CAPÍTULO 2

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A madeira velha do piso ruía a cada novo passo

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A madeira velha do piso ruía a cada novo passo. Aquele casarão antigo na rua do hospício fazia jus ao endereço. Era uma completa loucura entrar ali sozinho, principalmente durante a madrugada. Que tipo de perigos poderiam abrigar-se ali nas trevas? Apenas esperando o melhor momento para rastejar pelas sombras e abocanhar sua presa.

Claro que para Oliver, não era uma escolha. Aquela era sua primeira missão oficial como evocador junior do ILN. Precisava engolir o medo e enfrentar o desconhecido, afinal, ele agora era um leão. Treinado para lidar contra o sobrenatural, seja lá qual fosse a forma.

Os assobios do vento pelas frestas das janelas quebradas não ajudava nem um pouco na concentração. Sem falar na pouca iluminação. A penumbra era enervante, mal conseguia enxergar o que vinha a frente e se algum maldito pulasse de súbito?

—Calma Oliver. — Sussurrou para si mesmo. — Você é um puta gênio e até lutou contra um Belial. Uma casa assombrada não é nada.

Depois de levantar sua autoestima, o jovem alquimista sorriu com pouca confiança.

—Vamos afastar essas sombras. — Falou para si mesmo e num estalar de dedos, como se fosse um isqueiro, conjurou uma pequena esfera de chamas purpuras na palma da mão. 

Automaticamente a luz violeta tomou conta da sala estar onde ele se encontrava. Dando aos móveis velhos um ar fúnebre e frio. Toda a mobilha perecia com o tempo, e até mesmo o chão na parecia muito seguro. As chamas bruxuleavam, balançando na mão do garoto, criando formas estranhas nas sombras que se afastaram para os cantos da sala.

—Ok...Talvez não tenha sido a melhor das ideias. — Disse baixinho.

—Oliver! Rápido! — Suplicou a voz com sotaque europeu.

Era Pedro. Seu tom alto facilmente reconhecido. Estavam em dupla naquela missão, e o oráculo resolveu investigar a parte de cima enquanto ele ficaria com o térreo. Oliver só não imaginou que algo fosse acontecer tão rápido. O amigo estava em perigo?

 Rapidamente o alquimista esqueceu dos medos e disparou pela sala, subiu as escadarias úmidas em arco, criando um alvoroço de ruídos. Ao chegar no primeiro andar deparou-se com dois corredores.

—Oliver! — Mais um grito do amigo, dessa vez seguido por vidro espatifado no chão. Pelo menos o barulho deu a ele um norte.

Virou a mão com a chama para o lado e seguiu pelo corredor da direita e entrou pela primeira porta a direita. Lá estava Pedro, parado em meio a uma sala cheia de janelas altas. Havia um piano coberto por longo lençol em trapos, assim como poltronas acabadas e várias estantes decorativas.

—O que aconteceu? — Questionou Oliver.

Pedro virou-se para o amigo e mostrou que carregava uma caixa de papelão nos braços.

—Olha que fixe! — Disse em tom exaltado e sacou da caixa um disco de vinil da banda A-ha. — Encontrei discos raros nessa caixa, deve valer bué no mercado. 

Evoker - Labirinto de BrumasOnde histórias criam vida. Descubra agora