Capítulo 25

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— Isso ainda não acabou!

A voz de ***** berrou por em cima do meu corpo.

Eu estava rastejando novamente naquele piso, sujo de areia e confetes espalhados por todos os lados

Despertando outra vez aquela dor no meu corpo, incomum.

Uma dor evasiva, calorenta e gosmenta.

— Já chega...

— Verdade, chega. — Ele se levanta exausto e o encaro assustada. Por um lado, feliz. Aliviada, na verdade.

O meu peitoral levantava em exatidão, medo e pasma.

Os olhos de ****** e de ******  eram nítidos como a brisa do verão em frente ao mar, caracterizando os seus detalhes faciais como se estivéssemos cara a cada. Dos outros, diferente dos dois, tão escuros e escondidos como o escuro do mais negro possível.

Era perturbador tentar fazer com que os seus semblantes ficassem nítidos.

— Vamos para outra pessoa. — ***** diz seguido de um sorriso de lado e mais três homens a sua frente aparecem, causando-me arrepios de medo.

Sonolenta, cansada e totalmente dolorida.

— Outra pessoa? — Perguntei sem entender tentando se esconder dentro dos meus próprios braços. — QUEM?

Gritei, mas não tive resposta.

— QUEM É? — Grito novamente.


— QUEM É?

Abri os olhos, eu ainda estava deitada no chão, sentindo o suor escorrer das minhas costas. O meu corpo, as minhas roupas estavam molhadas por meu suor, tanto quanto a minha pele. Acordei aflita novamente. Assustada. Exausta. Quanto tempo isso duraria?

Eu havia desmaiado... eu me lembrava disso. Passei a noite aqui?

Me levanto indo diretamente para o banho, sentindo o corpo embrulhando. Fiz as minhas higienes e entrei debaixo do chuveiro.

Eu não precisava me preocupar com eles, pois eu já havia os matado.

— Que pesadelo estranho... merdä... não sei como essa merdä ainda está em mim...

Logo após me arrumei e corri para a minha mãe, beijando a sua bochecha. Ela estava na cozinha, mexendo com o celular encontada na pia.

Eu vestia uma calça preta e uma camiseta branca, com um casaco marrom por cima.

— Teve outro pesadelo? Te ouvi. — Ela se ergue e assenti, tentando não mostrar muita comodidade. — Precisa de algo, querida?

Neguei abrindo a geladeira e pegando uma maçã, girando-a com a mão e tirando o primeiro pedaço.

— Não vai tomar café da manhã? — Perguntou preocupada e ergui a maçã para cima. — Maçã abre apetite, irá sentir mais fome.

— Estou bem, mae... — Berrei mastigando, abrindo a porta de casa e retirando-de, mordendo mais um pedaço da maçã verde.

Saí de casa tranquilamente, segundos depois, e caminhei até a escola pensativa. Todo o percurso com os detalhes do pesadelo na minha cabeça, usufruindo de mim de uma forma ameaçadora. Era difícil não lembrar, inevitavelmente impossível.

Assim que cheguei, encontrei Peter de frente a E.I.H School, segurando as alças da sua mochila e de pé, com os olhos fechados. Prestei atenção alguns segundos, tentando saber o que ele estava fazendo naquele posição, como se sugasse os raios solares.

Entre Pistas - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora