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﹝Fiz o delineado afiado o bastante para matar um homem Você fez algumas coisas ruins, mas eu sou a pior delas Às vezes, me pergunto qual vai ser a sua última mentira Dizem que olhares podem matar, e talvez eu tente ﹞
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Medo. Estado afetivo suscitado pela consciência do perigo ou que, ao contrário, suscita essa consciência. Temor; ansiedade irracional ou fundamentada; receio. Vicenza se lembra da primeira vez que sentiu medo. O medo é aquela angustia familiar que se esconde dentro dela, as vezes ela até se esquece que ele esta lá até sentir o peito aperta e a sensação de impotência a atingir.
Quando Xavier Thorpe deu vida aquela aranha durante a aula de Thornhill, ele, mesmo que inconscientemente, ativo um gatilho que Vicenza escondia no fundo de sua alma sombria. Xavier achou tudo aquilo muito estranho, a forma como a garota reagiu a sua brincadeira, como ela deixou a sala parecendo assustada. Ele nunca havia visto aquele olhar em seu rosto e de alguma forma saber que foi o causador daquilo o entristeceu.
Vicenza Whitemore esta sentada no parapeito de uma das janelas do terceiro andar. A garota de cabelos roxos olha para o chão abaixo de si com a mente longe. Ela se lembra de alguns momentos em sua infância, momentos não muito fáceis de se viver, afinal, uma criança nunca espera crescer em um lar sem o mínimo de amor e felicidade possível.
- Você tem sempre essa mania de se esconder em lugares altos como um passarinho?- a voz de Xavier Thorpe fez a garota suspirar irritada.
- O que você quer, Thorpe?- ela pergunta grosseiramente sem se virar.
Xavier se aproxima da garota receoso, ele se senta no espaço que há no parapeito entre Vicenza e a parede. A garota tem uma expressão indecifrável e se recusa a olhar no rosto do garoto.
- Quero pedir desculpas.- ele diz.
- Me poupe do charlatanismo - ela resmunga.- é óbvio que você descobriu meu segredinho sujo e decidiu usa-lo contra mim. Isso é baixo, Thorpe. Com quem você está aprendendo?
