𝐂𝐀𝐏𝐎 𝟐 (𝐆!𝐏) - 𝐂𝐇𝐀𝐄𝐒𝐎𝐎

CAPÍTULO VII

JISOO MANOBAN (CAPO)

1 semana depois...

As coisas pareciam voltar ao normal, ou pelo menos, ao que eu estava acostumada. O ritmo frenético da vida mafiosa seguia, e eu me jogava de cabeça no trabalho para evitar o turbilhão de pensamentos que havia surgido desde aquele reencontro.

Mas naquela manhã, algo estava fora do lugar. Meu corpo estava relaxado demais, afundado nos lençóis macios de um quarto de hotel que não era o meu. Meu quarto era sempre impecavelmente organizado, mas aquele estava ligeiramente bagunçado, com roupas espalhadas no chão. O cheiro de perfume doce, que não era o meu, pairava no ar. E então, quando finalmente me virei, lá estava ela.

Uma mulher estava deitada ao meu lado, nua. Seu cabelo loiro caía displicentemente sobre os ombros, e seu rosto estava parcialmente coberto pela fronha. Eu pisquei, tentando juntar as peças do que havia acontecido na noite anterior. O que eu me lembrava era de sair para um bar com alguns contatos locais, apenas para tomar algo e discutir alguns negócios. Mas eu claramente havia exagerado na bebida, coisa que raramente fazia... até parece.

Eu me apoiei nos cotovelos, olhando para a mulher ao meu lado, tentando, sem sucesso, lembrar seu nome. Não era alguém que eu conhecia, disso eu tinha certeza. E mais, eu nunca levava mulheres para a minha casa — era uma regra pessoal. Não misturava trabalho com diversão, e não deixava ninguém entrar no meu espaço. Isso explicava o hotel. Suspirei, tentando processar a situação. A cena parecia absurda, quase cômica, considerando o quanto eu controlava cada aspecto da minha vida. E agora, ali estava eu, em uma cama que não era a minha, com uma mulher que eu mal conhecia. Minha cabeça doía levemente, um lembrete suave da noite de excessos. Puxei os lençóis sobre o corpo dela para cobri-la e me levantei devagar, tentando fazer o mínimo de barulho possível.

Enquanto eu me movia pelo quarto, buscando minhas roupas, flashes da noite anterior começaram a voltar. O riso, a dança, a sensação de liberdade que fazia tempo que eu não sentia. Eu me permiti ser alguém diferente por uma noite. Joguei as preocupações para o alto e deixei que a música, as luzes e o álcool fizessem o resto. Não era o tipo de coisa que eu fazia com frequência, mas parecia necessário depois de tudo o que havia passado nos últimos tempos. Minha mente, no entanto, não estava completamente em paz. Por mais que eu tentasse ignorar, o pensamento de Rosé se infiltrava entre as lembranças da noite anterior. Algo havia mudado entre nós, e desde aquele reencontro, uma tensão latente pairava no ar. A maneira como ela me olhava, como falava, era diferente, e isso mexia comigo de uma forma que eu não queria admitir. Talvez a escapada com essa mulher tivesse sido minha forma inconsciente de desviar desses sentimentos. Sentimentos que, sinceramente, eu não sabia lidar.

Enquanto vestia minha camisa, olhei para o relógio. Já passava das nove, e eu tinha uma reunião importante com Lisa e Jungkook em poucas horas. Precisava colocar minha cabeça no lugar. O que havia acontecido ali ficaria naquele quarto de hotel, como sempre. A mulher começou a se mexer, e eu sabia que não teria como sair sem dizer algo.

— Bom dia. — a voz dela saiu baixa, ainda grogue de sono.

— Bom dia. — respondi, sem muita cerimônia, enquanto colocava meus sapatos. — Eu... preciso ir. Tem café da manhã no quarto, se você quiser.

Ela sorriu, preguiçosa, e se apoiou nos cotovelos, os lençóis ainda cobrindo seu corpo. — Foi uma noite divertida.

— Foi, sim. — eu forcei um sorriso, mantendo a distância emocional que sempre funcionava bem nesses momentos. — Mas eu realmente tenho que ir. Coisas de trabalho.

Ela assentiu, claramente acostumada com esse tipo de situação. Não houve questionamentos, nem drama, o que eu agradeci. Coloquei meu blazer e me aproximei da porta. Antes de sair, olhei para ela mais uma vez, certificando-me de que tudo estava sob controle.