Capítulo 1

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"Um pau na boca dele ajudaria a me deixar feliz". Era isso que eu pensava enquanto o meu patrão não parava de xingar todos porque alguém comeu o pudim da geladeira. As vezes eu pensava se precisava mesmo desse emprego ou se era só para passar o tempo, não sei dizer ao certo.

Na verdade eu sei sim, minha mãe esta doente e eu trabalho para pagar seus remédios e tratamento. O câncer é algo terrível e confesso que as vezes parece que sou eu quem tem porque fico tão cansada de tudo e de todos.

A única coisa que me deixa feliz e talvez a única coisa que tira meus pensamentos suicidas são uma pessoa de meio metro de altura.

ーOlha, sem querer ser chata - Karen chega próxima ao meu guichê colocando a cabeça por cima da fina parede que divide metade do escritório- se continuar olhando para as bolas do Bob vão achar que você está interessada no Bob careca.

Olho para Karen e dou um sorrisinho escondido para que Bob não pergunte o porquê de estarmos rindo e não prestando atenção nas suas palavras de insulto por um pudim.

ー Eu acho que deveríamos ir em uma festa hoje. - mordo a tampa da minha caneta- vai fazer alguma coisa hoje?

Nessa altura depois de quase uma hora falando, o Bob careca entrou para sua sala e finalmente deixou os ouvidos dos seus infelizes funcionários em paz.

ーRachell- Karen solto um ar pesado- eu achei que teria que ficar com sua mãe hoje.

ー Eu tenho, mas - giro a minha cadeira até o guichê dela- ela dorme cedo e eu pago uma enfermeira para os finais de semana.

A garota que falta altura me olha com desânimo e então revira os olhos dando um sorriso como um gesto de "sim".

ー É disso que eu estou falando.

As vezes acho que tenho TDAH ,mas Karen disse que não, ela faz faculdade de psicologia e todos os meu problemas eu jogo nela, é minha amiga e tem que me ajudar. Eu sei que ela vai ser uma médica excelente.

Em relação ao meu TDAH que talvez eu não tenha, é difícil focar no meu serviço com esse Deus grego que senta a minha frente. Max diagnos.

Céus eu acho que seria capaz de dar pra ele aqui mesmo, mas Karen nunca deixou eu cometer esse ato. Tenho que agradecer, não seria apropriado.

O dia passou tão rápido que por um minuto achei que tivesse dormindo. Talvez seja porque estou animada com a minha saída e da Karen, tem tempo que não saímos assim.

ー Então - solto o "então" e me arrependo amargamente por que Karen já estava segurando tanto o riso que parecia mais um tomate-

Eu queria convidar Max para a festa, Karen tinha um namorado e eu não tinha ninguém, o que custava? E eu sabia que ela levaria ele. Então ela não se importou, mas acho que não sei chamar ninguém para sair.

ー Sim - Max olha para trás com aquele sorriso mais lindo do mundo e meu coração e talvez até outra parte do meu corpo bate forte-

ー Vai fazer alguma coisa hoje? - reprimindo meu sorriso por saber que Karen estava do outro lado da rua sentada rindo da minha cara-

ー Não, mas se você me chamar pra alguma coisa - ele sorri mais uma vez-

Max sorriu duas vezes para mim, acho que estou apaixonada.

ー Eu farei - Ele sorri mais uma vez e termina de me deixar completamente apaixonada -

ーEntão - e lá estava ele mais uma vez o "então"- às oito na minha casa. Karen e o namorado dela vão também.

ーTudo bem. - antes de sair andando Max pega o meu contato e o endereço de onde fica a minha casa-

Saio saltitando atravessando a rua e Karen se levanta da calçada rindo tanto que minha vontade seria de joga-la na frente do primeiro caminhão que passasse.

ー Pelo visto ele aceitou.

ー Sim, e vamos às oito.

ーVamos, mas onde é essa festa?

ー Uma amiga minha - Karen me interrompe-

ー Que amiga? Eu sou sua única amiga.

ー Isso doeu - Sigo caminhando e falando - ela está fazendo aniversário hoje me chamou e disse que poderia chamar quem eu quisesse.

ー E de onde é essa amiga? - ela para, e olha para os dois lado da rua antes de atravessar -

ー Lembra daquele curso que eu comecei a fazer, mas deixei pela metade?

ーQual deles? Você nunca termina nada que começa.

ー Tirou o dia pra me ofender? - reviro os olhos- Enfim, fiz curso com ela e conversamos bastante pelo celular.

O que era uma mentira, as vezes ela respondia algo meu e eu os dela. Bella não conversava comigo direito desde o dia em que sai do curso, e acho que ela só me chamou por educação. E eu sem nenhuma educação aceitei.

ー Tudo bem, às oito na sua casa. - Karen toma o rumo da sua casa que não era tão longe assim da minha-

Dou tchau para ela e começamos a nos afastar uma da outra. Eu com certeza tinha Karen como minha melhor amiga e melhor coisa que já aconteceu comigo desde o colegial.

Sempre achei que ela seria alguém na vida primeiro do que eu, e sabendo disso fiz um acordo com ela. "Quem ficasse rica primeiro ajudava a outra a enriquecer também", meio patético mas acho que se eu ficasse rica primeiro ajudaria ela sim. Isso é, se alguma de nós ficar rica.

Ao chegar na minha casa vou até o quarto da minha mãe e a vejo tentando levantar, corro até ela e ajudo.

ーMãe, pelo amor de Deus - coloco o braço dela sob o meu ombro - já disse a senhora para não se levantar sozinha.

ー E quando eu ouvi alguma coisa que você me fala Rachell?- ela da um sorriso forçado-

Meu coração se parte em mil pedaços os pedaços que o sorriso do Max juntou, o sorriso forçado e cheio de dor da minha mãe o quebrou.

ー Ouvi você chegando e queria te receber. - termino de levá-la até o banheiro -

Deixo que ela faça suas necessidades e confesso que minha mente pesou em deixar minha mãe aqui sozinha, mas se eu não saísse hoje ficaria maluca.

Dei um bom banho nela, dei seus remédios e esperei para que a enfermeira chegasse.

ー Mãe - Sento do lado da sua cama- eu vou sair com a Karen hoje.

Vejo ela abrindo os olhos devagar e lá estava ele. O sorriso de dor e sofrimento.

ー Que bom minha filha, tem tempo que você não sai com ela - minha mãe se arruma na cama para que seus olhos fiquem na altura dos meus- como ela está?

ー Bem. - arranho a garganta - a enfermeira já já chega.

Eu sabia que ela odiava o fato de eu "gastar" dinheiro com enfermeira para ela, mas ela também sabia que não podia ficar sozinha.

ー ok.

E foi só isso que saiu da boca dela antes da sua cabeça escorar de vez o travesseiro para olhar para cima. Sai do quarto dela e fui para o meu, tomei um banho correndo e me arrumei. Com uma calça de alfaiataria e uma blusa com um tecido fino. Um salto e cabelo solto com ondas de baby liese. Um gloss na boca, um pequeno brinco, colar bem justo no pescoço, um relógio e eu estava pronta.

Assim que a enfermeira chegou já eram oito e quinze, e por sorte meus amigos eram atrasados, Karen principalmente nunca chegava no horário certo de nada.

Passei no quarto da minha mãe mais uma vez e dei um beijo em sua testa, deixei todas as instruções para a enfermeira. Assim que sai de casa vi o carro do namorado de Karen e o do Max logo atrás.

Dei um sorriso para Karen e ignorei completamente o namorado dela, em seguida entrei no carro de Max. Saímos na frente pois eu sabia a localização da festa.

E eu espero transar hoje, e você sera a minha vítima Max diagnos.











Musiquinha bem soft kkk escrevi o capítulo com ela, espero que gostem do livro e se apaixonem por cada personagem! Boa noite amo vocês 🫀🤏🏻.

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E obrigada a Keren e Ana Keren por serem as melhores amigas do mundo!.

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