Um presente especial

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Parte 05

1 hora antes...

Sila saiu do quarto com medo de encontrar Yaman, ainda não estava pronta pra conversar sobre o que aconteceu na noite anterior.

Saía com a intenção de não ser vista, mais deu de cara com Cenger no final do corredor.

- Pretende ir a algum lugar? - Questionou Cenger olhando para a mochila dela.

- Eu, vou...preciso dar uma passada na faculdade, já vou indo.

- Ei ei...calma, espere, eu te levo, preciso ir até a instituição resolver algumas coisas, se não se importar em passar lá por alguns minutos, te deixo na faculdade depois.

- Tá...tá bom.

Aquele lugar era tão grande que podia-se se perder entre os enormes corredores e diversas salas, enquanto Cenger resolvia algo burocrático ela andava com curiosidade, olhando atentamente dessa vez, algumas pessoas transitavam pelo local, Sila seguiu uma dessas pessoas e chegou em uma sala muito parecida com a que ela esteve da primeira vez que foi a instituição, lá dentro tinha três pessoas que aguardavam atentamente sentados em um grande sofá, e em frente havia uma mesa de madeira escura, que combinava exatamente com a cor do grande armário que ficava atrás da mesa, uma mulher elegante de expressão carrancuda andava de um lado para o outro lendo alguns papéis, era observada pelas três pessoas que aguardavam.

De repente olhou para um rapaz que parecia ter por volta de 19 anos, e o chamou com a voz tão fria quanto um cubo de gelo.

- Você aí da ponta...você não serve pro que tenho aqui, pode ir.

O rapaz de olhar desolado saiu cabisbaixo, deixando um rastro de frustração por onde passava.

A mulher olhou diretamente para o outro rapaz, e como se estivesse com preguiça de falar, revirou os olhos.

- Você, também não serve, pode ir.

No meio do grande sofá havia restado uma garota de olhar melindroso, seu medo era palpável, a mulher a olhou com seu olhar de superioridade, leu novamente o papel em sua mão, e depois voltou-se para a garota que apertava as próprias mãos em sinal de nervosismo.

- Hum...então você cursou Rh?! Humm, sem experiência...e como pretende conseguir algo? Vocês acham que não fazemos nada sério aqui, porque só pode não é, vem despreparados e acham que podem conseguir trabalho assim.

- Você não pode falar assim com ela.

A mulher virou-se se surpreendendo com a presença de Sila.

- E você quem é, pra achar que pode me dizer o que posso ou não fazer, veio procurar trabalho sem ter qualificação, como os outros?

- Eu...eu já tenho trabalho. Você não pode falar assim com as pessoas, esse lugar não foi feito para ajudar, então porque....

- Ahhh quanta ladainha, quem é você? Se não veio fazer nada, retira-se da minha sala.

- Peça desculpas a moça. - Sila fala determinada.

- Haha faz-me rir garota, quem pensa que é pra achar que pode me dar ordem.

A mulher se aproximou de Sila, a observou, viu que Sila não fez contato visual, sua respiração ficou ofegante, também viu quando Sila apertou as mãos e contrariu o corpo tenso, Meyer notou que ela tinha prováveis características autistas, aprendeu a observar durante o tempo que passava na instituição, e ia usar disso para intimidá-la, propositalmente foi passando limites que sabia que iria incomodar Sila.
Tocou em seus ombros a virando bruscamente, e Sila reagiu fechando os olhos e apertando ainda mais as mãos.

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