Tempestades e Florestas

52 6 8
                                    

             Ronald se encontrava agora em seu quarto. Na verdade no quarto de hóspedes da casa do Harry, que também por acaso era do Malfoy agora.
              Depois do almoço estranho onde o Elfo simplesmente quase o atacou por ter duvidado que seu patrão e aparentemente amigo, o tratava com respeito. Ronald tentou ao máximo evitar os dois. Voltou para o quarto para que podesse continuar descansando e só saiu novamente no café a tarde e depois para jantar. Não, ele não ia perder uma refeição se quer. Não quando provou o almoço. E não podia negar que realmente estava delicioso. Malfoy realmente o surpreendeu ao dizer que conzinhava. Ou que tentava pelo menos.
                Dizer que estava de sentindo desconfortável seria eufemismo. Não sabia como se portar diante do loiro. Harry saindo em missão só piorou as coisas. Agora eram dois estranhos tentando conviver sob o mesmo teto durante três dias. Até pensou em simplesmente não sair do quarto. Mas se lembrou que não era nenhuma criança. Era um homem com seus já 26 anos. Um Auror ainda por cima. Porque estava com medo de passar três dias na presença do Malfoy?
                  Malfoy era um mar de contradições. Não conseguia entender como ele conseguiu conquistar o Harry. Na época, ainda na escola até pensou que ele podesse ter enfeitiçado seu amigo. Na verdade jogou isso na cara do loiro. Não uma só vez. Lógico que negou todas as vezes. Até o próprio Harry começar a ficar com raiva dele por estar levantando essa hipótese. Disse que estava ferindo o Malfoy com essas palavras. Ronald não podia negar que toda vez que dizia algo do tipo ou até piores, como ter enfeitiçado Harry para levá-lo para o lado do mal, ele via Malfoy se contorcer mesmo que sutilmente, como se tivesse sentindo alguma dor física. Sua feição sempre altiva mudava para quase vulnerável. A palidez natural de sua pele se mostrava quase doentia.
                  Ronald não conseguia entender. Não quando Malfoy sempre foi apenas uma pedra no sapato deles. Ele nunca fez nada que realmente fosse ruim. Mas sempre estava por perto tentando provar o quanto era mais inteligente que qualquer um . Seja nas matérias ou nos esportes. Não tinha realmente nenhum amigo. Era apenas rodeando por pessoa interesseiras e bajuladores. As pessoas sabiam de que lado sua família estava. Sabia no que acreditavam. Mas quando a escuridão tomou forças além do esperado, Malfoy pediu refúgio. Pediu socorro e abrigo. Ele estava visivelmente acabado. Era como se estivesse carregando todo o peso do mundo em suas costas. Hoje conseguia ver que era exatamente isso. Porque logo após Malfoy ter pedido ajuda a Dalbodor e Harry, seus pais foram mortos por Valdemorth. Na época ele não sabia como tinha cido. Os adultos não contavam. Os jornais foram proibidos de publicar qualquer coisa que não fosse apenas o anúncio de suas mortes. Mas sabia que foi horrível. Pois seus pais simplesmente faziam caras de pesar quando lhes foi perguntado. E eles nunca foram amigos. Sempre rivalizavam. Então só poderia pensar o pior.
                   Malfoy passou a viver com Harry sob os cuidados dos Wesley e de Sirius. E Ronald passou a ver aquela ligação se solidificar. Ele se sentia como um campo magnético que puxava e repelia. Ele queria estar junto de Harry mas, a presença de Malfoy o matinha distante. Até que ele percebeu umas atitudes estranhas do loiro. Olhares. Aqueles olhos cinzas. Eram como uma tempestade em alto mar. E Ronald sabia que se encarasse de volta ele poderia se afogar. Ele tentou alertar o Harry. Que talvez seu namorado não curtia a monogamia. Que deveria ficar atento para não ser passado para trás. Claro que nunca falou que pegou o loiro lhe lançando olhares mais que suspeitos. Nunca falou que por alguns milésimos de segundos ele quis se afogar naquele mar. Naquele dia ele soube que tinha perdido seu amigo. Ao dizer tão coisa foi como se ele tivesse agredido fisicamente o loiro. Ele o olhou como se tivesse simplesmente matado uma parte dele. Ronald levou um soco de Harry. Que ele nem sentiu, porque continuo a olhar para o loiro que derramava lágrimas silenciosas.
                    A guerra chegou e acabou. Pessoas morreram. Mas no final o bem prevaleceu. A vida continuou seu curso.
A vida adulta com suas responsabilidades cotidianas chegou. Não importava se já haviam de tornado adultos antes do tempo.
Ronald seguiu sua vida. Quis se tornar Auror. Sabia que Harry também iria. Mantiveram uma relação respeitosa pela família e pelo serviço. As vezes Harry queria de aproximar. Ronald dava um jeito de mater distância. Descobriu que o verde selvagem o puxava, assim como a Floresta Proibida te convida e descobri toda a magia e mistério e desconhecido que há nela. Mas sabia que Harry não queria aquilo. Era coisa de sua cabeça. Só estava projetando o que queria ver. E foi assim que manteve mais distância. E viu se melhor amigo seguir sua vida sem ele.
                   Ronald teve seus pensamentos melancólicos interrompidos. Sabia já de tratar além da meia noite. Não conseguia parar sua mente para poder descansar e dormir. Ouviu um barulho de algo caindo. Algo bateu no chão. Pensou que poderia se invasão. A casa era altamente segura. Mas não podia descartar a hipótese. Não seria um Auror se fizesse.
                   Se levantou com a varinha em punho e abriu a porta do quarto o mais silenciosamente que conseguiu. Percebeu um movimento e apontou a varinha. O Elfo saia do quarto que era de Harry e Malfoy.

_ Que barulho foi esse? O que está acontecendo? Cadê o Malfoy?
_ Sr Malfoy está dormindo. De que barulho está falando. Não ouvi nenhum barulho.
_ Sim. Teve um barulho. Como pode não ter ouvido? Como Malfoy não acordou?
_ Porque não ouve barulho. Porque não volte a deitar sr. Weasley? Precisa descansar. Já está até ouvindo coisas...
           
                   Ronald teve vontade de o amaldiçoar naquele momento. O Elfo estava tirando uma com a cara dele. Era óbvio ontem de deboche em sua voz. Será que ele aprendeu aquilo com Malfoy ou ele era simplesmente assim, e era por isso que eles se davam visivelmente bem?

_ Porque está aqui nesta hora? Não disse que tem sua própria casa?
_ Não que seja do interesse do sr... Mas Tokim costuma fazer companhia para o Sr Malfoy quando sr Potter está em missão por mais de uma noite.
_Hum
_Hum
                        Ronald deu as costas para o Elfo e voltou para o quarto.
                       
Malfoy não desceu para tomar café da manhã aquele dia...

****

Gostaria de deixar algumas coisas claras...
Não estou seguindo os livros. Pouca coisa que aconteceu nos livros aconteceram na fic. Malfoy nunca foi realmente um Zé ruela  gritando aos quatro ventos que odeia nascidos trouxas ou qualquer porcaria do tipo. Ele ainda nasceu em sua família. Mas foi crescendo criando suas próprias convicções. Motivo de ter pedido ajuda.
Não vou criar muito caso com isso.
Só queria deixar claro que ele é uma pessoa diferente aqui.

                   
        
             

Uma Parte de Mim / Drarry /Onde histórias criam vida. Descubra agora