Depois de me candidatar a uma vaga de Gerente de Marketing em uma das empresas mais conhecidas do Brasil e conseguir uma entrevista eu nem podia acreditar que a sorte estava sorrindo pra mim.
Moro com minhas duas melhores amigas, Angie e Alícia. Minhas amigas estão, como posso dizer, encalhadas na decisão do que fazer com a formação delas, mas eu não parei pra pensar, preciso pagar as contas e ter feito estágio por mais de um ano na empresa dos pais de Antoni Agliardi, o peguete da Angie, foi meu passe para ter meu currículo entre os escolhidos para a entrevista da Sharp Spring Brasil.
Acabo de sair do apartamento que divido com Angie e Alícia, quando pego o elevador para o hall do nosso prédio sinto que posso a qualquer momento ter um ataque de pânico, estou muito feliz e a ficha ainda não caiu que eu consegui essa entrevista.
As portas do elevador se abrem e a cada passo que dou estou me sentindo nervosa, dou boa tarde ao nosso porteiro e cruzo o hall para fora do prédio.
Deixei meu carro do outro lado rua por não conseguir entrar no estacionamento do prédio, na noite passada eu e as meninas tínhamos bebido um bocado, sim, foi irresponsável da nossa parte dirigir meio bêbada e me culpo muito por isso, então para não causar nenhum dano ao carro quando cheguei eu o deixei na rua.
Não causamos nenhum acidente e prometemos umas às outras que não faríamos mais isso, pensando na nossa promessa entro no meu carro, dou partida e o mesmo começa a se mover.
Enquanto o carro anda, cantarolo baixinho tentando me acalmar, mas não dá certo e continuo nervosa, eu quero muito conseguir essa vaga na Sharp e fico com medo do meu nervosismo passar uma imagem errada. Noto que meus lábios não estão o com meu brilho labial preferido então o procuro no porta luvas do carro tentando manter a concentração no trânsito e no meu objetivo, óbvio que não dá certo, então arrisco uma rápida olhada no porta luvas e quando pego meu brilho labial com um sorriso satisfeito é tarde demais, eu atropelo um homem de terno apressado que passa na faixa de pedestre.
Dou um grito e freio o carro, mas mesmo assim ainda chego a atingir o homem, não fortemente, mas o faço ser jogado longe.
Estou em choque e sem reação, saio do carro e corro até o homem, ele não está sangrando, somente fazendo uma careta de dor enquanto tenta se levantar.
— Oh meu Deus, eu sinto muito, não quis atropelá-lo.
— Acho que posso dizer o contrário, meu braço está doendo.
— Eu vou chamar uma ambulância.
— Não, eu estou bem, só... — Ele me olha nos olhos e não termina o que diz.
— Só o quê? Aonde dói?
— Me ajude a levantar, por favor. — Eu o ajudo e só então noto como ele é lindo, não, melhor, um deus na forma de homem.
Queixo quadrado, olhos em um dourado mel, o terno que usa abraça bem seus músculos e deixa uma visão esplêndida para quem observa, pode não ser um bom momento, mas não resisto em dar uma boa olhada em sua calça que por sinal combina bem com ele e deixa seu pacote bem evidente junto com sua bela bunda.
— Está me secando com os olhos? — Estou com a cara no chão de tão vermelha de vergonha por ser pega avaliando-o dos pés à cabeça.
— N- não.
— Estava sim. — Eu o solto e cruzo os braços, começando a ficar com raiva, ele ri de mim.
— Você fica brava muito rápida, não vai me levar para um hospital? —Descruzo os braços me dando conta do problema no momento.
— Você disse que não precisava de uma ambulância.
— Eu menti, agora pode me ajudar? — Eu poderia deixá-lo pra trás e correr para a minha entrevista, mas não me perdoaria se fizesse isso, então, adeus entrevista.
Eu o ajudei a caminhar até o banco do passageiro, quando me sentei no banco do motorista me sentia um pouco triste e idiota por ter causado o acidente.
— Então vamos? — perguntou o homem ao meu lado e eu já com raiva pisei no acelerador fazendo os pneus cantarem.
— Você está louca?
— Louca? É tudo culpa sua.
— Peraí, não fui eu quem atropelou alguém aqui. — Apertei as mãos no volante tensa e acelerei mais ainda o carro até que freei no sinal vermelho.
— FOI UM ACIDENTE OK? EU NÃO QUIS TE ATROPELAR — gritei respirando alto e me voltei pra ele.
— Me deixa sair, acho que melhorei, a última coisa que quero é morrer com uma louca ao volante. — Franzi o rosto sem acreditar nele, o vi abrir a porta e sair do carro mancando. Ah não, eu não sou mulher que fica no vácuo. Com raiva também sai do carro e o segui.
— Louca? Você acha que sou louca? Sabia que estou perdendo algo muito importante por estar querendo te ajudar? Você é um idiota mal agradecido.
— Claro, eu não sabia que tinha que agradecer por ser atropelado. — Ele zomba de mim e eu paro muito chateada por ter perdido meu tempo e minha entrevista por causa do idiota lindo e sexy que atropelei.
O homem continua andando e quando acho que ele não vai mais voltar ou falar comigo eu caminho para meu carro e ouço-o gritar.
— Eu decorei a placa do seu carro só pra você saber.
— O quê?! — penso seriamente em correr até ele e estapeá-lo por ser um completo babaca, mas dou uma última olhada em meu relógio de pulso e vejo que só estou alguns minutos atrasada e a Sharp está somente a uma rua de onde estou.
Entro em meu carro e arranco com ele xingando, eu tenho alguns minutos para chegar à Sharp e me apresentar para a minha entrevista.
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Deliciosa Tentação. #Conto02 ( COMPLETO.)
Short StoryDepois de receber uma ligação de uma das agências de marketing mais conhecidas do Brasil e ser uma das escolhidas pra uma vaga de gerente de Marketing, Sophia Clay não esperava nada menos que um bom desempenho de si mesma, o único problema é que não...