Chapeuzinho Vermelho - Lua de Sangue

Capítulo seis

Enquanto estava lá, fiquei pensando sobre o que minha avó disse, as três coisas que não se escondem por muito tempo, o sol, a lua e a verdade. Mas qual seria a verdade? quem seria Nicolay? meu destinado...

Eram tantos pensamentos, minha mãe e minha avó estavam mortas, eu teria que me casar e viver o resto da minha vida infeliz ao lado de James, ainda tem Aaron e Ethan, Harris acertando uma flecha na minha perna e me caçando, Deus, estou ficando louca de vez, eu vou descobrir a verdade a qualquer custo, nem que isso custe a minha vida.

Horas se passaram e eu estava lá ainda, minha cabeça estava doendo, latejando. Até que escuto alguém chegando, me assustei e me virei rápido, estava tudo escuro e eu não sabia quem poderia ser mas quando me virei, era o meu pai e o Harris, pro meu azar, só tenho tido azar mesmo.

- Filha, o que está fazendo aí? - Veio tentar me tirar de perto dela me puxando pelo braço.

- Não, eu não quero sair daqui, a vovó morreu, pai, ela morreu. - Comecei a chorar mais e puxei o meu braço e continuei lá, não queria sair dali, até que Harris se intrometeu.

- Vamos, Louise, não temos muito tempo, você irá se casar depois de manhã, terá que se aprontar e virá morar conosco. - Eu não estava acreditando naquilo, minha vó estava simplesmente morta na nossa frente, ele não era cego. Olhei para o meu pai e estava como antes, como se estivesse hipnotizado, era como se ele obedecesse tudo que Harris dizia, o que ele fez com o meu pai?

- Vamos logo, Louise, James e Alyssa estão te esperando, deixa que depois vamos tirar o corpo e vamos enterrar em algum lugar da floresta. - Como assim, aquele não era o meu pai, ele não estava se importando, era como se nada daquilo importava.

Não esperei muito tempo e por sorte eu tirei forças até de onde não tinha, nem sei como isso é possível mas eu fugi, enquanto Harris se moveu saindo da frente da porta eu fui em direção à floresta, estava muito escuro, apenas a lua da lua e eu não enxergava muita coisa. Não sabia por onde ir, eu não poderia ir para o vilarejo, seria muito fácil eles me acharem e não dava pra ir à cidade até que Aaron apareceu, foi do nada, como fumaça, eu não ouvi um barulho se quer de seus passos.

- Louise, o que está fazendo sozinha uma hora dessas? - Ele veio até mim me olhando preocupado mas eu recuei, ele era um lobo, ele matou minha mãe e a minha avó.

- Sai de perto de mim, vai embora. - Eu não poderia deixá-lo chegar mais perto, por mais que eu não teria forças pra lutar e mesmo se tivesse, um soco dele me desmontaria fácil.

- Eu sei o que está pensando, não foi eu que fiz aquilo.

- Como você sabe? só se foi você mesmo que fez, eu não confio em você. - Ele acha mesmo que eu acreditaria? o que mais ele estaria fazendo na floresta no meio da noite?

- Sei porque foi o meu irmão, Ethan, ele está com Harris agora, ele me traiu e você precisa vir comigo senão eles vão nos achar e nos matar. - Era só isso que me faltava, mais um querendo a minha cabeça. Mas algo muito estranho aconteceu, de repente aquilo fez sentido na minha cabeça e eu estava acreditando mas eu sabia que não era verdade e mesmo assim eu fui, mas como? eu sei que tem algo errado.

Então ele me pegou no colo e eu deixei, como isso era possível? eu não queria ficar com ele, eu tinha que fugir, alguma coisa dentro de mim falava pra eu acordar e fugir mas eu não conseguia, meu corpo não me obedecia. Eu acabei dormindo e acordei na mansão, já no quarto e era de manhã, minha cabeça estava latejando demais porque chorei mas parece que eu levei uma pancada. Ouço três batidas na porta e Aaron entrou com uma bandeja nas mãos, tinha suco, frutas e algumas torradas, de onde ele tirou isso tudo?

- Vejo que já acordou, bom dia, trouxe o seu café da manhã, presumi que não estaria disposta pra sair do quarto. - Seu tom de voz era calmo demais.

- Por que eu estou aqui? eu não deveria ter vindo, por que me trouxe? - Eu não sei como eu vim parar aqui, preciso fugir agora.

- Se acalma, Ethan não está aqui, não vão te achar, apenas fique comigo e confie em mim. - Sua voz estava cada vez mais calma e lenta, senti uma tonteira e comecei a me conformar que deveria ficar com ele mas não, isso não está certo, eu tenho que sair.

Eu simplesmente tomei café e fui tomar um banho, eu estava completamente ensanguentada, até meus cabelos estavam grudados do sangue da minha avó. Tentei me lembrar de alguma coisa mas só me vem algumas lembranças curtas e de Aaron me dizendo que deveríamos ficar juntos e que era pra tomar banho e não sair da mansão mas eu não me lembrava direito disso, eu não lembro de ter vivenciado, foi como se eu tivesse um apagão e só me restou pequenas memórias, apenas da voz dele.

a dor só piorava, estava começando uma enxaqueca muito forte, saí do banho e fui para o quarto, era uma suíte. Me deparei com as minhas roupas na cama e só me vesti, não me perguntei de onde ele tirou isso, só se ele tivesse ido em minha casa, o que está acontecendo comigo? penteei o meu cabelo, havia uma penteadeira no canto do quarto, ouvi batidas na porta.

- Posso entrar? - Era a voz dele, Aaron.

- Pode, já acabei. - não, não pode, por que eu não consigo falar o que penso? eu estou presa dentro de mim mesma. Ele entrou e vi uma xícara na mão dele.

- Toma um chá, vai melhorar sua dor de cabeça, faz bem. - Como ele sabia que eu estava com dor? eu bebi e ele abriu um sorriso no rosto, seu sorriso era diabólico. - Você vai ser minha, Louise, só minha.

Enquanto ele dizia isso eu estava ficando mais tonta, meus olhos começaram a pesar, tentei lutar para ficar acordada mas eu estava ficando fraca, ele colocou alguma coisa no chá, até que quando eu ia cair direto no chão, ele me segurou mas antes de apagar completamente, ouço uma risada e alguém dizendo

- Conseguimos, vamos levá-la.

E aí, o que acharam? será que vamos saber mais sobre o Aaron?