reconectando. (one shot - 2)

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          BARRY 

 Caitlin passou por mim com passos apressados, como se estivesse assustada ou desacostumada com algum elogio meu. Não a julguei, estávamos em um momento tenso do nosso casamento e sabíamos disso, mas sem tempo para resolver a situação. Com a vinda ao mundo dos gêmeos, nos distanciamos bastante, mas eu não culpava as crianças, elas não tinham culpa disso, muito pelo contrário, ambas traziam muita alegria para a nossa casa. Eu sabia que era culpado, ultimamente estive passando muito tempo trabalhando e pouco tempo com a minha família, e esse era o motivo da maioria das minhas brigas com Caitlin. Ela parecia cansada e tensa com qualquer coisa que era relacionada a mim, o meu medo constante do fim era gigante, quase sufocante. Queria resolver as coisas com ela, até porque eu a amava mais do que podia sentir ou explicar.

 Desci as escadas e caminhei para a sala de jantar, onde minha família estava reunida. Vi Caitlin sorrindo abertamente para o meu filho, Thomas, o qual depositou um beijo na bochecha da mais velha. Sorri, Cait era uma mãe tão dedicada e boa para os filhos. Cheguei mais perto da mesa e beijei o rosto da minha mãe que estava sentada. Me sentei e coloquei  as diversas comidas no meu prato de porcelana. 

 O jantar estava ótimo, tanto a comida quanto a conversa. 

Meu pai colocou o braço ao redor da minha mãe e a apertou, arrancando uma risada baixa dela, o que o fez sorrir amplamente observando o sorriso estampado no rosto da sua esposa. 

Os admirei, mas algo me fez voltar o olhar para a minha esposa. Ela os observava com um sorriso triste nos lábios, mas logo em seguida, suspirou, abaixou o olhar e se remexeu na cadeira. 

Meu coração se apertou ao vê - la tão aflita, eu sabia o que se passava pela sua cabeça, porque acontecia o mesmo comigo. Fui tirado dos meus pensamentos quando senti um toque no meu braço: Natalie. Ela coçou os olhos e fez bico - Papai, estou com sono - A mais nova disse - Quer que eu te coloque para dormir ? - Perguntei e ela assentiu, bocejando. Me levantei e ofereci minha mão para que ela pegasse, Nat logo o fez. Subimos as escadas e entramos no banheiro, a pequena me lembrou de que ela deveria escovar os dentes, depois poderia dormir. Sorri com como minha filha era tão responsável, assim como sua mãe. 

 Entramos no quarto e ela logo se deitou na cama, fazendo com que seus cabelos ruivos acobreados se espalhassem pela fronha branca que cobria seu travesseiro. A pequena suspirou e olhou para mim com olhos cansados, franzi o cenho - Tem algo errado, meu amor ? - A questionei e ela bufou - Não consigo dormir, mas estou com sono. Você poderia cantar para mim ? - Natalie pediu e eu assenti sorrindo sem mostrar os dentes - Claro, minha princesa - Me sentei na ponta da cama e acariciei suas panturrilhas. - Summer loving... - Cantei suavemente, trazendo as memórias do dia em que comecei a enxergar Caitlin mais do que uma amiga, o dia em que me apaixonei pelo seu jeito adorável e gentil, no dia que percebi como ela ficava linda sorrindo e como ela estava engraçada bêbada. Terminei de cantar e Natalie já dormia serenamente, me curvei e beijei sua testa - Boa noite, amo você. - Sussurrei e me levantei, saindo do quarto. 


                                                                                    (...)

 Caitlin lavava os pratos e eu secava. Aquela tarefa costumava ser divertida quando nós dois a fazíamos, o clima era sempre divertido e as risadas vinham de forma genuína. Mas agora estávamos tenso com a companhia um do outro, sem risadas, sem piadas. Apenas Cait lavando os pratos e eu os secando. Suspirei exausto daquilo, tínhamos que conversar. Larguei o pano em cima da bancada - Cait ? - A chamei e ela finalmente ergueu o olhar para mim depois de tanto tempo - Estamos bem ? - A questionei. Ela riu ironicamente enquanto enxaguava o último talher sujo de sabão -A única pessoa que pode responder isso, é você Barry. - Caitlin falou baixo, desligou a torneira, secou suas mãos e deixou o cômodo. A observei sair, peguei o pano novamente e sequei o talher que anteriormente estava nas mãos da mulher. 

                                                                                  (...)

  Quando terminei de escovar meus dentes, caminhei para o quarto em que iria dormir. Entrei no pequeno cômodo e me deparei com Caitlin deitada de costas. Fechei a porta e fui até a cama, onde a ruiva estava deitada. Hesitei um pouco antes de me juntar à ela, mas finalmente o fiz e me deitei, acomodando minha cabeça ao travesseiro. Encarei o teto, mas percebi Cait balançando os pés, ela estava acordada. Respirei fundo, pensando no que dizer para resolver aquela situação, pediria desculpas por tudo que estávamos passando? Com certeza, mas como? - Eu amo você, Caitlin. Sei que estamos em uma fase bem complicada do nosso casamento, mas eu quero resolver isso. Ficar desse jeito com você é péssimo e eu sei que tenho uma grande parcela de culpa nisso e eu sinto muito mesmo por ter me afastado, não só de você, mas dos nossos filhos também e - Fui interrompido por Cait. 

Ouvi ela fungar e ofegar, ela estava chorando. Cheguei mais perto dela e passei meus braços pela sua cintura, a trazendo para perto, beijei sua nuca - Não, por favor não chora - Sussurrei no pé do seu ouvido. 

Senti sua mão se entrelaçar na minha, sorri com o seu toque - Eu achei que você não me amava mais, Barry. Estamos tão distantes e você sempre frio comigo. Eu não quero isso. - Ela respirou fundo antes de continuar - Eu te amo, Barry e não quero que nosso casamento chegue ao fim por causa de tão pouco. Me desculpa  ? - Meu coração doeu com aquilo. 

Ela se sentia culpada? Se ela soubesse que era a que menos tinha culpa naquilo tudo... - Eu que peço desculpas, querida. Você me perdoa? - Minha esposa assentiu e se virou para mim. Olhei no fundo dos seus olhos, os quais me transmitiam uma paz inexplicável. Sorri - Eu quero muito te beijar. Eu posso  ? - Ela riu - Pode. Pode sim. - Beijei os seus lábios e me senti o cara mais feliz do mundo. 

Tudo resolvido. 

 :) ♡.

Do you can feel my love? - IMAGINES SNOWBARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora