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Matheus

— Eu não acredito que tu me convencesse a vir aqui. — Reclamo.

— Esse é um dos mais conhecidos pontos turísticos de São Paulo e tu tá reclamando?

É óbvio que eu queria vir e não posso negar que aqui é lindo mas a quantidade de pessoas me incomoda bastante. Mal dá para apreciar a vista com a agitação de pessoas.

— Não é lindo? — Olhava para um prédio.

— Eu sei que eu sou lindo.

Ela não falou ou se virou para mim mas eu senti seus olhos revirarem.

A Av. Paulista era realmente encantadora e possuía seu charme, mas era impossível ficar parado com o fluxo intenso de pessoas que iam e vinham sem nem mesmo prestar atenção ao caminho e aparentemente ocupadas com seus celulares.

Preferiria vir em um horário menos movimentado, mas Sofia insistiu que eu viesse com ela justamente nessa hora do dia.

Sofia fotografava cada prédio que encontrava e avaliava como bonito. Não posso negar que ela é uma ótima fotógrafa e até o prédio mais pixado e vandalizado fica lindo, e até elegante, através de sua lente.

Ver Sofia fotografando era muito melhor do que a própria fotografia. Rapidamente, pego meu celular do bolso e tiro algumas fotos dela, eu sei que vai se arrepender de não ter tirado fotos dela mesma depois.

Sofia se deu por vencido depois de alguns minutos e pediu para que fôssemos a algum restaurante ou lanchonete.

— Eu vou procurar alguma lanchonete por perto. — Digo abrindo o Google Maps.

Ela parecia não concordar comigo enquanto cruzava os braços.

— A gente tá em São Paulo. Não vamos para qualquer lanchonete, vamos para o Starbucks. — Me puxou.

Se ela queria ir ao Starbucks, por que não falou isso logo?

Ao chegarmos na cafeteria, pedimos o café e sentamos numa mesa enquanto esperávamos.

— Eu me lembro muito bem que você não gostava de café. Me surpreende ter pedido para vir a uma cafeteria.

— Eu continuo não gostando de café. — Respondeu. — Mas eu queria poder dizer que tomei café aqui.

Ah, então é tudo por status! Só porque aqui é um lugar conhecido ela queria vir.

— Sofia, — Digo firme. — ontem você disse ao motorista que éramos amigos. Isso foi para não dar explicaçōes a ele ou realmente me quer como amigo?

Parece bastante inapropriado eu falar isso, mas eu realmente gostaria de ter uma amizade com ela. A companhia dela tem me feito muito bem esses dias e não quero que tudo acabe quando voltarmos para casa.

— Isso não depende só de mim. Quer ser meu amigo?

Estendo minha mão por cima da mesa e ela a aperta indicando nossa amizade. Depois do nosso "acordo", pegamos nosso café.

— Meu nome veio errado. Agora eu sou Sophie.

— E eu sou Matias. — Olho para o copo.

Nós dois rimos.

Ela deu o primeiro gole e logo desistiu de beber fazendo uma careta indicando que não gostou da bebida.

— Sabia que não ia gostar. — Digo.

Ela me entregou o café e eu tive que tomar tudo.

— Não vai ser nenhuma surpresa se tu não dormir hoje. — Sorriu.

Terminamos o dia com muita risada e como dois grandes amigos.

★★★

* Gente, eu juro que tô com inveja deles. Queria estar viajando.

* E aí o que estão achando??

𝕾𝖊𝖒𝖕𝖗𝖊 𝖋𝖔𝖎 𝖛𝖔𝖈𝖊Onde histórias criam vida. Descubra agora