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—Ivy!— eu o escuto me chamar

Estou sentada no terminal esperando o meu ônibus chegar, o sol está nascendo, ele estava começando a aparecer.

—Bentley —digo em choque fechando um livro que eu lia

—eu não podia deixar de vir— diz ofegante parando ao meu lado

Seus olhos estavam molhados por lágrimas.

—você não precisava vir — digo o olhando

—sim, eu precisava

Olho para seu pescoço, ali estava a concha amarrada em uma cordinha preta, isso aqueceu meu coração.

Em seu rosto tinha um machucado perto do olho, meio roxo e inchado.

— o que aconteceu com seu rosto?

— eu fiquei tão furioso que acabei dando um empurrão meio forte na Melani, então os garotos vieram para cima de mim e acabamos brigando, bom, fico mal por ter empurrado uma menina, mas ela mexeu com a minha garota, não pude deixar em vão — ele diz já se desculpando enquanto senta ao meu lado.

— oh por isso, você não precisa se desculpar, eu passo pano para você — ri com minha frase

—gostei do seu cabelo — ele passa seus dedos na mecha e faz carinho em minha bochecha, fecho os olhos aproveitando o arrepio  — azul é minha nova cor favorita — ele diz e eu o olho com vontade de chorar

— obrigada — sorri

— por favor me perdoa — Bentley diz com a voz embargada

— não tem o que perdoar, Bentley, a culpa não foi sua — digo sincera

—eu deveria ter arrumado amigos melhores antes, eles nunca foram bons para mim, esse negócio de agência e marketing não é nada saudável — ele diz mais para si do que pra mim

E então eu ouço o som do Ônibus, ele estava se aproximando.

— fica com isso — pego o desenho o entregando

— não, ele é seu, eu fiz ele para você — ele recusa na hora

— minha intuição manda te entregar, para se lembrar de mim, fica por favor — eu digo quase implorando e ele aceita

Lágrimas correm de nossos olhos, o Ônibus chegou, está na hora da partida.

eu te amo muito Ivy, se lembre apenas das melhores partes da noite ok? esqueça o resto, não me deixe por aquilo — ele diz aos prantos e eu o abraço com força

— eu também te amo muito Bentley — tinha certeza que nossos corpos iriam se fundir, não quero sair desse abraço nunca mais

Nos levantamos para nos abraçar melhor, sua mão aperta com força minha cintura, enquanto eu deixo minha cabeça em seu pescoço.

— tem certeza de que vai embora?— ele diz fazendo carinho em meu cabelo com a mão trêmula

— eu preciso ir— eu seguro seu rosto com as mãos e o beijo com carinho

𝐔́𝐋𝐓𝐈𝐌𝐀 𝐍𝐎𝐈𝐓𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora