CAPÍTULO XI

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JISOO MANOBAN (CAPO)

Meu pai estava decidido e não havia espaço para minha resistência. Eu odiava ser vulnerável, odiava que ele estivesse certo, mas a dor no meu braço não deixava espaço para debates internos. O sangue ainda pingava no chão, manchando o mármore impecável do hall da mansão Manoban, e as palavras não saíam mais com a mesma convicção.

— Está bem. Vamos. Mas isso não vai mudar nada. — finalmente cedi, minha voz soando menos firme do que queria.

Papai me encarou por um segundo, e eu pude ver que, por trás da dureza, havia algo mais — preocupação genuína, o medo de perder a filha para esse mundo violento em que vivíamos. Mesmo assim, ele manteve o semblante rígido, apenas assentindo antes de se virar em direção à porta.

— Vamos logo.

Eu podia sentir os olhares de Jennie, Rosé e Jimin sobre mim, misturando alívio com tensão. Ninguém se atreveu a dizer nada, mas eu sabia que todos eles estavam preocupados, mesmo que tentassem disfarçar. Lisa voltou com as chaves na mão e abriu a porta, me ajudando a sair, apesar do meu protesto silencioso. Eu não gostava de me sentir fraca, ainda mais diante de todos eles, mas o corte latejava mais do que eu estava disposta a admitir.

O ar noturno de Roma era fresco, e por um momento, me senti grata por sair do ambiente pesado dentro da mansão. Lisa me ajudou a entrar no carro, e logo estávamos no caminho para o hospital. Marco dirigia com pressa, o silêncio no carro tão espesso que era sufocante. Cada batida do meu coração parecia amplificar a dor no braço, e eu lutei para manter o controle. Não podia demonstrar fraqueza, não agora.

— Você deveria ter sido mais cuidadosa, Jisoo. — meu pai quebrou o silêncio, sua voz cheia de frustração.

— Eu sempre sou.— respondi, embora soubesse que era mentira. A verdade é que, no calor da missão, era impossível prever tudo. Mesmo os mais cautelosos acabavam sangrando.

— Isso não pode continuar assim. — ele continuou, ignorando minha resposta. — Precisamos manter o controle, tanto da cidade quanto da família. E para isso, preciso de você em pleno funcionamento, não caindo de exaustão ou... — ele hesitou, mas as palavras ficaram no ar, não ditas.

Morta. Eu sabia o que ele queria dizer, mas não precisava ouvir isso.

— Eu estou aqui, pai. Não vou a lugar nenhum. — olhei para ele de canto de olho, vendo as linhas de tensão em seu rosto, que ele normalmente escondia. Mesmo Marco Manoban, o temido líder, tinha suas fraquezas. E eu era uma delas.

O carro virou a esquina e finalmente chegamos ao hospital. As luzes brilhantes me cegaram por um momento quando saímos do carro. Lisa já estava ao meu lado, me ajudando a descer, enquanto papai falava com os médicos, exigindo atendimento imediato.

— Irmã, por favor, deixa eles cuidarem de você. — Lisa murmurou, com um tom suave que raramente usava comigo.

Assenti, sem vontade de discutir mais. Eu estava cansada. Muito cansada. Enquanto os médicos me conduziam para dentro, senti o peso da noite cair sobre mim, mais pesado do que nunca. A luz fria do hospital era um contraste brutal com a escuridão que eu sentia me envolver. Os médicos me guiaram para uma maca, e o som de passos apressados, o barulho dos instrumentos metálicos sendo preparados, tudo parecia distante, abafado pela dor que pulsava no meu braço e ecoava na minha mente. Lisa ficou ao lado da porta, observando com olhares apreensivos. Eu odiava vê-la assim, odiava saber que a preocupava. Mas o pior de tudo era meu pai, parado com os braços cruzados, encarando tudo com aquele olhar analítico. Era como se ele estivesse me julgando a cada segundo, e eu sabia que, no fundo, ele estava. Não havia espaço para falhas, nem mesmo as que deixavam cicatrizes no corpo.

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⏰ Última atualização: Oct 30 ⏰

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𝐂𝐀𝐏𝐎 𝟐 (𝐆!𝐏) - 𝐂𝐇𝐀𝐄𝐒𝐎𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora