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Agatha Silva

Eu cresci vendo minha irmã mais velha, Carol, jogando vôlei. Vi o quanto ela se dedicava, o quanto ela evoluía, e como o esporte transformava a vida dela. Foi nesse ambiente que me inspirei para seguir o mesmo caminho. Carol sempre foi uma referência para mim, e não demorou muito para que eu também me apaixonasse por esse esporte.Quando completei 14 anos, entrei no time de base do Sesc Rexona (hoje Sesc Flamengo). O sonho de jogar ao lado da minha irmã parecia cada vez mais perto. E, de fato, aconteceu. Hoje, jogamos juntas no Praia Clube, com a Luiza ao nosso lado, o que tornou nossa rotina ainda mais especial.Naquele dia, porém, algo diferente estava acontecendo. Estávamos todas em casa, e o clima estava tenso, mas ao mesmo tempo cheio de expectativa. A convocação para a seleção estava para sair, e nós, como família, estávamos à espera de uma resposta.– Quando vai sair o resultado? – minha mãe perguntou, com um tom de ansiedade na voz. Ela nunca foi de demonstrar muita emoção, mas sabíamos que, por dentro, ela estava tão nervosa quanto qualquer um de nós.– Saiu! – Carol exclamou, com o sorriso no rosto. Ela estava tão empolgada que parecia impossível não ficar contagiada pela sua energia.– E? – perguntei, o coração batendo mais rápido. Eu sabia que a convocação para o Mundial era importante, não apenas para Luiza, mas para todas nós, como time.Carol olhou para mim, os olhos brilhando. – As irmãs Bloqueio vão jogar o Mundial! – Ela confirmou, e naquele momento, eu senti uma mistura de euforia e alívio. Era uma conquista que significava muito para Luiza, para nós.– Eu sabia que ela seria convocada – disse Luiza, com um sorriso de orgulho. – Ela está fazendo uma temporada incrível no Praia. Merece muito estar lá, entre as melhores.Luiza sempre foi uma inspiração para mim e para Carol. Ela não só é uma jogadora talentosa, mas também tem uma energia positiva que contagia todos ao seu redor. Ver Luiza dizendo isso me fez perceber o quanto a minha irmã, Carol, tinha se dedicado e evoluído, mas também o quanto ela era capaz de conquistar.– Obrigada, Luiza – respondi, sorrindo. – Mas isso significa que vamos jogar contra a Holanda no Mundial. Está preparada, capitã Buijs?Luiza sorriu de maneira sincera, os olhos cintilando com a mesma confiança que sempre teve. – Vai ser um jogo difícil, sem dúvidas. Mas é o tipo de desafio que a gente adora, não é?– Claro que vai ser difícil! – Carol disse, rindo. – Ainda mais com a Carol bloqueando até os pensamentos das jogadoras adversárias.– Nossa, como você é idiota – Carolana respondeu, rindo de si mesma, enquanto a tensão na sala se dissipava um pouco, dando lugar a risadas. Era ótimo estar em família, especialmente em momentos como aquele, onde a conquista de uma significava a conquista de todas.– Bom, família, foi ótimo compartilhar esse momento com vocês, mas agora eu preciso ir para minha casa – comecei, me levantando da cadeira. – Carol, até Saquarema. Luiza, até o Mundial.– Até! – as duas responderam juntas, acenando.Eu estava cheia de gratidão, sabendo que essa convocação não era apenas uma vitória pessoal de Carol, mas também uma vitória para nós como time, como família. Cada uma de nós tinha seu papel e suas próprias batalhas para vencer, mas no fundo, sabíamos que estávamos juntas para qualquer desafio.Saí pela porta com o coração leve, mas ao mesmo tempo cheio de emoções. Essa convocação representava o início de algo grande, e eu não via a hora de ver até onde isso nos levaria.

Amor entre quadrasOnde histórias criam vida. Descubra agora