CAPÍTULO 4

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Foi o cheiro convidativo de café e pão quentinho que lhe despertou

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Foi o cheiro convidativo de café e pão quentinho que lhe despertou. Oliver mal lembrava-se  quando foi a ultima vez que comeu comida caseira e por alguns segundos pôde jurar que estava mais de volta em casa, lá em Petrolina com a sua mãe.

Abriu os olhos lentamente e levantou um pouco o tronco para entender melhor de onde vinha o odor tão agradável. Depois da visão desembaçar percebeu uma bela bandeja com pernas, apoiadas a sua frente, nela havia pão, uma generosa xícara de café, um pote com frutas frescas, ovos mexidos num prato e como se não bastasse um singelo jarro de água com uma rosa.

Café da manhã na cama? Isso era uma novidade. Olhou para cima procurando o seu anjo da guarda, mas encontrou sentado a beira da cama o seu novo protetor. Malek tinha um belo sorriso nos lábios e o olhar repleto de ansiedade. Vez ou outra mirando o menino e a bandeja que havia trazido.

Oliver levantou uma sobrancelha e percebeu que seu guardião angelical estava do outro lado do quarto, encostado na sua parede preferida e atento como um gárgula. Parecia ainda mais ranzinza do que o comum. O alquimista até suspirou.

—Foi você que trouxe? — Questionou Oliver para o demônio que apenas assentiu com a cabeça.

—Eu não sabia bem do que você gostava então fiz um café da manhã bem genérico. — Explicou-se Malek. — Tem tudo que um jovem rapaz precisa para ficar ainda mais gostoso. — Completou com uma piscadinha, arrancando um rosnado sutil do anjo atrás.

—Obrigado? — Respondeu o alquimista, examinando a comida com um garfo.

—Relaxa, não tá envenenado nem nada. Eu posso ser um demônio, mas estou aqui para te ajudar. — Argumentou o rapaz de olhos azuis.

—Olha, pra ser sincero eu não venho tendo uma boa relação com demônios e diabos, sabe?

—E nem deveria. — Interrompeu Kael, lá do fundo.

Malek suspirou, pegou o garfo da mão do menino e comeu uma porção da refeição.

—Então? Satisfeito, homem de pouca fé? — Alfinetou depois de engolir. — Está uma delícia por sinal. Modéstia a parte.

Foi prova o suficiente para um alquimista faminto. Entregou-se a refeição dando uma bela mordida no pão quentinho e logo tratou de recheia-lo com os ovos. Sem falar no café que estava impecavelmente moído e coado, preenchendo o quarto com o aroma de cozinha de avó. Tudo perfeito.

—Nossa, não sabia que demônios também cozinhavam. Que mais você sabe fazer? Passar, limpar, costurar? — Brincou Oliver.

—Tudo isso e muito mais. — Respondeu Malak, sem nenhuma hesitação, acabando com o sorrisinho do alquimista.

—É sério?

—Você ainda não viu nada. — Retrucou o demônio dando uma piscadinha e quase inflando o perito.

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