Acordei essa segunda com o Gabriel dormindo no meu peito. Fiz o de sempre, joguei ele pro lado.
Fui tomar um banho, minha cabeça doía.
Vesti uma bermuda moletom, Gabriel gemeu na cama.
- Já tem café? - Disse ele cobrindo todo o corpo com o lençol.
- Acredito que sim. Bora comer. - Respondi.
- Vai na frente, vou só jogar uma água na cara. - Respondeu Gabriel.
Minha mãe e meu pai estavam tomando café. Dei bom dia para os dois e um beijo na cabeça, como de costume.
Tomamos café juntos, os quatro. Gabriel divertia até meus pais.
Apenas por alguns momentos lembrei o porque eu estava triste.
Fomos para o quarto, e jogamos algumas partidas de FF. Acho que paramos próximo de almoçar. Eu estava deitado na cama, não queria ver as mensagens de ninguém. Então bloqueei o celular e olhei pro teto.
- Mano, acha que tu já amou alguém? - Perguntou o Gabriel.
- Acho que não mano. Nunca fiquei com alguém tão sério assim. - Respondi.
- E aquela Esther, que tu namorou um tem tempão quando a gente era mais novo? - Perguntou novamente.
- A gente era moleque mano, não sei se isso conta como amar. - Disse ainda olhando pro teto.
- Sabe mano, várias vezes eu já disse isso, mas, eu amo demais a Amanda. Não sei explicar. A gente se dá bem em tudo. Tudo é bom com ela, acho que me sinto feliz. Às vezes penso nessa parada que eu sinto e é muito boa pra mim. Espero ver você se sentir assim logo, sacas? - Disse Gabriel olhando pra mim.
Virei meu olhar pra ele e o encarei.
- Eu fico animadão, Gabi, que se sinta assim. Você é um cara massa. Tenho certeza que merece tudo de bom. Se a Amanda é boa pra você, eu gosto dela. - Disse dando um sorriso.
- Achei que tu tava apaixonado mano. - Disse ele olhando pras mãos.
Puta merda!- Pensei. Não sei se é isso, mas, talvez seja o motivo de toda essa confusão, não? Eu tô gostando de um cara. Um cara que me comeu e foi embora. O que é pior.
Me levantei abruptamente pra espantar os pensamentos e sentei na cama.
- Porra que susto mlk. - Gritou Gabriel.
- Vai ficar tudo bem agora, Gabí. Vai tudo voltar a ser como era antes.- Falei sorrindo pra mostrar que fiz de propósito.
Nessa semana, apaguei e bloqueei o Pedro de tudo, eu malhei todos os dias, procurava me ocupar 100% do tempo, quando o Gabriel não estava em casa, eu ia até a casa dele, quando ele tava na Amanda, eu chamava alguma menina pra vir aqui em casa. Mandei mensagens pra Paulinha, só pra mostrar que tava tudo bem. Disse que a gente se resolveu e ele foi passar um tempo no interior com a família dele.
Tudo estava bem, até sábado dessa semana.
Gabriel dormiu aqui em casa, marcamos o futebol no fim da tarde, ás 17:00hrs.
O pessoal brincou comigo, que eu havia ressurgido dos mortos, Alex me abraçou, disse que não sabia o que tava acontecendo, mas que eu poderia contar com ele. Gabriel falou pra todo mundo que a gente tinha voltado a namorar, rimos e jogamos até cansar. Toda hora era uma constante luta contra mim mesmo pra fugir 'daquilo' tudo. Essa maneira estava dando certo, poucas vezes eu me encontrava pensando nisso. Fomos no lanche, paguei o lanche pro Gabriel e fomos para o carro.
Na volta pra casa, Gabriel pediu pra eu sentar atrás.
-Kalelzinho, tu vai ser sempre meu primeiro, mas a gente tá indo buscar a Amanda. - Disse ele.
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O Fut de Sábado
Historia CortaUm clube de futebol para crianças, e uma tradição que se manteve mesmo depois de adultos. A história de dois amigos de infância, e a chegada de mais um membro pro time. Que mudaria todo o destino dos envolvidos. 1-"Essa história tem um vocabulário...