Ele me segurou pela cintura com a mão esquerda e com a outra passeava carinhosamente pela minha nuca. Nossas línguas dançavam calmamente em meio ao ósculo molhado, sem pressa, sem muita malícia, como se estivéssemos mapeando um ao outro. Para alguém tão direto em dizer o que queria ele era bem calmo e respeitoso, me senti uma pequena e frágil menina que ele estava com medo de apertar demais e ser quebrada. Entretanto, nessa noite o que eu mais queria era ser apertado e usado.
Movi minhas mãos antes apoiadas em seu ombros e desci com elas fazendo caminho por seu peito, abdômen, sentindo os músculos mal desenvolvidos e a pele quente por cima da fina camisa e também pela sua cintura, onde segurei com posse, não houve protesto de sua parte, muito menos distanciou do nosso beijo. Então ousei mais segundos depois, passei vagarosamente uma mão para a base de sua coluna e desci novamente. Apoiei ela por alguns instantes em uma banda de sua bunda antes de apertar com pouca força.
Um grunhido saiu de seus lábios.
– Te incomodou? Me desculpa – Disparei no momento em que afastou seus lábios dos meus. Ele sorriu jogando a cabeça para trás e acariciou mais uma vez minha nuca quando olhou no fundo dos meus olhos.
– Não sabe a quanto tempo estive procurando alguém que me pegasse desse jeito. – Continuou sorrindo. Seus olhos castanhos ganharam um brilho como se antes não houvesse vida neles. – Por favor, continue. – Pediu com a voz baixa em minha orelha, dando um leve beijo. Segurei seu maxilar entre o indicador e o polegar apertando-o moderadamente obrigando-o a me encarar.
– Preciso saber seus limites então. – Sorri pretensioso.
– Bem...– Pensou por um instante. – Se eu quiser que pare irei dar dois tapinhas seguidos em você.
– Certo. – Colei novamente nossas bocas, agora tendo todo o controle do beijo. Ele começou a apalpar meus bíceps, apertando os músculos sobre a blusa preta.
Alguns segundos se passaram enquanto exploravámos o corpo um do outro até ele ser puxado para longe de mim violentamente.
– Te procurei pela festa inteira enquanto você estava aqui se atracando com um desconhecido, Félix! – Um outro cara mais alto alguns bons centímetros com um estilo de roupas alternativo lhe dava bronca. – Precisamos ir embora agora, o Jeongin está chapado e o Seungmin não consegue cuidar dele sozinho. Vamos! – Deu as costas sem ao menos esperar uma resposta de Félix.
– Podemos continuar isso depois? – Félix perguntou se distanciando para seguir o cara que julguei ser seu amigo ou algo assim. – Desculpe por isso. – Disse envergonhdo quando apenas concordei com um movimento de cabeça para sua pergunta anterior. – Até breve, gatinho. – Sumiu repentinamente no meio da multidão de pessoas que dançavam no salão.
Fiquei ali escorado na parede digerindo o acontecimento. Senti o celular no bolso da calça vibrar minutos depois, peguei vendo o número de Minho brilhando na tela.
– Oi. – Atendi.
– Estou saindo pelas portas do fundo, vou deixar minhas coisas no carro e trocar de roupa, me espera do lado de fora. – Sua voz saiu baixa, como se a abafasse para que ninguém o escutasse.
– Estou indo. – Desliguei. Antes de ir para o local marcado passei pela mesa de bebidas, bebendo duas doses de um whisky qualquer que estava ali disponível.
Esperei escorado no poste que iluminava parcialmente um pedaço da calçada e da rua no limite do salão, perto do estacionamento. Ao longe, pouco tempo depois, vi uma sombra saindo do meio dos carros vindo em minha direção arrumando a blusa dentro da própria calça.
– Sério, por que você não colocou essa blusa por dentro lá no estacionamento, em vez de vir arrumando ela aqui? Se te chamarem de pervertido vou fingir que não te conheço. – Cruzei os braços enquanto Minho terminava de arrumar sua blusa e abotoar a calça.
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Smooth - Changchan
FanfictionChangbin, depois de terminar seu namoro de anos, está pronto para curtir sua vida de solteiro junto com seus dois amigos, porém não imagina as mudanças que um certo grupo de jovens estranhos trará ao invadir sua vida e bagunçar sua nova rotina e a d...