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Harry.


Harry jogou o celular no banco do carona e afundou o rosto no volante, sem saber exatamente o que pensar ou fazer.  Respirou fundo, olhou através da janela e uma chuva fina caía naquela noite. Ele ligou o carro e deixou que algo lhe surgisse durante todo o caminho. O peito doía. Os olhos marejaram. As mãos suavam. Ele estava devastado. A voz de Louis ecoou no seu ouvido como sinos em uma procissão.

O celular não parava de vibrar.

sam: você vem?

sam: harry?

harrystyles: estou chegando aí.

Harry estacionou o carro na frente da casa do Sam. Bateu a porta do carro, sem nem perceber o quão forte a tinha batido.

harrystyles: abre a porta.

Sam abriu a porta, mas Harry não moveu-se. Ele escondeu o rosto atrás das mãos, afastando o cabelo da testa e respirou fundo. Sam tentou abraça-lo, sem sucesso.

- Estou aqui pra te dizer que eu fui um idiota esse tempo inteiro. Eu precisava dizer isso pessoalmente, mesmo que isso te faça me odiar por toda a minha vida. - Harry hesitou por um momento, afastando-se. - Eu te amo Sam, mas por favor. Eu não posso sempre te consertar. Eu fiz um bando de coisa errada. Eu me aproveitei a maior parte do tempo, assim como você também.

- Do que você tá falando? Vem cá, entra. Saí dessa chuva. - Sam o segurou pelo braço.

- Não! - Ele gritou.

- Eu só quero ter você.

- Isso é tão egoísta. Você brinca comigo quando quer, só porque eu gosto de você e me preocupo. Eu não quero que se sinta mal, Sam. Mas e eu?

- Você o que? Harry, eu te dou o sexo que quer e eu... - Sam explodiu. - Eu te dei  uma carreira.

- Eu sei! Você acha que eu não lembro disso? O tempo inteiro? Por que você fez isso então? Pra me ter na tua mão? Eu não quero.

Harry deu um passo a frente. Os olhos de Sam estavam fixos aos dele, como se estivesse desaprovando qualquer sílaba que saísse de sua boca.

- Eu amo o Louis. E é com ele que eu quero dormir. Se você quiser ser meu amigo, você precisa me deixar ser feliz sem me requisitar sem mais e nem menos.

- Vá embora.

- Sam...

- Eu te odeio. Você não precisa mais de mim e agora que me jogar fora por qualquer faxineiro.

- Cala a boca. - Harry o empurrou contra a porta da casa. - Nunca fale desse jeito dele, você ouviu?

- Oh, agora você vai me bater? Que grande amigo você anda me saindo, baby tarzan.

Sam o olhou chorar, em puro desespero. A chuva havia cessado. Então abriu a porta, parando por um estante para olhá-lo mais uma vez. Ele abriu a boca, mas nada saiu.

Harry saiu correndo da calçada em direção ao carro. Talvez ele chegasse a tempo de aproveitar o que restava da noite. Tudo que ele queria era um abraço de Louis, mesmo que fosse impossível, ele tentaria.

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