Capítulo três

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Oláaa, mais um capítulo dessa belezinha, boa leitura!👻

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– Ela mora naquela casa antes mesmo de se casar com o meu pai e não sabe de nada. Se fez de sonsa, nem quis entrar no porão naquele dia. Me chamou de doido, falou aquilo que ela sempre fala desde que meu pai morreu e os caralhos a quatro. – Houve uma época que sempre que Hyunjin comentava sobre as brigas com sua mãe, sua voz ficava chorosa. A pressão psicológica que sofria e o peso de ser somente eles dois lhe tornaram frágil sentimentalmente. Mas já faz um tempo que ele não chora ou fica triste quando fala de seus problemas familiares, principalmente quando são exclusivamente sobre sua mãe.

Pelo que Hyunjin já me contou, seus pais eram perdidamente apaixonados e sua família era uma rara família comercial de margarina. Tinham uma renda boa, uma casa estável e alegre. Tudo isso quando ele era criança. Aos catorze anos de idade, Hyunjin foi admitido em um colégio militar, o mesmo que seu pai estudou quando tinha a sua idade. Em uma de suas férias de verão, a família resolveu passar alguns dias em uma casinha alugada em uma fazenda no interior do Texas. Para alguém acostumado somente com o meio urbano, Hyunjin disse que aquele lugar lhe dava uma paz absurda. No outro ano, durante as férias de verão novamente, ele insistiu para passar as férias naquela mesma fazenda do Texas, sua mãe não queria que fossem de modo algum, mas mesmo assim viajaram para lá novamente. Alguns dias depois, houve uma epidemia de pneumonia na região, e consequentemente seu pai acabou adoecendo também. Ele teve tantas complicações nos pulmões que foi preciso interná-lo às pressas. Porém, infelizmente, o pai de Hyunjin faleceu de parada cardíaca um dia depois da internação.

Desse modo, a mãe do meu amigo ficou extremamente insuportável, culpando-o incessantemente pela morte de seu amado. Hyunjin teve que largar o colégio por um longo período para não deixar a mãe sozinha. Mas, um dia ele precisou voltar, ou então perderia a sua vaga, e como era um colégio interno, sua saída só era permitida a cada seis meses além das visitas que os parentes dos estudantes podiam fazer a cada trimestre. Sua mãe não o visitou vez alguma, deixando o menino praticamente abandonado aos cuidados e responsabilidade dos professores e demais funcionários.

Nas férias de inverno, quando voltou para casa fora recepcionado com um vaso de planta lançado em direção a sua cabeça, felizmente ele desviou a tempo. Desde sua volta, sua mãe também o culpa por abandoná-la e acabou desenvolvendo transtorno de personalidade histriônica. A senhora Hwang começou fazer tratamento com um psicoterapeuta e uso de remédios um bom tempo antes de começar a namorar com um cara da Califórnia. Hoje em dia são casados, entretanto, ela às vezes tem algumas recaídas. Um dia, tive o desprazer de vê-la em uma de suas recaídas. Achei e acho até hoje incrível a maneira como Hyunjin aguentou tudo isso durante sua adolescência. Sua família mora no interior da região de Washington, e agora, depois que passou em uma faculdade, ele teve motivos suficientes para sair definitivamente de casa. Moramos perto um do outro e sempre vamos juntos para a faculdade.

– Se você quiser, qualquer dia chamamos Minho e nós três olhamos esse baú. – Não sei se foi uma boa ideia, talvez o que está nesse baú são coisas que não deveríamos ver de jeito nenhum, mas, para minha infelicidade, sei que assim como Hyunjin e Minho, sou super curioso, e esses objetos estranhos atiçaram uma vontade tremenda de saber o que são.

– É, vamos fazer isso um dia que vocês dormirem lá em casa. Mudando de assunto totalmente agora, a festa está logo ali, vamos encher a cara e mandar ver hoje, uuuhuul! – Gritou empolgado enquanto apertava incessantemente a buzina do carro me animando também, disfarçando muito mal seu incômodo com as coisas que me contou.

Festas de faculdades são sempre as melhores, cheias de jovens e adultos curtindo como se no outro dia não houvesse uma vida para viver lá fora, pessoas diferentes aproveitando um tempo de descanso longe da estressante rotina recheada de provas, matérias, estágios, trabalho e problemas psicológicos que vêm de brinde. Festas como essas servem para desestressar o estudante, porém, tem também um outro sentido que apenas os veteranos sabem: caçar e selecionar as carnes novas da faculdade. Não me entenda mal, não foi eu que criei esse tipo de coisa, isso já existia muito antes de mim, inclusive, já fui um desses novatos que foram caçados. Muitos relacionamentos e intrigas entre o pessoal dos cursos começam nessas festas.

Smooth - ChangchanOnde histórias criam vida. Descubra agora