Ato II

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Pov Sebastian;

—Deseja mais algum cavalo,senhor Sebastian?—o garoto de no máximo doze anos questionou enquanto o pai me trazia Saj,um nome engraçado para um cavalo mas Ariadne era sentimental ao ponto de colocar nossas iniciais em um animal,confesso que gosto disso nela.

—Esses dois estão bem para mim.—baguncei o cabelo do garoto que riu desajeitado,deveria estar cansado e com sono,me lembro bem de como era horrível dormir tarde e acordar cedo.

—Mal o vejo aqui,e quando o encontro está tomando meus cavalos?—suspirei quando escutei o tom de ironia de meu pai,com tudo o que estava acontecendo eu só chegava em casa para dormir ou então ver Despina um pouco, mas minha irmã sempre parecia estar ocupada demais para mim.

—Não estou tomando seus cavalos,irei trazê-los de volta.—não estava mentindo,os cavalos não eram deles e somente os traria de volta porque sabia que Ariadne um dia os tomaria ,junto a toda essa casa e eu garantiria que tudo estivesse intacto e aqui quando ela retornasse.

—Não se meta com Maxuel,Sebastian.Sua prima deve lidar com isso sozinha.—fechei a mão em um punho me segurando para não socar o rosto de meu pai até que ele perdesse os sentidos, estava mais do que claro que ele saberia da mensagem na carta e dos planos de um traidor.

—Eu não sou um traidor e jamais serei um com a minha família.—retruquei me virando ficando de frente para o meu pai,mesmo com o rosto vermelho de raiva pela forma como eu respondi, meu pai não iria avançar,não sou uma criança mais e muito menos não sei me defender.

—Quando Maxuel subir ao trono,irá se lembrar de quem lhe deu as costas.Não seja tolo.—me alertou e eu ri molhando os lábios em seguida fazendo sinal com a cabeça para que o garoto saísse,ele estava quieto ao canto mas ainda sim era perigoso para um menino que nem ele escutar o que não deveria.

—Não sou eu quem vai vender a própria filha como burro de carga somente por poder.—dei um passo à frente e meu pai arqueou as sobrancelhas em surpresa.—Diferente do que acha,eu não sou tolo.Sei bem o que planeja e se eu fosse você,teria cuidado,não duvido que sua majestade descubra logo sobre suas tramóias.—meu pai estava prestes a me xingar ou qualquer outra coisa que pudesse me atingir mas ficou quieto mantendo a calma quando o Tratador dos cavalos chegou com Saj e com um novo cavalo.

—Aqui estão os cavalos que me pediu,senhor Sebastian.—o tratador escondeu atrás de si o filho,que parecia ter lhe contado que estávamos discutindo ou algo parecido.

—Obrigada.—agradeci ignorando meu pai e encarando o cavalo que Ariadne tinha ganhado, Saj continuava grande e majestosa como da última vez que a vi,antes que eu pudesse puxar as rédeas dos cavalos meu pai segurou meu braço me puxando para um canto dando sinal para o tratador e o filho dele que se afastassem e assim eles obedeceram.

—Sebastian,não seja tolo como sua mãe.Ariadne vai trazer sua morte se continuar dando sua lealdade a ela.—meu pai argumentou mantendo os olhos verdes como os meus,fixos em mim.

—Então como devo fazer?Casar minha irmã com um príncipe bastardo e esperar que ela morra para tomar seus títulos?—questionou ironizando o fato de que meu pai mal esperou o luto da morte do próprio irmão para usurpar o lugar da filha dele,mesmo que meu pai fosse duque por alguns anos até que Ariadne atingisse a maioridade,o ducado ainda seria dela mas ao invés de fazer o correto,o homem diante de mim preferiu a luxúria e o poder,abandonou a família a muito tempo mas eu não faria o mesmo.—E pelo menos respeite minha mãe depois de morta.—eu quis jogar todas as coisas que eu pensava sobre o meu pai,eu era pequeno mas ainda via tudo o que ele fazia a minha mãe.

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