Capítulo 1

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#ErosLançamento

Em Shark City, uma pequena cidade no Sul do Reino Unido, no ano de 1908, aconteceu algo que ficaria conhecido como "O Ano Escuro''.

Foi em 1908 que os carros começaram a baratear e se tornar acessível para mais pessoas. Consequentemente, cavalos e carruagens pararam de serem vistas nas ruas, e, embora os animais, há alguns anos, também tivessem causado problemas, não foi nada comparado ao estrago que os carros fizeram.

Carbono encheu o céu de não apenas Shark City, mas também de todo o Reino Unido!

Foi assim que tudo aconteceu.

As pessoas começaram a adoecer por conta disso: milhares de indivíduos morreram por causa de asma, tuberculose ou problemas de pulmão ainda não nomeados em um curto espaço de tempo que os cidadãos quase propuseram deixar de usar aqueles automóveis diabólicos. E, dessa forma, naturalmente, houve uma alta demanda de médicos.

Edwin Hoffner era o mais famoso da cidade: ele tinha feito inúmeras descobertas extraordinárias! Era um daqueles que todos confiavam as próprias vidas, e Eros Hoffner tinha muito orgulho do pai nesse quesito.

Em um raro dia em que não havia uma nuvem preta no céu, o Sol brilhava em um tom dourado tão lindo que Eros nem se importou de sentir o calor agradável nas pálpebras o acordando. Ele soube que seria um dia bom apenas com isso: dias bons começam com sensações boas, e acordar sem ter vontade de voltar a dormir imediatamente era uma delas.

Ele abriu a boca para chamar Katie quando se lembrou da conversa da noite passada. Ela estava certa: talvez ele devesse seguir em frente. Eros jogaria todas as edições de Um Cavalheiro para Uma Dama fora se isso significasse que aquela parte odiosa da sua vida desapareceria, porém, quando ele abriu os olhos, o ar sumiu dos pulmões.

Onde diabos ele estava?

O teto foi a primeira coisa que ele viu e, logo em seguida, se assustou com as paredes cobertas por um papel de parede cheio de estampas. Aquilo era horroroso e belo ao mesmo tempo! Eros deixou os olhos percorrerem o resto do quarto, tentando encontrar qualquer coisa que lhe fosse familiar, mas o nó no fundo da garganta aumentou cada vez mais ao se deparar com móveis estranhos.

A cama estava bem posicionada: um pouco longe de onde a corrente de ar passa pela janela, mas não tão próxima da porta. Os móveis ocupavam pouco espaço, o que fazia o cômodo parecer maior do que provavelmente era. Havia um armário de madeira escura com portas duplas e um espelho em cada uma delas. Logo no pé da cama, uma poltrona verde brilhava com o sol que passava pela janela de cortinas abertas, ao lado da cama e em cima de uma mesinha, havia duas jarras maiores do que o normal, em uma vasilha tão grande quanto.

Eros franziu o cenho com tanta força que seu cérebro levou uma fisgada. O que diabos estava acontecendo? Quem na Terra tinha um quarto tão esquisito quanto esse? E porque essa pessoa tinha o trazido aqui?

"Katie?", ele tentou chamar o nome da irmã, desesperado para encontrar algo familiar quando o pânico começou a tomar conta do seu ser. "Katie?!"

"Por que você está gritando?" Quem apareceu atrás da porta quando ela abriu foi uma mulher muito parecida com sua mãe. Ele quase se permitiu deixar alívio correr por suas veias até perceber a forma que ela estava vestida: havia tanto tecido que era assustador. Um longo vestido cobria todo o seu corpo, até os pés, caído em camadas, o tecido dos ombros parecia folgado. Havia algo que fazia a cintura da sua mãe parecer mais fina — Eros tentou adivinhar que o nome daquilo era corset — na cabeça daquela que lembrava sua mãe, um chapéu se fazia presente. A gola cobria metade do seu pescoço fino e Eros pensou que ninguém no mundo usaria a não ser que fosse para uma festa de Halloween.

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