CAPÍTULO I

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A mansão dos Park, tradicional e imponente, estava em um estado de agitação. A luz do fim de tarde filtrava-se através das janelas de vitral, lançando padrões coloridos nos tapetes persas luxuosos que cobriam o chão. No entanto, a atmosfera dentro da casa estava longe de ser pacífica. Roseanne Park, conhecida por seu controle e dignidade, estava em uma explosão de furia.

Roseanne entrou na sala de estar com um estampido, seus passos firmes e pesados ecoando pelos corredores. A sala, normalmente elegante e organizada, agora parecia um campo de batalha. Em uma mistura de raiva e desespero, Rosé havia começado sua fúria derrubando tudo que estava à sua frente.

O primeiro alvo foi um vaso de porcelana chinês de valor inestimável, que ela agarrou com as duas mãos e lançou contra a parede. O vaso se despedaçou em uma explosão de fragmentos brancos e azuis, espalhando-se por todo o chão. O barulho fez com que o cachorro da família, adotado em um abrigo e sem raça definida, chamado Hank, saísse correndo e se escondesse atrás do sofá, com as orelhas baixas e o rabo entre as pernas.

— Eu não acredito nisso! — Rosé gritou, sua voz reverberando pelas paredes. — Como eles podem me fazer isso agora?

O próximo item a ser atingido foi uma mesa de café imponente, com um tampo de mármore polido. Rosé empurrou a mesa com tanta força que os livros e adornos nela dispostos voaram pelo ar antes de cair pesadamente no chão. Os livros caíram abertos, espalhando páginas rasgadas e frases desordenadas por todo o ambiente.

Park Joon, o pai da mulher, entrou apressadamente na sala, um olhar de preocupação estampado em seu rosto. Ele tentou se aproximar, mas parou ao ver a cena caótica à sua frente. Seus olhos se arregalaram ao ver o candelabro de cristal balançando precariously sobre a mesa de jantar, como se estivesse prestes a desabar também.

— Rosé, por favor, acalme-se! — Park Joon pediu, sua voz tentando se impor sobre o tumulto. — Eu sei que você está frustrada, mas não é assim que vamos resolver isso!

— Resolver isso? — Rosé gritou, sua voz ficando rouca com a intensidade. — Como você pode esperar que eu me acalme? Depois de anos tentando escapar desse casamento arranjado, eles finalmente conseguem me pegar!

Ela então se virou para uma estante de porcelana, puxando os itens preciosos de dentro e jogando-os no chão. O estrondo do vidro se despedaçando parecia uma sinfonia caótica de frustração. Cada objeto quebrado era como um grito silencioso de resistência. Park Joon suspirou e deu um passo hesitante em direção a ela. Ele sabia que discutir com Rosé nesse estado era como tentar parar uma tempestade com um guarda-chuva.

— Eu entendo que você está chateada, mas precisamos ser racionais sobre isso. O Conselho da máfia tomou a decisão e...

—Racional? — Rosé cortou-o com uma risada amarga. — O senhor quer que eu seja racional? Olhe ao redor! Minha vida está se despedaçando em pedaços como esses objetos!

Ela então se virou para um elegante candelabro de cristal que estava pendurado no teto. Em um impulso, ela puxou o fio de maneira tão furiosa que o candelabro balançou descontroladamente. A peça cintilante parecia estar se movendo em câmera lenta antes de finalmente cair com um estrondo, espalhando cristais por toda parte.

— Agora você vai me dizer que essa é a solução para os nossos problemas? Aquela idiota... — Rosé gritou, se virando para seu pai, que estava agora em um canto da sala, com um olhar de puro desespero.

— Não é assim que resolvemos isso. — Park Joon respondeu, tentando manter a calma. — Eu não queria que você soubesse dessa forma, mas é a única alternativa viável. O Conselho não deu mais opções.

𝐂𝐀𝐏𝐎 𝟐 (𝐆!𝐏) - 𝐂𝐇𝐀𝐄𝐒𝐎𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora