o sol já estava próximo de se pôr, mesmo assim continue a vagar pelas ruas de Bangkok.

Já se passavam das 22 horas e eu estava na rua ainda, olhando para cima, o pensamento de que o meu bebê havia virado uma estrelinha acalmava um pouco o meu coração as vezes, porém a culpa sempre era maior.

E se eu fosse fazer companhia para ele? Vegas daria conta das crianças sozinho? Porsche sentiria minha falta? Sanya sofreria muito com a minha ausência? Vegas amaria outra pessoa novamente? Eles realmente precisam de mim?

Eu não consigo conviver com essa dor e culpa, está cada dia mais difícil, o vazio que sinto é o mesmo de quando perdi meus pais se não fosse por Sanya eu não teria conseguido, mas agora eu sei que ela não precisa mais de mim, e se morrer for o caminho mais rápido para acabar com essa dor insuportável eu o seguirei.

E se eu apenas me jogar na frente de um desses caminhões vai doer  mais do que está doendo agora?

— Por que eu sou tão covarde? Por que? Me desculpa Vegas por não conseguir, me desculpa Sanya por ser assim, me desculpa Veneza pelo que papai vai fazer...

Cerrei meus olhos e corri em direção da rua...

















Crossed waysOnde histórias criam vida. Descubra agora