Sofia
— P-porfavor, m-me deixe ir! — Sussurro sem forças.
Estava escuro, não por falta de luz. Estava escuro porque eu não conseguia abrir meus olhos. Repugnava a chance de olhar quem estava em cima de mim, o quarto cara por quase uma hora inteira.
— Geme vadia... — A voz ecoou dentro da minha cabeça. Suas estocadas me furavam, como furavam meu coração. — GEME, SOFIA!! — A voz grossa tornou a gritar, mais uma vez.
Apenas soluçava e me contorcia tentando fechar minhas pernas. Mass não conseguia, havia quatro caras me segurando. Eu ia e vinha naquele chão imundo daquele banheiro apertado. O chão arranhavam minhas costas de uma maneira que pude sentir o quente do meu próprio sangue me molhar.
Não consegui mentalizar suas vozes, por mais que eu fizesse esforços. Quatro deles conversaram, quatro deles me xingavam sem pena. Um deles permaneceu calado, em silêncio o tempo todo. Foi o único que não me tocou, não dá forma como os outros.
— Griiiita, cachorra.. — Um fala alto em meu ouvido. Eu gritei, gritei de dor. Gritei, pois estava morrendo. E ninguém, ninguém nessa droga de escola me ouve.
Depois de alguns minutos naquela posição, quando o nojento chegou ao seu limite, resolvi abrir os olhos. Já não me importava mais, já não sentia dor, só me importava com uma coisa apenas, sobreviver.
Abri meus olhos, mas ví um monstro. Um monstro...
— AAAAAH... — Gritei.
— Filha??? — Alguém me sacudia, mas me contorcia de dor em meu corpo inteiro. — FILHA?? — Abro meus olhos e vejo minha mãe. Ela me puxou para um abraço que eu não pude recusar.
— Mãe!!! — Sussurro em lágrimas.
— Tá tudo bem, foi só mais um pesadelo...— Sussurrou — Shhhh... Venha cá! — Ela me apertou em seus braços.
Mais que droga!
Uma semana antes, "festa de Halloween"...
— Pega mais uma e me dá!!! — Meg, minha melhor amiga, diz fraca, de tanto dançar. Peguei o copo de água e entreguei a ela. Eu ria de sua situação.
Ria muito.
— Sofi?? — Uma voz calma me chama. Me virei rápido e levei um susto com um abraço apertado de Vicente.
— Não acredito que veio de vampiro!!— Digo alto e rindo o avaliando.
— Não acredito que veio de aeromoça cadáver!! — Ele rí e fiz bico.
Minha fantasia era linda sim, tirando a parte de está quase nua dentro dela.
Vicente era alto, corpo de atleta (oque não podia faltar), cabelos negros e olhos extremamente claros. O olhei e ri quando percebi que me encarou de cima abaixo e mordeu o lábio inferior.
Típico...
— Aqui não! — Sorrio e o mesmo revira os olhos.
— Não tenha escrúpulos, querida amiga. Não disse nada sobre fazer alguma coisa com você hoje! — Abre um sorriso encantador e levo minha mãos em sua cintura para o puxar para mais perto.
— Desde quando não vou mais em sua casa? — Pergunto.
— Desde que me trocou por livros e por...
— Que tal entrarmos na brincadeira? — Meg puxa meu braço me tirando de perto de Vicente.
— Que brincadeira? — Olho para frente vendo alguns meninos passarem por mim até no meio da roda de garotos e garotas. Estavam jogando aquele típico jogo de estudantes querendo beijos e seios do lado de fora. Verdade ou consequência.
Eu rí e resolvi entrar no jogo. Além do mais, o que pode dar errado não é mesmo?
— Vem, Ví?! — Chamo Vicente.
O conheci ano retrasado, na escola. E isso de sair em festas a noite, depois de tudo o que houve entre a gente, era novo até pra mim...
Ele assentiu negativamente e ficou sentado no sofá me olhando. Sacudindo seu copo entre os dedos.
— Tudo bem então! — Digo rindo e me posicionando entre eles.
— Roda, gata!! — Um menino, que não conheço, olha para mim e diz. Assenti e levei minha mão até a garrafa, e a girei.
Parou em Meg e no mesmo garoto que pediu para que eu rodasse a garrafa. Ele era moreno e estava fantasiado de zumbi. Quem era mesmo? Moreno?
Juri que não me lembro!
— Desafio! — Meg logo diz rápido. Essa garota é louca, não perde uma.
— Desafio você á... — O garoto põe a mão no queixo para pensar. Logo riu e olhou para Meg. — Desafio você beijar Laura, na boca!! — Diz.
Laura está do meu lado. Uma baixinha metida da escola. A mesma arregala os olhos e fita Meg. Sem ter tempo para alguma reação, a jovem pula por cima da mesma e deposita um beijo demorado. Ela se soltou, tentou evitar logo após, e xingou Meg algumas vezes.
— Você é maluca? — Sussurro para Meg do meu lado esquerdo. Sim, eu estava com ciúmes daquilo.
— Sou! — Ela pisca.
Minha amiga rodou a garrafa e parou num casal qualquer. Ficamos quase uma hora assim. Algumas meninas sem blusas, outros meninos sem camisetas.
Congelei meu coração no momento que parou em mim e no moreno que fez Meg beijar Laura. Olhei para ele que ria malicioso, e resolvi me defender.
— Escolho verdade! — Digo rindo. Todos me vaiaram e dei de ombros.
— Ok! — O moreno sussurra pensando — É virgem? — Me encara.
Droga, Droga, DROGA...
— Tô esperando!! — Meg diz rindo, mostrando impaciência. Ela sabe a resposta, sabe que sou, então tô ferrada.
— Sim! — Sussurro baixinho.
— Não ouvi!!! — Vicente grita brincando da minha cara e mostrei o dedo do meio pra ele.
— SOU!! — Gritei e todos me encaram — Não sou a única aqui uai, eu acho!! — Digo e eles continuam me encarando — Sou? — Pergunto surpresa e começo a rir.
— Roda! — O moreno me encarou.
Rodei e, DROGA. Parou em mim outra vez. Não posso repetir, pelo menos não foi com o moreno.
Azar?
— Desafio! — Sussurro olhando o cara fantasiado de monstro em minha frente. O mesmo riu, piscou para o moreno e me encarou. DROGA.
— Te desafio a...
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Entre Pistas - Livro 1
Mistero / ThrillerDisponível na Dreame! VÃO LER E SE ADIMIRAR COM O QUÃO FICOU PERFEITO! AINDA É DE GRAÇA!!! >>> Livro 1 Em quem devo confiar? Sofia Courtney, de dezesseis anos, vive numa cidade pequena e luta contra os seus sentimentos duplos, numa escola insensivel...